Após a Brigada Militar e o Departamento de Trânsito anunciarem ações ao longo do ano com motoboys, com objetivo de fiscalizar a categoria, esta semana, profissionais da área se manifestaram e mostraram indignação por não receberem apoio para regulamentação da profissão e acabarem desassistidos e punidos.
Na quinta-feira, 9, Brigada Militar, juntamente com o Departamento de Trânsito e a Polícia Rodoviária Estadual abordaram profissionais que atuam como motoboys ou motofrete em Venâncio Aires. De início as ações, segundo os órgãos de segurança, são principalmente de orientação e educação, para evitar estas infrações de trânsito. Foram 64 motoboys abordados na ação e o número de autuações foi de 17.
Na manhã de sexta-feira, 10, Paulo Roberto Fagundes, de 38 anos, que trabalha há 12 anos com motofrete, procurou a Folha do Mate para falar sobre a situação vivida pelos profissionais da área em Venâncio Aires. Ele relata que há muitos anos luta junto à Prefeitura de Venâncio Aires e Câmara de Vereadores para a regulamentação da profissão no município. Somente na Prefeitura, afirma ter protocolado cinco pedidos, alguns entregues diretamente ao Departamento de Trânsito, mas nada foi feito. “Estamos desassistidos. Nenhum órgão nos apoia, só cobram”, lamenta.
Fagundes diz que é necessário um amparo a esses profissionais, que prestam serviço a tantos estabelecimentos do município, mas não tem apoio e segurança de nenhum deles. Atualmente, outros 15 motoboys trabalham junto dele, todos com registro de Microempreendedor Individual (MEI). Ele sempre orienta que os profissionais façam o curso de motofretista, já almejando uma regularização e necessidade futura, investimento de R$ 400 em média.
O que Fagundes solicita é que haja uma forma de regulamentação da profissão no município, para que os profissionais estejam amparados de alguma forma. “Somos sozinhos. Muita gente reclama da nossa velocidade no trânsito, mas são os mesmos que dão uma nota ruim se o lanche atrasa. E quem ouve sempre somos nós”, desabafa.
Ele observa que um projeto é necessário para que os profissionais sejam valorizados, que todos sejam ouvidos para buscar uma solução. “Ninguém quer arriscar a vida por R$ 8. Não temos um suporte para resolver isso, quem paga é o motofretista. Somos punidos, mas nunca ouvidos”, complementa.
Sobre a exigência da placa vermelha nas motocicletas, o que motivou, segundo ele, infrações aos motoboys, diz que é algo que prejudica os profissionais, já que para emplacar é necessário que a moto seja nova, de 2018 em diante. O coordenador do Departamento de Trânsito de Venâncio Aires, Luciano Teixeira confirma que esta exigência está imposta na legislação de trânsito, mas que neste primeiro momento não está sendo exigida, já que o Município está atuando somente sobre requisitos básicos.