A estimativa de produção de tabaco em Venâncio Aires neste ano é de 17.182 toneladas. Os dados são da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e indicam 2.160 toneladas a menos que na safra 2018/19.
A queda de volume de produção interfere também na contratação de safreiros nas indústrias de tabaco. De acordo com o administrador do Sindicato da Indústria do Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires, Ricardo Sehn, a previsão é de que, nesta safra, sejam contratados de 4 mil a 4,2 mil trabalhadores.
No ano passado, o número ficou em torno de 4,3 mil a 4,5 mil. “A tendência também é que a safra seja mais curta neste ano. As empresas já estão contratando e o período deve terminar antes também”, explica.
O presidente da Afubra, Benício Werner, afirma que a alteração nos números da safra se dá pela diminuição da quantidade produzida pelos agricultores e a quebra sofrida devido ao período de estiagem.
Werner destaca que a quebra deste ano é estimada em 16% a 18% no Rio Grande do Sul, porém no Vale do Rio Pardo é muito maior. “Em algumas localidades, chega a 35%. A chuva foi muito localizada”, salienta.
Venâncio Aires tem aparecido nas últimas safras no ranking como segundo maior produtor de tabaco do Brasil, atrás, apenas, de Canguçu. Porém, nesta safra, é possível que São Lourenço do Sul supere o município. “Como a produção de Venâncio teve muita quebra em virtude das chuvas, é possível que São Lourenço ultrapasse nesta safra”, prevê Werner.
Ele explica que a falta de chuva interfere diretamente na qualidade do produto. “Acaba que o resultado na comercialização também é outro. Se o agricultor tem um produto de qualidade, consegue um preço melhor”.
“O excesso de chuva afeta o tabaco apenas na questão do peso, já a estiagem na qualidade. Se o clima não favoreceu, interfere na comercialização.”
BENÍCIO WERNER – Presidente da Afubra
PRODUTORES
O presidente da Afubra afirma que é possível notar um decréscimo de fumicultores desde 2014. A diminuição de famílias produtoras está relacionada com a permanência somente de produtores de volumes elevados. Werner explica, que aqueles que utilizam somente a mão de obra manual, sem a utilização de equipamentos, têm trocado de ramo devido às dificuldades. Em contrapartida, os produtores que utilizam maquinários conseguem aumentar a produção.