As indústrias tabacaleiras locais intensificam em fevereiro a compra de tabaco e com isso a contratação de safreiros também deve ganhar novo fôlego. A compra foi iniciada dia 15 de janeiro. A estimativa do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Fumo, Alimentação e Afins de Venâncio Aires é de que até cinco mil safreiros sejam empregados ao longo de 2018.
De acordo com o administrador do sindicato, Ricardo Sehn, o tempo médio de contração dos temporários deve ficar em torno de quatro meses. Contudo, ele explica também que os contratos variam de dois a oito meses.
Ainda de acordo com Sehn, em janeiro as empresas locais contrataram igual número de safreiros admitidos no mesmo mês do ano anterior. “As projeções são de que neste ano seja empregado o mesmo número de temporários que em 2017”.
O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias do Fumo e Afins (Fentifumo), José Milton Kuhnen, acredita que em Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul sejam contratados de 11 a 12 mil trabalhadores safreiros. Para ele isso representa até mesmo um pequeno acréscimo de contratos com relação a 2017. Ainda, segundo ele, esses trabalhadores são considerados essenciais para a economia das cidades. “São pessoas que gastam a maior parte do seu salário nas suas próprias comunidades. Por isso, a importância de serem valorizados”.
A maior empresa do setor em Venâncio Aires é a Alliance One. Em nota, a companhia informou que as contratações iniciaram em janeiro e o processo de recrutamento e admissões continua durante fevereiro e março. “Isso é uma demanda normal neste período, sendo o processamento de tabaco a maior área requisitante. A previsão é de que tenhamos um número de empregados, bem como o período de processamento, semelhantes à última safra”, diz o texto.
Segundo a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) a atual safra – 2017/2018 – deve render 588,5 mil toneladas de tabaco nos três estados do Sul do Brasil. Menor que o ciclo anterior que ficou em 695 mil toneladas..
Safreiro

Um dos trabalhadores que já está garantido para este ano é Altair Roberto Stumm, 50 anos. Ele já havia atuando no ano passado em uma fumageira da cidade e foi recontratado em 2018. Ele atua desde a semana passada no setor de recebimento do tabaco. O trabalhador, que reside em Linha Coronel Brito, estima que seu contrato dure de seis a oito meses. “Gosto do que faço e por isso retornei”.
Safreiro e a lei
O contrato de safreiro – os trabalhadores temporários – tem duração variada. O safreiro deve ser registrado em Carteira de Trabalho e em Livro ou Ficha de Registro. Durante a vigência do contrato terá todos os direitos trabalhistas e previdenciários. A jornada de trabalho do safreiro é a mesma aplicada aos demais empregados, ou seja, 44 horas semanais, não podendo ultrapassar a oito horas diárias.