Não bastasse a preocupação com o clima (falta e excesso de chuvas e ventos), que ocasionam perdas nas plantações de tabaco – principal fonte de renda -, os moradores de Vila Arlindo estão diante de outro impasse: uma onda de abigeatos. Nos últimos dias, pessoas ainda não identificadas invadiram propriedades e carnearam seis reses. Os moradores estão apreensivos, pois temem por novas investidas. O prejuízo com este animais oscila em torno dos R$ 10 mil.
Até então, o furto de animas era uma prática incomum na região do 7º Distrito. De acordo com relatos de agricultores que moram na localidade há 13 anos, havia notícias de furtos de tabaco, mas nunca de animais. “Nunca ouvi falar que alguém entrou em uma propriedade, furtou e carneou um animal. Isso nunca tinha acontecido aqui”, resumiu um morador, que prefere não se identificar.
Na tarde dessa terça-feira, 18, enquanto enfardava fumo ao lado de familiares, no galpão da propriedade, explicou que tudo começou no dia 26 de janeiro. Naquela madrugada, abigeatários invadiram uma propriedade, laçaram e carnearam uma vaca e uma novilha. “Deixaram só as cabeças e as buchadas no local”.
Os ladrões de gado ainda laçaram outra rês, mas ela não foi abatida. Os donos só souberam disso no dia seguinte, quando a encontraram com a corda no pescoço.
Na mesma madrugada, abigeatários invadiram outra propriedade rural e laçaram uma rês. No entanto, o animal conseguiu fugir e só foi localizado posteriormente.
VACA DE LEITE
Os outros quatro animais foram abatidos entre as madrugadas do sábado, 15, e do domingo, 16. Em uma das propriedades, os ladrões furtaram uma vaca de leite que pesava cerca de 500 quilos. “Essa vaca dava 35 litros de leite por dia. Era a melhor que ele [dono do animal] tinha em seu rebanho”, mencionou o agricultor.
Em outro local, os abigeatários furtaram uma vaca e dois terneiros e levaram para uma propriedade vizinha, onde não havia moradores, e os abateram. Chama atenção o fato dos crimes terem sido cometidos somente nos fim de semana e de haver outras peculiaridades. “Eles sempre cortam cercas, derrubam moirões e sabem bem como carnear os animais. São profissionais”, comenta o agricultor. Duas das vítimas denunciaram os casos na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA).