Mais de cinco meses depois da inauguração da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Pediátrica do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), segue a expectativa para o início dos atendimentos. A garantia da abertura vem sendo dada há mais tempo pela Administração de Venâncio Aires e o prefeito Jarbas da Rosa já havia confirmado que o Executivo vai bancar o complemento dos recursos necessários para implementar o serviço. Um ‘empurrãozinho’ importante foi dado na quinta-feira, 22, quando o presidente do Legislativo, Gerson Ruppenthal (PDT), oficializou repasse de R$ 300 mil de sobra orçamentária da Câmara de Vereadores. “Que essa contribuição da Câmara possa ajudar, já que temos esse auxílio na saúde, e para uma UTI Pediátrica, o que é muito importante”, destacou Ruppenthal.

Com a confirmação desse valor, o Município reiterou que a unidade será aberta e até arriscou apontar um prazo (fim de julho), conforme mencionado pelo Secretário de Saúde de Venâncio Aires, Tiago Quintana, quando perguntado sobre o assunto no programa Folha 105 1ª Edição, da Terra FM 105.1, na quinta. “Julho, fim de julho, é que são muitas variáveis. Se o hospital falar que fez todas as propostas aos intensivistas e eles não querem ou não tem profissionais suficientes, aí não depende só da nossa vontade”, ponderou Quintana. Um ponto em avanço é o contrato entre HSSM e Prefeitura, que está sendo elaborado, por isso o desafio agora é garantir a vinda dos profissionais. “Já houve acerto entre hospital e Prefeitura. Agora estamos abrindo processos seletivos para todas as áreas e o prazo para abrir a UTI vai depender da oferta de mão de obra”, destacou o administrador do hospital, Luís Fernando Siqueira.
Pelo projeto original, precisam ser contratados 57 novos profissionais (12 enfermeiros, 37 técnicos em Enfermagem, um administrativo, dois higienistas, um farmacêutico, um psicólogo, um terapeuta ocupacional, um assistente social e um nutricionista), além de horistas em especialidades diversas (responsável técnico, plantonista, rotineiro, cirurgião pediátrico, anestesista, cardiologista pediátrico, fonoaudiólogo, dentista e fisioterapeuta). A seleção ocorre para todas essas áreas.
Custos
Hoje, se fala que o custeio mensal da UTI já passa de R$ 500 mil. Pelo projeto apresentado ao Estado ainda em 2021, eram estipulados R$ 478,7 mil mensais necessários para manter os 10 leitos – ocupados ou não. Considerando o montante da época, a Prefeitura precisa aportar mais da metade do que falta, já que o Estado se comprometeu a mandar R$ 205 mil.
Conforme Tiago Quintana, dos R$ 205 mil indicados pelo governo estadual, R$ 40 mil são do Assistir, programa de incentivo também destinado às UTIs. Os outros R$ 165 mil são uma ajuda provisória, até que haja a habilitação dos leitos junto ao Ministério da Saúde – o que pode levar meses -, quando, então, a União deve se responsabilizar pelo envio da maior parte do dinheiro.
Independe disso, o secretário disse que irão ‘para briga’ por um financiamento adequado, sem causar déficit para o hospital. “Vamos brigar no Estado e União e contamos com outras fontes, como sobras da Câmara e emendas parlamentares. O desafio é manter aberto e vamos nos somar a outros hospitais que estão correndo atrás para manter o serviço.”
Entre as outras fontes possíveis para ajudar na manutenção da UTI, estão os R$ 250 mil que o HSSM têm para receber, em parcela única, do programa estadual Inverno Gaúcho com Saúde. A instituição de Venâncio está na relação dos hospitais que têm até 10 leitos de UTI Pediátrica, mas, como a unidade ainda não abriu, o repasse estaria condicionado ao funcionamento dela.