Mais de 90% dos atendimentos do hospital de Venâncio em 2022 foram pelo SUS

-

O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) chegou, em 2022, a um percentual histórico em relação aos atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Do total de pessoas atendidas no ano passado, 90,77% foram pelo SUS. O número, apresentado durante assembleia geral na última semana, chama atenção porque, sendo a casa de saúde uma instituição filantrópica, a obrigação legal é de 60%. De acordo com o gerente administrativo do HSSM, Jonas Kunrath, vem acontecendo um aumento gradual de atendimentos pelo SUS e, nos últimos cinco anos, o percentual já vinha acima de 80% – em 2021, por exemplo, chegou a 87,51%. Os 90,77% do ano passado equivalem a 42.638 pessoas atendidas pelo SUS.

O presidente do HSSM, que na semana passada teve o mandato ampliado por mais 60 dias (tempo previsto para inscrição de chapa candidata à nova diretoria), também comentou esse percentual. Para Juliano Angnes, o aumento da demanda SUS acabou contribuindo para o déficit do ano, que chegou a quase R$ 10 milhões em 2022. “Creditamos que a questão econômica fez com que as pessoas migrassem do particular e convênios para o SUS, que é gratuito. Hoje atendemos mais de 90% SUS e isso acaba sendo demonstrado no déficit anual. A gente sabe que os repasses são insuficientes para custeio, então a busca de emendas e ajuda da comunidade são sempre importantes para seguir com bom atendimento, que é a marca do nosso hospital.”

Dados gerais

Ao longo de 2022, a maior parte dos números teve acréscimo (veja box). Entre eles, a quantidade de pessoas atendidas no Pronto Atendimento (PA): 30.902, um aumento de 60,51%. O único ponto que diminuiu foi o total de roupas processadas: 283,9 mil quilos, 9,11% a menos que em 2021. Ambas as particularidades têm relação com a pandemia. Há dois anos, o PA ficou meses fechado, pois virou uma grande unidade Covid, com leitos de suporte intensivo e ventilatório. Quanto às roupas, devido às internações pela doença, a demanda também foi muito maior no período.

Prestação de contas 2022 – Dados gerais

• 5.950 internações – aumento de 8,98%

• 30.902 pessoas atendidas no PA – aumento de 60,51%

• 214.207 refeições servidas – aumento de 8,50%

• 283.910 quilos de roupas processadas – queda de 9,11%

• 3.329 cirurgias – aumento de 7,73%

• 816 nascimentos – aumento de 8,92%

R$ 167.593,75 – Foi o déficit do HSSM em 2021. Esse ‘pequeno’ montante tem relação com a pandemia. De acordo com o hospital, a explicação passa pelo ingresso de recursos para manutenção de estruturas destinadas a pacientes Covid, pela diminuição de outros atendimentos (também devido às questões da pandemia) e pela manutenção dos repasses estaduais, federais e municipais destinados às ações de urgência e emergência, por força de portarias especiais.

Com déficit de R$ 9,6 milhões, espera é pelo envio de emendas

Durante a assembleia geral, também foi confirmado um déficit de R$ 9.641.966,20 ao longo de 2022, número que já vinha sendo projetado ainda no segundo semestre do ano passado. Em novembro, durante coletiva de imprensa, a diretoria lembrou da dívida histórica e que alcançava cerca de R$ 17 milhões. Só as despesas mensais mais os juros bancários somavam cerca de R$ 5 milhões, enquanto as receitas giravam em torno de R$ 4 milhões.

Como já aconteceu em anos anteriores, novamente uma alternativa possível aos olhos da direção para atenuar o problema financeiro é o ingresso de emendas parlamentares. Para 2023, como resultado de duas idas a Brasília (novembro e fevereiro) que mobilizaram representantes do hospital, do Executivo e Legislativo, há expectativa pelo repasse de R$ 2,035 milhões indicados por deputados federais do Rio Grande do Sul – R$ 384,423 mil de investimento e R$ 1,651 milhão de emendas de custeio (em que o hospital tem liberdade de aplicar como considerar melhor).

Conforme o gerente administrativo do HSSM, Jonas Kunrath, o cadastramento das propostas foi realizado, mas não se tem previsão de repasse, ainda, por parte da União, o que deve ocorrer até o fim do segundo semestre. “Houve a indicação dos deputados e houve o cadastro das propostas de emenda dentro do sistema do Fundo Nacional de Saúde, que gerencia toda essa questão de critérios técnicos e de legislação para, só então, autorizar o Ministério da Saúde a realizar os repasses.” Ele complementa que o envio do dinheiro depende dessa análise técnica do fundo, de orçamentos e de organização política a nível nacional. Mas, por ora, é expectativa é pelo repasse.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

Clique Aqui para ver o autor

Oferecido por Taboola

    

Destaques

Últimas

Exclusivo Assinantes

Template being used: /bitnami/wordpress/wp-content/plugins/td-cloud-library/wp_templates/tdb_view_single.php
error: Conteúdo protegido