Ovinocultura: oportunidade de ampliação do setor em Venâncio Aires e região

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Com um rebanho que chega a quase cinco mil cabeças, Venâncio Aires registra uma criação significativa de ovinos e caprinos. Segundo a Emater-RS/Ascar, no município, são cerca de 4,2 mil ovinos e 700 caprinos. “Essa criação é desde aquele produtor que tem para o hobby até daqueles que criam grandes rebanhos”, explica o chefe do escritório local da Emater, Vicente Fin.

Atualmente, são 120 famílias com pequenos rebanhos. “A maioria cria para consumo próprio. Como é um animal de pequeno porte e não demanda grande volume de alimento, tem uma carne com sabor diferenciado para um consumo eventual, muitos agricultores criam para subsistência”, comenta Fin.

Além disso, de acordo com o engenheiro agrônomo, muitos produtores optam por ter produção integrada de bovinos e ovinos. “É algo que pode ser feito, mas temos potencial para trabalhar ainda mais com ovinos”, salienta.

A cadeia de produção de ovinos é promissora, do ponto de vista de Fin. “Temos um rebanho instalado, um apelo do consumidor e, com isso, hoje é favorável a instalação de um abatedouro no município”, pontua. Atualmente, o Frigorífico Freese, com abatedouro em Linha Arroio Grande, é autorizado a abater ovinos em Venâncio.

O chefe da Emater observa que, com esse cenário, concentram-se esforços para tornar essa carne legal no mercado. “O produtor ainda não enxergou que existe a oportunidade de venda. Com o abate conseguimos um grande facilitador, temos uma empresa legal no mercado, sendo assim, reduzimos a carne e o abate ilegal de animais”, destaca o engenheiro agrônomo.

Além disso, Fin elenca que com o abate legal, os animais passam a ser inscritos na Inspetoria Veterinária e, com a legalização do rebanho, há diversas vantagens. Outro ponto exemplificado pelo chefe do escritório da Emater é que os agricultores poderiam manejar pequenos rebanhos e comercializar lotes. “O produtor rural pode se organizar e criar 10, 20 ovelhas, fazer o manejo delas e, quando possível, comercializar o lote”, sugere.

Com essa medida, irá ser emitida a nota fiscal. Dessa forma, o Município também passa a ser beneficiado com a contribuição fiscal. “É uma oportunidade, espaço para ampliação de mercado temos”, projeta Fin. Além disso, ele comenta que há material genético de ponta, em cabanhas com animais premiados. “Com isso, facilita os cruzamentos genéticos se pensarmos em apostar nessa produção”, frisa.

Ovinocultura: Uma paixão que vem da infância

O produtor Gabriel Jantsch Steffen, 33 anos, cresceu em meio ao rebanho de ovinos. O gosto pela criação de ovelhas está ‘no sangue’, afinal, tanto pelo lado materno quanto pelo paterno, as famílias gostam de lidar com ovelhas. “Cresci com meu avô e meu pai trabalhando com isso. Eles gostavam e passaram isso para mim”, afirma.

Ao lado da esposa Larissa, e dos filhos Murilo e João Pedro, Steffen tem um plantel de 68 ovinos, em Vila Estância Nova. “Faço porque eu gosto. Além de criar alguns para nosso consumo, vendo a lã e pelegos e crio fêmeas e cordeiros reprodutores”, conta.

Gabriel ensina o filho Murilo e pretende passar o gosto pela ovinocultura assim como ele herdou a paixão do pai e avô (Foto: Roni Müller/Folha do Mate)

Atualmente, o agricultor cria uma raça mestiça e, na maioria, com pelagem preta. “Como faço os pelegos, o preto tem maior procura”, explica. A criação de ovelhas pode ser considerada um hobby, mas também uma renda extra para a família. O carro-chefe é a soja, mas grande parte do dia é dedicado aos cuidados com o rebanho. “De dia, as ovelhas ficam soltas com o gado, mas durante a noite eu prendo elas e faço uma vistoria. É um bicho sensível, que precisa de cuidados”, detalha o produtor. Nessa época, as ovelhas se alimentam de grama nativa e milho. Mas, ao longo do ano, são utilizadas silagem e azevém.

Steffen observa que, com um abatedouro legalizado no município, assim como ele, outros ovinocultores podem passar a criar lotes e venderam para o frigorífico. “É uma nova opção que pode vir a contribuir ainda mais com a nossa renda.” Hoje, a família abate ovinos eventualmente para consumo próprio. “É uma carne diferenciada, que não se consome todo dia”, reforça.

Artesanato com lã de ovelha

• Venâncio vem se destacando no artesanato com lã de ovelha. O Sindicato Rural já oferta o curso há mais de 10 anos, e cerca de 100 pessoas já passaram pelas aulas.

• O Clube de Mães de Picada Mariante também se reúne para trabalhar técnicas e confecções de peças com a lã de ovelha.

LEIA MAIS: Venâncio-airense é premiada no Concurso Virtual de Artesanato em Lã Ovina na Expointer

Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate

• Durante a última Expointer, realizada em Esteio, em setembro, a artesã venâncio-airense Edelvani Blau Glier venceu a etapa estadual do 2º Concurso Virtual de Artesanato em Lã Ovina do RS, na modalidade acolchoado.

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