Produtores aproveitam época para a colheita da erva-mate

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Em Linha 17 de Junho, Mauro José Seidel, 54 anos, aproveita os dias ensolarados para finalizar a colheita da erva-mate. Com mais de cinco hectares de ervais, o produtor comemora os resultados da safra. Apesar da estiagem, os prejuízos são mínimos, comparados com outras culturas, como a soja e milho. A Emater/RS-Ascar estima prejuízos de 10% a 15% de quebra na safra entre perdas de produtividade ocasionando morte de mudas e plantas adultas da erva-mate devido à estiagem.

De acordo com o técnico agrícola do escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Alex Davi Gregory, a cultura da erva-mate, por ser perene, é mais resistente a períodos de seca, porém, a entidade tem o conhecimento de produtores que perderam várias árvores devido à falta de chuva.

A temperatura amena e o momento de dormência da planta favorece a colheita da erva. Seidel segue as orientações da Emater e ao fazer a poda deixa de 20% a 30% de folhas para a planta efetuar a fotossíntese. “Desde criança vivo no meio dos ervais. Meus avós já cultivavam e hoje sigo com a atividade. Muitos acham que não dá dinheiro, mas o problema é que ninguém se dedica à cultura como a principal”, frisa.

Neste ano, Seidel comercializa a arroba por R$ 12 para uma empresa do município. Os tratos culturais com a planta, conforme o técnico agrícola, são mais simples, mas a oscilação de preço e dificuldade de mão de obra nos últimos anos fez com que muitos produtores abandonassem a erva-mate optando por outros cultivos.

Mauro Seidel aproveita a época para a colheita da erva-mate na propriedade em Linha 17 de junho (Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate)
Mauro Seidel aproveita a época para a colheita da erva-mate na propriedade em Linha 17 de junho (Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate)

Na contramão deste cenário, Seidel decidiu investir. No ano passado plantou mais de 1,2mil mudas e a cada ano vem aumentando a área plantada. Além da erva-mate, Seidel cultiva aipim e milho. Entretanto, o foco principal e a dedicação da família é com os ervais. Por ano são, em média, 2,5mil arrobas. A colheita é bianual, ou seja, a cada dois anos ele colhe uma parte dos hectares de erva-mate. “Tem que gostar, pois daí dá certo”, frisa Seidel, ao se referir ao gosto de trabalhar com a cultura da erva-mate.

 

“A erva-mate pode ser uma cultura aliada das pequenas propriedades. Apesar de muitas famílias ainda fazerem o uso do cultivo consorciado, ou seja, cultivo da erva-mate com milho, ou aipim, o negócio tende a ser rentável principalmente se adensar a cultura da erva.”

ALEX GREGORY – Técnico agrícola da Emater/RS-Ascar

Saiba mais

  1. Levantamento do escritório municipal da Emater/RS-Ascar aponta um total de 1 mil hectares de erva-mate em Venâncio Aires.
  2. Mais de 500 produtores em Venâncio Aires cultivam a erva-mate na propriedade, porém, a grande parte não a tem como fonte principal.
  3. A colheita pode ser feita durante o ano todo, mas com preferência para a estação do inverno (período de dormência), mas com cautela quanto a momentos de geada evitando a queima dos brotos. “Lavouras a pleno sol evidenciam maturação das folhas em torno de 18 meses. A colheita em nossa região é bianual (a cada dois anos)”, observa o técnico agrícola Alex Gregory.
  4. Segundo o técnico agrícola, na hora do corte, para não perder o galho, é fundamental um corte em torno de 15 centímetro. Gregory ainda reforça que para evitar as rachaduras no galho o corte ideal é o bisel. E sempre deixar o lado maior voltado para fora favorecendo a estrutura de planta.
  5.  Conforme o técnico agrícola, o Programa Gaúcho para a Qualidade e Valorização da Erva-Mate visa dar visibilidade à cultura e que, com isso, torná-la o carro-chefe da propriedade. Além disso, visam incentivar a cobertura de solo e boas práticas de colheita.

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