Venâncio Aires é o quarto maior poluidor da bacia hidrográfica Taquari-Antas

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Foto: Juliana Bencke / Folha do MateReunião do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas ocorreu na sexta-feira
Reunião do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas ocorreu na sexta-feira

Um problema que passa despercebido, coloca Venâncio Aires entre os quatro municípios que mais poluem a água, entre as 120 cidades abrangidas pela bacia hidrográfica Taquari-Antas. Mais do que gerar uma estatística negativa para o município, a falta de tratamento de esgoto põe em risco a saúde pública. Com classificação 4, a água do Rio Taquari-Antas e de seus afluentes é considerada imprópria para consumo humano e animal e até mesmo irrigação.

O assunto foi discutido na sexta-feira, 3, durante reunião do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas. O encontro, realizado na Câmara dos Vereadores de Venâncio Aires, reuniu representantes da população, de prefeituras, do Ministério Público e de empresas usuárias de recursos hídricos, como concessionárias de energia e companhias de abastecimento de água. 

Ao todo, 120 municípios gaúchos são banhados pelo Rio Taquari-Antas e seus afluentes, cuja água foi enquadrada na classe de qualidade 4 – a pior possível –, em diagnóstico realizado em 2012. Conforme o presidente do comitê, Júlio César Salecker, o esgoto urbano e a carga orgânica rural são os principais responsáveis pelo problema. 

Sem um sistema de tratamento de esgoto em funcionamento, Venâncio Aires contribui de forma significativa com a estatística. Fica atrás, apenas, de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Lajeado quanto à poluição da água. “A bacia Taquari-Antas é que mais tem problemas de saúde relacionadas à água, no Rio Grande do Sul”, lamenta Salecker. 

De acordo com ele, a proposta do comitê é de que, até 2022, a bacia atinja a classe 3 e dez anos depois, enquadre-se na categoria 2 – o que exige uma força-tarefa do governo, da população e de empresas. 

Precisamos saber o que está sendo feito pelos municípios para mudar essa realidade. Buscamos água em quantidade e qualidade.”Júlio César Salecker, presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas

Estratégias

Com a obra na reta final e previsão de entrar em funcionamento este ano, a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no bairro Morsch, deve marcar o início do trabalho em busca da qualidade da água no município. De acordo com o superintendente regional da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), José Roberto Ceolin Epstein, o objetivo é que, em 20 anos, a Capital do Chimarrão conte com 80% de cobertura do sistema de esgotamento sanitário. 

Epstein lembra que a população será peça fundamental para efetivar o sistema de tratamento de esgoto, inclusive, porque serão necessário realizar a ligação da rede coletora com as residências. 

O tratamento de esgoto é um novo serviço que será oferecido, por isso, vai gerar um aumento na conta de água. Entretanto, isso valoriza o imóvel, reduz custos com saúde, preserva o meio ambiente e melhora a qualidade de vida.” José Roberto Ceolin Epstein, superintendente regional da Corsan. 

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateSem destinação correta do esgoto, Rio Taquari e afluentes sofrem com a poluição
Sem destinação correta do esgoto, Rio Taquari e afluentes sofrem com a poluição

Bacia Taquari-Antas

Bacia hidrográfica é a região de drenagem de um rio principal e seus afluentes, onde as águas subterrâneas, da chuva, das montanhas ou de outros rios escoam em direção a um determinado curso d’água.

O Rio Taquari-Antas nasce no extremo leste da bacia com a denominação de Rio das Antas até a foz do Rio Carreiro, quando passa a ser chamado de Taquari, desembocando no Rio Jacuí. Possui uma extensão de 546 quilômetros, desde as nascentes até a foz. Por 359 quilômetros é denominado Rio das Antas e por 187 quilômetros, Rio Taquari.

Classes da água e utilização

Especial – Consumo humano, com desinfecção; preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral. Classe 1 – Consumo humano, após tratamento simplificado; proteção das comunidades aquáticas; recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho; irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; proteção das comunidades aquáticas em terras indígenas. Classe 2 – Consumo humano, após tratamento convencional; proteção das comunidades aquáticas; recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho; irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; aquicultura e atividade de pesca. Classe 3 – Consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; pesca amadora; recreação de contato secundário; dessedentação de animais. Classe 4 – Navegação e harmonia paisagística *Fonte: Resolução 357 do Ministério do Meio Ambiente, de 17 de março de 2005.



Juliana Bencke

Juliana Bencke

Editora de Cadernos, responsável pela coordenação de cadernos especiais, revistas e demais conteúdos publicitários da Folha do Mate

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