A demanda de produtores por autossuficiência energética para a cultura do tabaco motivou uma parceria entre o Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Trata-se do projeto ‘Ações pela sustentabilidade florestal na cultura do tabaco’.
O objetivo é compartilhar com os produtores e o corpo técnico das empresas do setor tabacaleiro, boas práticas silviculturais para florestas energéticas destinadas à produção de lenha para cura e secagem das folhas. As ações envolvem a instalação de florestas demonstrativas, a produção de materiais técnicos e o compartilhamento de informações. “A ideia surgiu a partir da necessidade de que a gente pudesse compilar em algumas ferramentas de comunicação e de integração com os produtores, as melhores práticas relacionadas ao plantio das espécies de rápido crescimento, especialmente eucalipto e acácia-negra, mais utilizadas no sul do Brasil para produção de lenha usada na secagem do tabaco”, explica o engenheiro florestal Jorge Antonio de Farias.
Farias é professor da UFSM e coordenador do projeto. Ele relata que o trabalho começou em 2019, em 20 propriedades estrategicamente distribuídas por toda região produtora do Rio Grande do Sul. “São chamadas de unidades de referência e áreas onde estamos realizando na prática as nossas recomendações técnicas, que estão nos materiais compartilhados com os produtores e comunidade em geral. A intenção é que essas unidades sejam utilizadas para dias de campo, para mostrar os resultados e que os produtores levem informações para suas propriedades.”
Ainda conforme Farias, a expectativa é que, a partir de 2024, quando as florestas estiverem estabelecidas, fechando cinco anos, ocorra uma grande ação de extensão, levando os produtores para conhecerem as práticas. “Enquanto isso, o programa produz vídeos abordando separadamente as boas práticas, como escolha do local do plantio comercial, tipo de espécie para ser plantada, fertilização, espaçamento, rebrota e como conciliar floresta com pastagem. Esse material é público e está disponível na página do SindiTabaco”, informa.
Entre os municípios onde o projeto é realizado, estão Vera Cruz, Passo do Sobrado, Santa Cruz do Sul, Vale do Sol, Sobradinho, Canguçu, São Lourenço do Sul, Agudo e Restinga Seca.
“Cultivar espécies florestais energéticas para atendimentos às demandas de madeira e lenha é a estratégia do setor do tabaco para que a mata nativa seja preservada. A parceria tem o objetivo de garantir a eficiência no cultivo de eucaliptos, por meio do manejo correto de espécies de rápido crescimento. Por meio de unidades demonstrativas, estamos conseguindo indicar as melhores práticas aos produtores para a obtenção de lenha de qualidade no final do ciclo.”
IRO SCHÜNKE – Presidente do SindiTabaco
Pacto ambiental
• No início de outubro, durante evento em Santa Cruz do Sul sobre a temática ESG (sigla em inglês para Enviromenntal, Social and Governance), foi assinado o Pacto pela Valorização Ambiental Regional entre o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale), a Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul (ACI), a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e o SindiTabaco.
• O pacto tem como objetivo identificar e desenvolver ações socioambientais, atendendo a princípios apontados pela região e integrando poder público, associações, entidade, comunidade, empresas e órgãos de controle público para promover a integração de ações ambientais. Entre as ações coletivas estão o compromisso com a sustentabilidade ambiental, conservação da biodiversidade e monitoramento e avaliação. (Fonte: AI SindiTabaco)
Recolhimento de embalagens
Outra ação ambiental de destaque encabeçada pelo SindiTabaco, com apoio da Afubra, é o recolhimento de embalagens de agrotóxicos, desenvolvido desde o ano 2000. Municípios produtores de tabaco do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina são visitados, anualmente, em pontos de coleta na zona rural. No Paraná, iniciativas semelhantes realizadas pelas centrais locais são apoiadas pelas empresas associadas ao SindiTabaco.
O recebimento das embalagens segue um cronograma previamente estabelecido e, atualmente, está em Santa Catarina. Os produtores que aderem ao programa e entregam as embalagens com tríplice lavagem, recebem recibos, fundamentais para apresentação aos órgãos de fiscalização ambiental. (Fonte: AI SindiTabaco)