Os dois homens e as duas mulheres presos pela Brigada Militar na madrugada desta segunda-feira, 12, suspeitos de envolvimento no assalto e no resgate da quadrilha responsável pelo ataque ao banco Sicredi, de Vale Verde, na quinta-feira, 8, responderão em liberdade.
Segundo o delegado Felipe Staub Cano, foi comprovado que eles estavam na região para resgatar pessoas envolvidas no assalto, mas este crime não é suficiente para autuá-los em flagrante. “É um crime de favorecimento e eles responderão por isso”, argumentou o titular da Delegacia de Polícia.
As quatro pessoas (dois homens, um de 39 e outro de 42 anos, e duas mulheres, de 32 e 47 anos) foram presos na localidade de Linha Itaipava das Flores, quase divisa com General Câmara, no interior de Venâncio. Eles ocupavam dois veículos e com eles foram apreendidos R$ 4,7 mil e mantimentos, como lanche, água e salgadinhos. Confessaram que vieram resgatar pessoas envolvidas no assalto, mas segundo Cano, negaram qualquer envolvimento com o ataque ao Sicredi.
Ainda conforme o delegado, a mulher de 32 anos é companheira de um dos envolvidos no assalto. “Ela nos deu informações, nomes dos envolvidos e revelou que foi ela que recebeu uma ligação do seu companheiro, pedindo que fosse resgatá-lo”, explicou.
A mulher mais velha, que é técnica em enfermagem, disse em depoimento que no domingo foi procurada por um paciente seu, que tem problemas de saúde, e depois que ela entrou no veículo, foi informada que viriam resgatar membros da quadrilha. O teor do depoimento dos dois homens não foi revelado. “Não há como comprovar a participação deles no assalto”, resumiu Cano.
ENVOLVIMENTO
Para a Brigada Militar, pelo menos um dos presos participou diretamente do assalto. Com ele foram apreendidos os R$ 4,7 mil, em cédulas sequências. “Isso indica a sua participação no assalto a agência”, diz uma nota do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO)”.
A nota também refere que os presos admitiram participação no assalto a agência do Sicredi, de Monte Alverne, e salienta que com uma das mulheres foi apreendido material de primeiros socorros. O comandante do 23ª Batalhão de Polícia Militar (23º BPM), tenente-coronel Giovani Paim Moresco, que comanda a operação, disse que o cerco está mantido e a BM segue em busca dos envolvidos no assalto.
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BUSCAS
O cerco à quadrilha começou na quinta-feira à tarde, 8, logo após o assalto. O bando roubou duas sacolas com dinheiro, fugiu em um Honda City e capotou com o veículo em uma estrada de chão, na localidade de Linha Boqueirão, que leva ao município de General Câmara. A fuga seguiu em um caminhão, que foi interceptado por integrantes do Pelotão de Operações Especiais (POE), de Santa Cruz do Sul.
Houve troca de tiros e os quadrilheiros fugiram para a mata. Antes da noite, helicópteros sobrevoaram a área e uma equipe do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi para o local auxiliar nas buscas, que foram retomadas na manhã da sexta-feira. Até aquele momento haviam sido apreendidas uma espingarda calibre 12, uma pistola, munição, dois potes com miguelitos, dois coletes à prova de balas, uma touca ninja e roupas camufladas que estavam dentro do Honda.
CERCO MANTIDO
O cerco foi mantido e todos os veículos que cruzavam pelas barreiras eram revistadas e os ocupantes, identificados. Na balsa de General Câmara um homem foi preso em flagrante e no caminhão que dirigia, apreendidas cerca de 12 mil garrafas de uísque contrabandeadas. Um foragido do sistema prisional também foi recapturado durante o cerco.
No domingo à noite, a BM recebeu a informação de que havia suspeitos em uma fazenda, no interior de Vale Verde. As ações se concentraram naquela região e durante a madrugada as duas mulheres e os dois homens foram presos, quando chegavam na Vila Mariante. Eles ocupavam um JAC preto, com placas de Lajeado, e um Gol vermelho, de Estrela. Hoje à tarde, após os depoimentos, todos foram liberados. Agência do Sicredi, que estava fechada desde o dia do assalto, reabre nesta terça-feira.
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