Reconstrução da Venax, no Centro, deve atrasar obras de nova fábrica na RSC-287

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Uma das empresas mais atingidas com a invasão das águas do arroio Castelhano foi a Venax Eletrodomésticos, localizada desde 1985 na rua Tiradentes. Cerca de 1,5 metro de água adentrou a fábrica e causou prejuízos ainda incalculáveis. Segundo o diretor Walter Bergamaschi, todos os setores foram impactados e, agora, está sendo realizada uma vistoria nos equipamentos que podem ser reutilizados.

Desde quinta-feira, 2, funcionários voluntários ajudam na limpeza e, desde segunda-feira, 6, os mais de 400 empregadores começaram a faxina profunda. Foram 20 centímetros de barro dentro do local, o que dificultou o processo de limpeza. “Ainda estimamos uns 10 dias para retomar as atividades”, afirma Bergamaschi.

80,3% – é o percentual da economia gaúcha que pode ter sido impactado pelas cheias, segundo levantamento preliminar feito pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs).

Ele diz ainda que os maiores prejuízos podem estar em equipamentos de alta tecnologia, que ultrapassam as cifras de milhões, e serão testados nos próximos dias. Com relação à nova fábrica no Distrito Industrial, às margens da RSC-287 – que será construída justamente por conta da preocupação das enchentes na região baixa da cidade -, o diretor comenta que as obras devem atrasar, em decorrência da utilização de fundos para a manutenção e reconstrução da estrutura da rua Tiradentes. “O dinheiro está sendo canalizado para voltar a funcionar aqui”, completa.

Walter Bergamaschi mostra o nível que chegou a água do Castelhano (Foto: Leonardo Pereira)

Super Lenz

O Supermercado Lenz, atingido pela cheia do arroio Castelhano, onde as águas invadiram em 1,70 metro na matriz, localizada na rua Osvaldo Aranha, ainda não tem previsão de retorno das atividades. De acordo com o proprietário, Daniel Lenz, na segunda-feira, 13, será possível projetar uma definição quanto ao retorno. “Por enquanto, segue na mesma situação e mantemos o trabalho de limpeza”, informa.

Bom Frango

As localidade de Vila Estância Nova e Linha Picada Nova, que estão no lado esquerdo da RSC-287 – sentido Venâncio Aires – Porto Alegre -, foram algumas das mais atingidas com a cheia histórica do rio Taquari. A Granja Avícola Bom Frango, expoente econômico da região, foi severamente atingida pelas águas.

Na Bom Frango, conforme o diretor Milton dos Santos, a água alcançou entre 2 e 3 metros na parte interna e cerca de 2 metros também dentro da fábrica de ração. Dessa forma, foram perdidos a produção, frangos, silos de milhos, ração e aviários, o que, segundo ele, impactou todos os setores. “Ainda não colocamos na ‘ponta do lápis’ para definir o quanto perdemos, até porque não conseguimos acessar alguns aviários”, diz.

A logística também será diretamente afetada com parceiros de outros municípios e estados e as dificuldades com a interrupção de inúmeras rodovias. A fábrica de rações já retornou a produção na quarta-feira, 8, e a expectativa é que os trabalhos na granja sejam retomados no dia 3 de junho, principalmente pela falta de materiais no momento.

Atualmente, a Granja Bom Frango tem 280 funcionários, que estão ajudando, voluntariamente, na limpeza e na recuperação da empresa. Segundo Milton dos Santos, boa parte dos trabalhadores mora em localidades próximas. Eles também foram impactados pela cheia e, por conta disso, a fábrica trabalha com poucas pessoas, pois muitas ainda precisam de assistência para recuperar as residências.

Prejuízo de R$ 500 mil

• Proprietário da Schneider Carnes – mercado bastante conhecido em Vila Mariante -, Augusto Schneider lamenta os estragos que a cheia deixou no empreendimento. Ele contabiliza cerca de R$ 500 mil de prejuízos, entre carnes e outras mercadorias. Quando a reportagem conversou com o empresário, na terça-feira, 7, as carnes ainda estavam no chão, em frente ao estabelecimento.

• O mercado, no ano passado, se tornou um ponto importante para o 2º Distrito. Era lá que os moradores mais afetados iam buscar comida: “A gente tinha um ponto de distribuição de alimentos. Algumas pessoas traziam as marmitas, a gente distribuía água. Mas dessa vez, é a gente que está precisando.”

Schneider lamenta os estragos (Foto: Renan Zarth/Terra FM)


Leonardo Pereira

Leonardo Pereira

Natural de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, jornalista formado na Universidade de Santa Cruz do Sul e repórter do jornal Folha do Mate desde 2022.

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