
Os seres humano que podem verbalizar suas dores sabem muito bem o quanto é angustiante a dor física ou emocional. E, em algum momento da vida, todos já passaram por esta experiência, mesmo que um ‘joelho ralado’, quando criança. Agora, imaginem-se preso em um saco de lixo, jogado ao ‘leo’, e pior, ainda bebezinho?
O título pode parecer apelativo, mas esta é a realidade de animaizinhos indefesos, cada vez mais presente no meio dos ‘humanos’ – e bem aqui – em Venâncio Aires. São atitudes como estas que nos últimos dias povoaram as redes sociais. Felizmente estes ‘serzinhos’ foram salvos por populares, socorridos pela ONG Amigo Bicho, e encaminhados para adoção ou lares temporários. Infelizmente, estas atrocidades nem sempre são percebidas a tempo de se identificar o autor do crime. Sim, maus-tratos e abandono configuram crime e são enquadrados em lei.
Maus-tratos e a leiO delegado Felipe Staub Cano confirmou ao colega Alvaro Pegoraro, que há registros de maus-tratos e abandono de animais na Delegacia de Polícia de Venâncio Aires. Em um dos casos, no fim do ano passado, segundo o delegado, um cão morreu depois de ficar amarrado ao sol, sem água e comida. Em outro caso, na semana passada, cãezinhos recém-nascidos foram abandonados na rua. O delegado explica que se o praticante dos maus-tratos for identificado, responderá a um Termo Circunstanciado. A pena, nestes casos, varia de três meses a um ano de reclusão e multa. Caso o animal venha a morrer, a pena aumenta de um sexto a um terço.
AbandonoHá àqueles que ficam amarrados ao relento do sol, nas antigas moradas quando os donos mudam de residência. Fato que pôde ser presenciado, dias atrás, por esta repórter, e encaminhado aos órgãos competentes. Outros, por falta de cuidados, buscam as ruas à procura de alimento, água, ou mesmo atenção. E, neste vai e vem, os acidentes podem acontecer e colocar em risco a vida dos condutores e dos amigos de quatro patas. Afinal, o lar e o carinho daqueles que amamos é o melhor bem que se tem – para os estimados também!
‘Menina’ ganhou uma nova família

A ‘Menina’, nome que recebeu de sua tutora Viviane Pegoraro, vai completar 1 ano, no dia 26 de feverereiro. Ela, ainda pequenina, perambulava pela rua e sofreu atropelamento. A pet teve o “músculo diafragma rebentado e assim os órgãos do aparelho digestivo e respiratório poderiam se misturar e provocar a morte”, conforme postagem na época pela ONG Amigo Bicho. O animalzinho passou por procedimento cirúrgico, foi para lar temporário e, posteriormente, teve a sorte de encontrar um novo lar. E, ainda, um amiguinho – o ‘Guri’, de 1,6 ano, também adotado – com quem divide os espaços da casa, e o carinho da família. Sorte que nem todos têm. Viviane adverte, no entanto, quanto à importância da adoção ressaltando que o ato é para a vida toda. No entanto,“o sentimento de gratidão, por parte dos adotados é uma realidade”, expressa.
Eles manifestam a gratidão e passam a fazer parte da família, porém deve-se ter consciência que é para a vida toda” – Viviane Pegoraro – tutora da Menina
Saiba maisSegundo pesquisas de um grupo de neurocientistas canadenses, em 2015, cães e gatos assim como outros animais, são seres sencientes, dotados de sistema neurosensitivo, que os fazem receptivos aos estímulos externos e ambientais, e os impinge à condição de vítima em casos de crueldade, sofrimento, agressão, atentado à vida, à saúde ou a integridade física ou mental. Os animais também sentem alegria e tristeza e podem apresentar as mesmas enfermidades dos humanos, é o caso do processo de depressão. A falta de felicidade pode ter consequências graves e isso justifica quando algum animal que enfrenta a morte de seu tutor falece em seguida. (Fonte: Cães e gatos)
Lei nº 9.605 de 1998 – Art. 32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: … § 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.