“Disseram que só queriam fugir e até pagaram pelas despesas”, conta família feita refém por assaltantes do Sicredi

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Uma família que reside na localidade de Volta dos Freitas, no interior de General Câmara, viveu horas de tensão nas mãos de dois desconhecidos. No domingo, 11, à noite, um casal e seus dois filhos ficaram mais de três horas sob a mira de duas armas longas. Os assaltantes usaram o celular de uma das vítimas para manter contato com comparsas, que vieram resgatá-los. Antes de fugir, deixaram R$ 700 para cobrir as despesas, já que se alimentaram e levaram dois celulares.

Uma das vítimas – o filho do casal – prestou depoimento, segunda-feira, 12, à tarde, na Delegacia de Polícia. O homem de 41 anos – que saiu daquela localidade e hoje mora e trabalha em Canoas – declarou que estava visitando a família e que no domingo havia saído de moto, com sua mãe. Ao voltar para casa já estava escuro e eles estranharam que a moradia estava com as luzes apagadas. Quando entraram, foram rendidos por dois homens armados. O pai e a irmã estavam sentados em cadeiras, sem poder olhar para os assaltantes.

A dupla se identificou como integrantes da quadrilha que assaltou o Sicredi de Vale Verde e disse que não faria nada com eles. “Só disseram que queriam fugir e que estavam com muita fome, pois estavam há dias sem comer”, mencionou a vítima. Eles comeram o que tinha na casa e depois pegaram o celular do homem.

Conforme a vítima, durante as mais de três horas que ficaram lá, tentaram recarregar a bateria dos seus celulares e como não conseguiram, desinstalaram seu WhatsApp, trocaram de chip e depois começaram a trocar mensagens com os comparsas. Ele recorda que um veículo entrou na propriedade e ele e seu pai foram levados para fora de casa, para ter certeza de que a pessoa que veio resgatá-los, estava sozinha. Como a propriedade estava às escuras e o veículo com as luzes ligadas, o homem não conseguiu ver que veículo era. Também não viu maiores detalhes da dupla, que usava camisetas para esconder os rostos e a todo momento dizia para eles ficarem de cabeça baixa.

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Antes da dupla fugir, o homem de 41 anos, seu pai e sua mãe foram amarrados. “Queriam amarrar a minha irmã também, mas pedi que não a amarrassem, pois ela tem problemas mentais e então não a amarraram”, explicou a vítima. Ainda segundo o seu relato, o assaltante deixou R$ 700 sobre a mesa, mencionando que era para cobrir as despesas, já que tinham comido e levaram dois celulares junto. “E também estragaram a porta da casa do meu pai”.

Pouco depois que os assaltantes fugiram, diversos brigadianos chegaram na propriedade. Estavam a pé e ao se aproximarem, anunciaram que era a polícia e mandaram todos sair. O homem de 41 anos e seu pai saíram da casa, se identificaram e explicaram o que tinha acontecido. De acordo com ele, os R$ 700 foram recolhidos. “Nunca tinha passado por isso. Foi muito ruim ver meus pais naquela situação”, definiu.

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Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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