Desmonte do setor de tabaco

Entidades que representam os produtores de tabaco se uniram e divulgaram uma nota oficial na qual alertam para o que chamam de “desmonte no setor produtivo do tabaco.”
A nota é assinada pelos presidentes das Federações dos Trabalhadores Rurais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná (os três maiores estados produtores), Farsul e Afubra.

Ao final do documento, as entidades reiteram que “é imprescindível que o produtor não plante tabaco acima do número de pés contratados com a indústria e obedeça as recomendações técnicas”, a fim de garantir a valorização desejada.

Acompanho a cadeia produtiva alguns anos e esta é a primeira vez que vejo uma manifestação com esse teor. A insatisfação com a classificação do produto vem de mais safras, porém, desta vez, o repúdio vem se intensificando devido ao rigor na hora da classificação e a consequente desvalorização, especialmente na reta final desta safra. Acompanho um grupo de fumicultores nas redes sociais e há diversos relatos de que muito tabaco deve ficar no ‘paiol’ esse ano.

Falando nisso…

A Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa aprovou o requerimento de audiência pública para debater os cenários da fumicultura no Rio Grande do Sul. A audiência, agendada para o dia 23 de julho, foi solicitada pelo deputado Elton Weber (PSB) e vai tratar sobre a política do preço do tabaco. Há poucos dias, a Comissão de Economia da AL, também realizou um debate, focado na comercialização de tabaco na atual safra.

Fenachim só em 2022

Há poucos dias trouxe na coluna a informação de que não deve ocorrer a escolha das novas soberanas da Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim) neste ano. Em função da pandemia, além do concurso que elege a rainha e princesas da festa, a própria Fenachim corre o risco de não ser realizada. A festa está agendada para maio de 2021.

Em entrevista ao programa Terra em Meia Hora, da Terra FM, nesta semana, a presidente em exercício da Associação Festa Nacional do Chimarrão (Afenachim), Maria Lúcia Costa, afirmou que o cenário de incertezas já leva a associação a projetar a festa para 2022. “Não tem como confirmar a Fenachim para 2021. Esperamos que, até setembro, possamos tomar essa decisão”, disse. Com isso, a escolha da corte pode acontecer no começo do próximo ano. ”Se tivermos que adiar será para oferecer algo melhor ainda, em 2022”, garantiu.

Festas comunitárias

Na edição deste fim de semana, reportagem assinada pela repórter Ana Carolina Becker mostra a aflição das comunidades da cidade e interior. Dezenas de eventos comunitários foram e serão cancelados em função da pandemia. Além de marcar uma interrupção histórica no calendário destas comunidades, o cancelamento ou adiamento de eventos compromete, inclusive, a manutenção de salões e ginásios. Como bem destacou, na entrevista, o presidente da comunidade São Francisco Xavier, Leonardo Carlos Justen, as contas chegam e não são todas as comunidades que têm dinheiro em caixa para honrar os compromissos, como o pagamento de contas de água e energia.

Mas, a torcida segue: que a pandemia passe logo e possamos nos reunir e viver uma verdadeira quermesse, como manda a nossa tradição.

Último retorno

Muito se discute sobre o período pós-pandemia, porém, diante de um cenário ainda preocupante, é difícil projetar a retomada de algumas atividades, como o retorno presencial das aulas e dos eventos e festas. O que sabemos é que o último ciclo de retorno à normalidade será, justamente, o que envolve o setor de festas e eventos.

Enquanto ‘caminhamos’ sobre a incerteza, comunidades, casas de festas, músicos, bandas e promotores de eventos, o que inclui uma série de profissionais, vivem dias dramáticos. Conversei nesta sexta-feira, 3, com o músico e empresário Paulinho do Vale, da banda Os Hermanos, de Venâncio Aires e ele resumiu o momento como “muito preocupante.”
“Acredito que não voltaremos mais este ano”, disse. Especialistas já projetam que a retomada de grandes eventos, como shows e feiras, será
possível somente a partir do segundo semestre de 2021.



Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há mais de 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora. A jornalista coordena a produção jornalística da redação integrada com a Rádio Terra FM. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso e apresenta o programa Folha 105 - 1ª edição, de segunda a sexta-feira, ao vivo, das 11h às 12h.

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