Samu avançado luta para sobreviver

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Foto: Carlos Dickow / Folha do Mate.
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Foi ao som de uma música fúnebre que, por aproximadamente 30 minutos, profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) – acompanhados por poucos populares – percorreram os cerca de 900 metros entre a esquina das ruas 15 de Novembro e Osvaldo Aranha e a base da Jacob Becker, no final da tarde de hoje. A caminhada teve como finalidade alertar a comunidade de que o serviço de UTI móvel está sendo desativado e pedir apoio para que a ambulância avançada não saia de circulação.

Dos 26 profissionais do Samu, 16 já estão cumprindo aviso prévio e deixarão de prestar serviços no próximo dia 17, às 23h59min. Tudo porque o Governo do Estado não vem repassando os valores de custeio da UTI móvel e a Prefeitura Municipal, que até agora arcava com os recursos, não tem mais fôlego para manter as atividades do setor. Durante a semana, uma comitiva de Venâncio Aires foi a Porto Alegre e, em encontro na Secretaria Estadual de Saúde, foi informada de que o Estado não irá quitar os atrasados – cerca de R$ 450 mil só para o Samu avançado – antes do final do ano. Tiveram apenas sinalização de que os valores podem ser pagos parceladamente (em 24 ou 36 vezes) a partir de janeiro de 2016.

Contudo, o cenário, que se apresenta desolador, não amedronta médicos, enfermeiros e condutores, que colocaram seus uniformes de trabalho e, empunhando cartazes que lembravam da importância do serviço de suporte avançado, foram às ruas lutar não apenas pela manutenção dos seus postos de trabalho, mas também pela continuidade de um serviço que, sabidamente, é responsável direto pela garantia da vida em momentos cruciais. “Essa causa é de todos vocês”, “Não se cale, um dia pode ser você o paciente” e “Queremos saúde de qualidade” foram algumas das frases de efeito escritas nos cartazes levados por todo o percurso. “Se com o Samu já é difícil, imagina sem ele! Prejudica a região inteira”, disse Marcos Ferreira, 27 anos, voluntário do Samu que está percorrendo Venâncio em busca de apoio.

NOVO ATO – Faltou, notadamente, a presença da comunidade e das forças políticas do município na mobilização de ontem. Durante o trajeto, as pessoas paravam e aplaudiam a atitude dos funcionários do Samu e os condutores de veículos buzinavam também em sinal de incentivo, mas fora isso, deu para contar nos dedos os participantes que não eram profissionais da área. Por isso, neste domingo ocorrerá um novo ato. Desta vez, a concentração será às 16h, na praça da Igreja Matriz. A intenção é contar com a colaboração, especialmente, de trabalhadores do comércio que não puderam deixar seus trabalhos ontem em razão do horário da caminhada.

Foto: Carlos Dickow / Folha do Mate.


Carlos Dickow

Carlos Dickow

Jornalista, atua na redação integrada da Folha do Mate e Terra FM.

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