Você sabe o que acontece com o lixo que é recolhido da sua casa? É dessa pergunta que os alunos da Escola Estadual Nossa Senhora Perpétuo Socorro, de Linha Travessa, foram buscar a resposta quando visitaram a Usina de Triagem de Venâncio Aires, localizada em Linha Estrela, na manhã da quinta-feira, 9. A atividade integrou a programação da Semana do Meio Ambiente, promovida pelo município.
A visita teve a intenção de fazer os alunos visualizarem e entenderem todo o processo do lixo, que após sair das casas, não é despejado diretamente em um aterro. O presidente da CRC Cooperativa Coatralto, que gerencia a usina, Francisco Leopoldo dos Santos, foi quem explicou todo o caminho que o lixo percorre, as separações e o destino do que é rejeito, e não consegue ser encaminhado para a reciclagem pelos 21 cooperados que trabalham na usina.
Arthur Caetano, 12, anos foi um dos alunos do 6º ano que participou da visita. Foi a primeira vez do estudante na usina e o que mais impactou foi ter visto todo o lixo produzido em Venâncio em um único lugar. “Com certeza vou levar junto comigo o que aprendi hoje, e vou falar em casa também para que todos saibam ainda mais da importância de deixar tudo separado e descartar nos locais certos.”
Quem acompanhou os alunos foram as professoras Leila Baierle, 48 anos; Catarina de Oliveira, 50 anos; e Angélica Kessler, 25 anos. “O que mais me chamou atenção foi as 44 separações que conseguem fazer com todo lixo que chega, conhecíamos as mais simples, papel, vidro, plástico e metal, mas são muitas além”, destaca Leila.
Segundo as professoras, a maioria dos alunos nunca tinha visitado o local e o intuito foi provocar esse olhar de reflexão, conscientização e impacto nas crianças com as informações e a rotina da usina. Inclusive, o valor pago pelo passeio foi uma economia da própria escola, que faz a venda de material reciclável recolhido em uma gincana.
O prefeito de Venâncio Aires, Jarbas da Rosa, e o secretário do Meio Ambiente, Nilson Lehmen, também participaram da visita. O chefe do Executivo comenta a importância deste tipo de atividade com os alunos, para que aprendam desde cedo sobre reciclagem, destinação correta do lixo e a fazer o bem ao meio ambiente. “Não existe o ‘jogar fora’, todo lixo tem um destino e é legal que as crianças tenham essa consciência”, reforça Lehmen.
- 100 toneladas é a quantidade de lixo que é encaminhado para a reciclagem, em um mês, após a separação na Usina de Triagem.
- Por dia, cada venâncio-airense descarta, em média, cerca de 500 gramas de lixo.
Alunos tiraram dúvidas sobre o trabalho da usina
Os cerca de 30 alunos participantes da visita puderam esclarecer as dúvidas e entender mais sobre todo o processo do lixo dentro da usina. O presidente da CRC Cooperativa Coatralto, Francisco Leopoldo dos Santos, foi quem fez o papel do ‘professor’ na visita e respondeu todas elas. Ele explicou que o lixo tem três tipos: o não reciclável, o orgânico e o reciclável. No que pode ser reciclado, os integrantes da cooperativa que atuam na usina separam em cores, tamanhos e tipo do material para que seja vendido posteriormente e gere renda para os trabalhadores. Já o chamado rejeito, que não tem como reutilizar, composto em grande parte por lixo orgânico, vai para um contêiner. Por dia, são descartadas em torno de 30 a 35 toneladas de rejeito, levados para o Aterro Sanitário de Minas do Leão, em transporte pago pela Prefeitura. Diariamente, são preenchidos quatro contêineres de rejeitos e lixo orgânico.
Reciclável
A boa notícia é que conseguem reciclar de 80% a 90% de todo lixo seco que chega na usina. O principal vilão da reciclagem, segundo Santos, são as sacolas plásticas, que vêm diariamente em grande quantidade e não podem ser reaproveitadas.
O presidente da cooperativa enfatiza que toda visita feita na usina é importante para que se entenda como é feito o descarte. “Para nós é relevante que vejam que tudo é separado e nada desperdiçado, que dá trabalho e que uma separação correta ajuda bastante.”
Cooperativismo
1 O presidente da CRC Cooperativa Coatralto, que atua na Usina de Triagem, destaca que a cooperação dos trabalhadores é a parte mais importante e também contribui com o Município, já que, separando o lixo, agrega renda para cada trabalhador.
2 Além disso, contribui com a diminuição do volume de lixo levado ao aterro, o que também gera menos custos.
3 Por mês, a usina consegue ter renda de cerca de R$ 34 mil. O valor paga os gastos como luz, impostos, maquinário, profissionais envolvidos e tudo que for necessário, e o restante é dividido entre os cooperados, de maneira igual.
4 Já são 23 anos da cooperativa.
