Novo ciclo de combate à broca-da-erva-mate

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O besouro Hedypathes betulinus, mais conhecido como a broca-da-erva-mate ou corintiano, é uma das principais pragas que atingem os ervais brasileiros. Em Venâncio Aires não é diferente e, quando impactadas, as lavouras acabam danificadas pelas larvas do besouro, o que pode acarretar em uma queda de produção e, em situações de alta incidência, pode até matar o pé de erva.

Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Erva-mate do Polo Ervateiro dos Vales (Aspemva), Cleomar Konzen, que mantém um viveiro de mudas em Vila Palanque, os danos causados são irreversíveis. “Já no segundo ano após plantio podemos ter ocorrência da broca. A fêmea coloca seus ovos no tronco da planta rente ao solo. Quando eclodem, as larvas perfuram o tronco fazendo galerias, impedindo a circulação de seiva”, explicou Konzen.

As larvas perfuram o tronco fazendo galerias, impedindo a circulação de seiva (Foto: Arquivo pessoal)

De acordo com a Embrapa Florestas, um dos aliados dos produtores no período de ocorrência da infestação dos insetos é o controle biológico por meio do fungo Beauveria bassiana. A avaliação é a mesma de Cleomar Konzen, que destaca que o defensivo biológico está à disposição dos associados da Aspemva. “São pelo menos duas aplicações: na segunda quinzena de novembro e depois na segunda quinzena de janeiro. Fizemos a aplicação do fungo Beauveria bassiana diretamente no tronco da planta, faixa de um metro acima do solo. A aplicação deve ser feita nas horas mais amenas do dia, preferência à tardinha. O fungo se estabelece no tronco e o inseto, entrando em contato, se contamina e morre em poucos dias.”

Konzen acrescenta que também é possível fazer uma coleta manual dos insetos diretamente nas plantas e lembra que alguns anos atrás também foram utilizadas galinhas de Angola como controle. “Historicamente, muitos ervais de Venâncio foram erradicados por causa dessa praga e tantos outros ficaram comprometidos.”

Números

Sobre a produção de erva-mate em Venâncio Aires, de acordo com dados da Emater, a safra 2022/23 chegou a 6.350 toneladas e, para 2023/24, a projeção é de 6.500 toneladas. Parte disso se deve ao adensamento dos ervais, com as plantas bem próximas umas das outras. Também houve aumento na procura por mudas, incentivado por programa municipal que subsidia parte do valor. São 425 famílias produtoras, que cultivam em uma área aproximada de 1,2 mil hectares.

*Com informações AI Embrapa Florestas.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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