‘Pente fino’ no Castelhano em busca do taxista
A prisão dos acusados de matar dois taxistas em Venâncio Aires, segunda-feira, trouxe alento às famílias das vítimas e à classe dos profissionais do volante. A busca agora se concentra em Vila Mariante, onde, segundo um dos réus-confesso, foi jogado o corpo de Luís André da Rocha.
O taxista, de 53 anos, está desaparecido desde a tarde do dia 12 de agosto. Naquela segunda-feira, estava no ponto onde trabalhava, próximo ao posto Shell, quando duas pessoas se aproximam e contratam uma corrida. Imagens das câmeras de segurança de uma empresa mostram, nitidamente, que um dos indivíduos mancava. No entanto, naquela imagem não foi possível identificar as pessoas.
Na segunda-feira, após ser apreendido, o adolescente foi orientado a caminhar. Deu alguns passos e tentou andar normalmente. Mas depois de alguns segundos, mancou e os investigadores tiveram a certeza de que ele era a pessoa que aparecia nas imagens.
As mesmas imagens mostram que as 15h48min a dupla embarca no táxi, conversa mais um pouco com o motorista e o veículo arranca em direção à Vila Mariante. Em depoimento, o adolescente apreendido segunda-feira refere que ele e seu comparsa – que ele garante ser Leonardo Pereira Sieben, 18 anos -, já haviam planejado o crime.
A polícia tem informações de que o táxi passou por Linha Picada Mariante, onde teria havido uma briga no interior do carro. No entanto, o adolescente não referiu nada disso em seu depoimento. Mesmo reconhecido por testemunhas – e delatado pelo comparsa -, Sieben nega o envolvimento nos crimes.O menor de idade conta que o táxi foi até a ponte sobre o arroio Castelhano, em Linha Chafariz, onde Sieben teria descido com o álibi de que iria urinar. Ao retornar, estava armado com uma pedra, com a qual golpeou o taxista. Depois, eles roubaram seu dinheiro e o jogaram da ponte, no arroio, mencionou o adolescente.
Uma testemunha que andava de bicicleta por aquela localidade garante ter visto, assim que o táxi saiu do local, um corpo boiando na água. Brigada Militar e Corpo de Bombeiros foram ao local e começaram as buscas.
Mesmo com o nível do rio bem acima do normal e com uma forte correnteza – no dia estava 7,20m, quando o normal é 1,60m -, as buscas iniciaram-se e prosseguiram.
Ontem pela manhã, os mergulhadores do Grupo de Busca e Salvamento (GBS) do Corpo de Bombeiros começam um trabalho específico. Equipado com cilindros de oxigênio e preso a uma corda, controlada por um colega, um mergulhador iniciou uma varredura no trecho onde o corpo foi jogado.
Conforme o major Eduardo Gener Pinheiro Medeiros, que acompanha as buscas, será feito um ‘pente-fino’ no trecho de aproximadamente 80 metros entre a ponte do Castelhano e o leito do rio Taquari. O trabalho é demorado, pois o mergulhador vai percorrer o trecho pelo fundo do arroio, de um lado ao outro.