
Por trás de um sorriso doce de criança, olhar inocente e rosto bonito, Luisa Maqueli Arenhardt, 11 anos, carrega, desde que nasceu, uma história de muita luta pela vida. Embora portadora de duas síndromes raras e sem cura, a Klippel-Trenaunay, que compromete a circulação, e a outra, Proteus, que faz os ossos não pararem de crescer, Luisa não deixa de levar a vida com autoestima e gratidão.
Não foram os empecilhos no caminho que fizeram Luisa desistir de sonhar, de ver brilho e um colorido em grande parte do que a cerca. Desde 1 ano e 11 meses, a menina já passou por seis cirurgias. Em uma delas, parte do pé esquerdo foi amputado e apenas há dois meses pôde adquirir o primeiro par de calçado, pois, até então, devido a uma das síndromes, não podia utilizá-lo. No lugar, fazia uso de meias de tricô. No momento, para se locomover, precisa de duas muletas.
Mesmo cheia de autoestima, a rotina da menina não é fácil. Quase todos os dias se depara com sangramentos na perna e no pé, e até mesmo a coluna é prejudicada em função do crescimento de uma das pernas.
Luisa estuda no quinto ano na escola Monte das Tabocas e divide sua rotina com os pais édila e Luis Henrique Arenhardt, e os irmãos Arthur, que é irmão gêmeo; Augusto, 20 anos, e Larissa, 16 anos. Muito apegada a Arthur, ela não abre mão de brincar e se divertir na companhia dele todos os dias. “Eu quero muito poder um dia jogar basquete com ele, correr e fazer coisas que hoje eu não posso”, comenta.
LUTAApaixonada por livros infantis, carrega dentro de si vários sonhos. Um deles, ser farmacêutica, para poder, de alguma forma, ajudar o próximo, assim como muitas pessoas a ajudaram.
Enquanto há quem sonha em adquirir bonecas, brinquedos modernos e roupas bonitas, outro dos vários sonhos da menina é simples, mas, para ela, é o mais importante. Com o auxílio da mãe, fala com água nos olhos: “Um dos meus maiores sonhos é poder um dia usar calçados iguais e andar sem muletas.”

édila, mãe de Luisa, comenta que a menina desde cedo passou por momentos muito difíceis na vida, mas assim como todos da família, sempre teve muita fé. A luz de esperança jamais se apagou.
Embora a mãe tenha ouvido de muitos médicos que não valia a pena fazer cirurgias e que o caso era, de fato, complicado, jamais desistiu da vida e de lutar junto com ela. “Eu sempre fiz de tudo para ver a Luisa bem e não me arrependo de nenhuma cirurgia que ela fez, porque se a gente não tentasse, como saberíamos se daria certo ou não?”, comenta a mãe.
Há cerca de três anos, Luisa participa de um grupo de oração. édila conta que a ideia de fazer parte surgiu em uma época que a saúde da garota estava muito prejudicada.
Luisa não nega que as principais motivações da vida dela são os amigos e a família. A mãe comenta: “Não foi fácil, mas superamos tudo com muita força de vontade, e desistir nunca passou pela minha cabeça. O que conforta o meu coração é que nunca faltou fé e bons amigos. Sempre peço para os meus filhos que eles mantenham entre eles o amor e a humildade.”
DOAçõESEmbora Luisa tenha adquirido, através de doações, uma prótese, ainda precisará fazer tratamentos e, poderá passar por outra cirurgia. Quem deseja contribuir com alguma doação em dinheiro, pode fazer o depósito na agência 0957 do Banrisul; conta 35.116468.0-9 em nome de Luísa Maqueli Arenhardt.
Solidariedade
Durante o mês de outubro, a história da menina Luisa sensibilizou e mobilizou muitas pessoas, inclusive foi criada uma campanha pela comissão organizadora da Festa Nacional do Chimarrão e foi através da campanha que Luisa conseguiu dar mais um passo de sucesso. Daqui a duas semanas terá em mãos uma prótese para ser colocada no pé. Feliz com a iniciativa, tanto ela quanto a mãe agradecem. A família também está na expectativa para uma viagem a São Paulo onde ela realizará um tratamento especial. Mesmo que tenha passado por muitos momentos não tão agradáveis na vida, Luisa e édila, assim como todos os outros da família, apenas carregam a certeza de que a fé, o amor e gratidão são capazes de amenizar qualquer dor. “Eu tenho certeza que vai dar tudo certo com a Luisa e eu me conforto por saber que eu fiz tudo o que eu podia para ela, e sei que, apesar de tudo, ela é uma menina feliz”, conta a mãe.