Agroindústrias de origem animal do Rio Grande do Sul tiveram o aval, na última semana, para comercializarem seus produtos para todos os municípios apenas com o Serviço de Inspeção Municipal (SIM). Antes dessa medida provisória, os produtores só podiam comercializar os alimentos com o Sistema Unificado Estadual de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf).
As agroindústrias deverão apresentar e manter documentos que comprovem a regular inscrição no SIM. Os produtos e subprodutos de origem animal deverão estar identificados e rotulados, permitindo a rastreabilidade e terão fiscalização nas condições de acondicionamento, transporte e procedência sanitária.
A fiscalização será feita em conjunto Departamento de Defesa Agropecuária (DDA) da Secretaria da Agricultura e Setor de Alimentos/DVS/CEVS da Secretaria da Saúde. Caberá à Agricultura verificar o trânsito de produtos e subprodutos e sua procedência sanitária. A Saúde fiscalizará as condições de acondicionamento, o tipo de transporte e a comercialização. Produtos em desacordo serão apreendidos e inutilizados.
Em Venâncio Aires, das 26 agroindústrias, nove são de origem animal, sendo leite, mel, embutidos, ovos e peixes. As 17 agroindústrias de origem vegetal sempre estiveram habilitadas a comercializar os produtos em nível estadual.
Conforme o chefe do escritório local da Emater/RS-Ascar, Vicente Fin, o nicho de mercado das agroindústrias de origem animal é local. “O mercado é local, se tivesse maior volume de produção poderiam acessar o mercado estadual. Com isso, acredito que essa nova medida, mesmo que de forma provisória não interfere na produção local. O mel, por exemplo, já tinha essa liberação e comercializa o alimento fora do município”, explica.
Mel de Venâncio já tem mercado estadual
Desde agosto de 2018, o mel da agroindústria de Edson Schwendler, em Linha Olavo Bilac, é comercializado em todo o estado, com o Sistema Unificado Estadual de Atenção à Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf). Além de Schwendler, outros dois produtores estão aptos a realizar a comercialização estadual através da Associação Venâncio-airense de Apicultores (AVA).
A publicação da portaria que autoriza o comércio intermunicipal de produtos de origem animal de agroindústrias registradas nos Serviços de Inspeção Municipal (SIM), que vigorará durante a vigência do decreto estadual de calamidade pública com medidas contra a Covid-19 não irá influenciar a agroindústria de Schwendler, pois já tinha a liberação para comercializar no estado.
Mas o produtor lembra que em 2018, quando surgiu essa nova opção, ele abriu o leque de vendas do mercado. Hoje, o produtor comemora a safra que superou os sete mil quilos e o aumento gradativo nas vendas. “Um dos setores que aumentou a venda foi o mel. Durante essa pandemia, as pessoas estão consumindo muito mel. Ele é considerado um alimento que aumenta a imunidade e é muito saudável, acho que por isso as pessoas passaram a consumir muito mel”, explica.
Schwendler reforça que hoje, além das feiras, as vendas em supermercados e lojas do município e região aumentou. “Se não fosse a estiagem, que prejudicou a produção de néctar nos últimos dias, teria ultrapassado os 8,5 mil quilos. Mas foi uma safra muito boa”, comenta.