Mel de Venâncio Aires ganha incentivo à exportação

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A venda do mel contribuiu com R$ 6,3 milhões dentro do Valor Bruto da Produção Agrícola (VBPA) de Venâncio Aires em 2021, que foi de totais R$ 413,6 milhões. O número significativo representa um aumento de mais de 900%, já que em 2020 foram R$ 619 mil no VBPA.

Mas a explicação não passa simplesmente pelo aumento na produção (média de 130 toneladas de mel por ano). “Antes faturavam em nome de produtores de outros municípios, por isso não ficava para Venâncio. Agora, com essa intermediação local da empresa, a fatura também ficará aqui”, explica o chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin.

Daniel Schroeder, da Apiários Schroeder, empresa que tem focado na exportação (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Muito dessa intermediação local referida por ele tem a ver com a Apiários Schroeder, de Linha Picada Nova, empresa que compra diretamente do produtor, encaminha para o processamento de forma terceirizada e destina à exportação. Segundo o apicultor Daniel Schroeder, que também compra mel de outros municípios gaúchos, a maior parte da produção de Venâncio já se destina ao mercado externo, principalmente Estados Unidos, China e países da Europa. “O brasileiro ainda consome pouquíssimo mel, então a venda externa também é um caminho importante para incentivar ao mercado, além do que se vende em feiras e mercados no município e todo estado”, destaca Schroeder, um dos pioneiros com esse trabalho na região.

O incentivo à venda comercial foi um dos pontos debatidos durante o Encontro Regional de Apicultores, realizado na Câmara de Vereadores de Venâncio Aires na terça-feira, 26. “Venâncio tem muito potencial, tem um comércio consolidado com agroindústrias [são três legalizadas] e apicultores se qualificando cada vez mais. O desafio é buscar formas de aumentar a produção”, avalia o técnico agrícola da Emater de Venâncio, Luís Antônio Marmitt.

O encontro foi promovido pela Emater de Venâncio, Secretaria de Desenvolvimento Rural, escritório da Emater Regional de Soledade e a Associação Venâncio-airense de Apicultores (AVA), com o objetivo foi levar informações sobre o mercado e a comercialização. Além de Venâncio, participaram apicultores de Candelária, Taquari e Mato Leitão.

130 – é o número de apicultores comerciais em Venâncio Aires.

Região com potencial x baixo consumo interno

Alguns dados apresentados na Câmara de Vereadores chamaram atenção. Eles foram detalhados por Vivairo Zago, assistente técnico da Emater Regional de Soledade. Segundo ele, são cerca de 720 apicultores comerciais para uma região com 440 mil habitantes. “Isso é pouco para o potencial que tem. Hoje são 26 mil colmeias no Vale do Rio Pardo [8 mil em Venâncio], que fizeram uma média de 15 quilos por ano cada uma em 2021. O desafio é aumentar essa produtividade. Temos agroindústrias, temos apicultores capacitados, tem florada diversificada. Então há meios para evoluir cada vez mais na região”, menciona Zago.

Encontro Regional de Apicultores ocorreu na terça, na Câmara de Venâncio (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Em contrapartida, o técnico da Emater ponderou sobre o baixo consumo no Brasil. “O brasileiro não tem o hábito de consumir mel. No máximo quando fica doente”, exemplifica. Conforme os dados da Emater regional, são apenas 60 gramas de mel por ano consumidos por cada brasileiro. A média dos três estados do Sul é um pouco maior, cerca de 250 gramas, mas ainda está longe de outros países. Na Suíça, por exemplo, a média é superior a um quilo per capita consumida por ano.

Consulta Popular

• No encontro de terça, também estiveram representantes da Cooperativa dos Apicultores Familiares do Brasil (Copromel), fundada em Santa Cruz do Sul, em 2019. A entidade recebeu R$ 371 mil da Consulta Popular de 2021, os quais serão divididos igualmente entre os municípios do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede). Assim como os demais, Venâncio receberá R$ 13.290, valor que será usado na compra de caixas de abelha.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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