A derrota da Assoeva para o Atlântico, que representa a quarta em apenas dez dias, simboliza o fim de uma das temporadas mais difíceis da história do clube de Venâncio Aires. A sequência de desafios enfrentados pela equipe ao longo do ano pode ser explicada por diversos fatores, sendo o mais significativo a grave crise financeira que o time ainda atravessa. Porém, a sucessão de eventos que culminou nesta situação tem raízes mais profundas, com decisões e acontecimentos internos que ajudaram a fragilizar o projeto da Assoeva.
O primeiro grande golpe veio com a saída do técnico Fernando Malafaia. A proposta irrecusável do Corinthians, somada a motivos pessoais, fez com que o treinador deixasse o clube em um momento crucial. A saída de Malafaia, que havia montado uma equipe com boas perspectivas, marcou o início de um ciclo de instabilidade. A perda de outros nomes importantes, como o ala Vini Scola, que alegou aposentadoria mas continuou em atividade, e o pivô Dill, que não entregou o desempenho esperado, enfraqueceu ainda mais o elenco.
Outro fator determinante foi a renúncia do presidente Marcelo Fonseca, que optou por concorrer a uma vaga na Câmara de Vereadores. A escolha de Cristiano Boneco para sucedê-lo não se mostrou acertada e agravou a gestão da equipe. Em meio a essas dificuldades, a Assoeva ainda conseguiu evitar o rebaixamento na Liga Nacional, o que já era um grande alívio em um ano de tantos desafios. Contudo, a saída de jogadores-chave, como o capitão Romarinho, enfraqueceu ainda mais o time, e a situação tornou-se cada vez mais complicada.
Apesar disso, o técnico Vandré da Costa demonstrou uma habilidade admirável ao conduzir a equipe até duas semifinais. No entanto, a falta de recursos e a perda de jogadores fundamentais não permitiram que a Assoeva fosse competitiva o suficiente para vencer o Atlântico nas duas competições em que se encontraram. O que se viu, então, foi um time guerreiro, mas limitado, que lutou até onde pôde, mas não teve a força necessária para superar um adversário mais bem estruturado.
Agora, com a temporada chegando ao fim, é preciso reconhecer que, apesar da queda nas quadras, o trabalho não está encerrado. A Assoeva ainda enfrenta muitos desafios fora de quadra e o futuro do clube depende de um esforço para resolver suas pendências financeiras. Depois disso, é necessário buscar lideranças dispostas a trabalhar pela Assoeva, para que em 2025 possamos ter futsal em Venâncio Aires.