Figo, uma fruta pouco explorada em Venâncio

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Algumas frutas são pouco exploradas na região, uma delas é o figo. O produtor Robério Krammes, 51 anos, morador de Vila Palanque, cultiva a fruta há mais de oito anos. Para ele, a produção traz uma renda a mais, além das vendas de aipim, milho verde, moranga e bergamota. Krammes comercializa a maioria do figo, verde e maduro, para a Central Estadual de Abastecimento (Ceasa), de Porto Alegre, e também faz vendas diretas para consumidores. “Inclusive, levo para uma senhora que faz cucas em Mato Leitão”, conta.

Krammes relata que o fruto depende muito das condições climáticas. “Esse ano a fruta se desenvolveu bem”, conclui. O produtor explica que a época ideal de plantio é no inverno e para manter o pé ‘em dia’, deve ser feita uma poda sempre nos meses de agosto. A produção é basicamente orgânica, mas quando necessário Krammes usa esterco para nutrir a terra. “No geral, a terra daqui já é bem forte, planto também um pouco de aipim pelo meio para contribuir”, acrescenta.

Quem ajuda no cuidado da plantação de figos é a esposa Fabiani, 47 anos, e o filho Rafael, 20 anos. Na hora da colheita, é preciso usar luvas de borracha e camisetas com manga longa, para que o látex que a fruta solta não entre em contato com a pele, o que pode causar irritação e até reações alérgicas. “É difícil evitar totalmente, acaba encostando sem querer”, conta Krammer.

Ele garante que não tem grandes dificuldades no cultivo do figo. “O figo tem fácil manejo, vamos fazendo a colheita conforme os frutos vão amadurecendo, o que não pode faltar é a chuva na hora certa, o fruto do figo precisa da água para se desenvolver”, explica Krammes. Em anos anteriores, o figo já sofreu com pestes que invadiam o fruto, mas este ano, Krammes conta que está tudo dentro da normalidade.

A rotina da família é agitada com os cuidados das culturas e também dos animais que criam. “Vou três vezes na semana para Porto Alegre vender os nossos produtos”, diz. Conforme explica o produtor, o valor de venda do figo varia muito conforme a oferta e procura, mas geralmente vale a pena. São 300 pés de figo plantados na propriedade de Krammes.

Próprio consumo

O chefe do escritório local da Emater-RS/Ascar e engenheiro agrônomo, Vicente Fin, destaca que a maioria dos produtores de figo da região planta para o próprio consumo. Porém, oito famílias têm a cultura do figo, verde e in natura, como fonte de renda. “Terceiros e agroindústrias compram figos dos produtores, principalmente para fazer doces”, destaca. A área total plantada de figo, com finalidade comercial e de consumo próprio, é de 8 hectares em Venâncio Aires. Desse total, apenas 2 hectares são de produtores que vendem o figo comercialmente.

As variedades mais cultivadas, conforme Fin, são o roxo de valinhos e o pingo de mel. O engenheiro agrônomo explica que o figo é de fácil poda e manejo. “No geral, o produtor não encontra grandes dificuldades no cultivo do figo”, afirma Fin. No município, o figo in natura tem grande aceitação, porém, sugere o chefe da Emater local, a apresentação do fruto em mercados e estabelecimentos de compra deveria ser melhorada.

Dica

Os produtores devem tomar cuidados com relação à ferrugem da folha que pode fazer com que toda a parte folhosa do pé seja perdida. Além disso, no inverno é indicado usar uma calda sulfocálcica para tratar a ferrugem. Fin explica que o figo pertence à família Moraceae, o que vale também para amoras pretas, por exemplo. Essa família de plantas produz uma espécie de látex que ao entrar em contato com a pele das pessoas, causa reações alérgicas. O mais indicado, orienta Fin, é usar luvas plásticas ou de borracha e camisetas com mangas longas no momento da colheita.

Benefícios e cuidados no consumo do figo

Conforme a nutricionista Juliette Carvalho, os benefícios do figo são inúmeros. Devido à alta quantidade de nutrientes que a fruta possui, como potássio, ferro, fibra e cálcio, impactam diretamente no ótimo funcionamento do organismo. A fruta ajuda a regular a pressão arterial e consequentemente reduz o risco de doenças cardiovasculares, em razão do alto teor de potássio e baixo de sódio. A nutricionista orienta que pessoas que sofrem com acidez no estômago e diverticulite – inflamação na parede interna do intestino –, devem comer o figo com moderação.

O consumo do figo garante um bom funcionamento do organismo e reduz as doenças cardiovasculares. (Foto: Alvaro Pegoraro)
O consumo do figo garante um bom funcionamento do organismo e reduz as doenças cardiovasculares. (Foto: Alvaro Pegoraro)

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Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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