A Folha do Mate – que traz em seu nome a árvore-símbolo dos gaúchos e venâncio-airenses – publica, nesta quinta-feira, 18, uma matéria sobre a colheita de erva-mate. Nesta semana, a repórter Rosana Wessling visitou a propriedade de Mauro José Seidel, 54 anos, em Linha 17 de Junho.
Seidel é um dos poucos produtores de Venâncio Aires que foca no cultivo de ervais, lavoura que consorcia com milho e aipim. Ao contrário de dezenas de produtores que arrancaram seus ervais nos últimos anos, ele investiu na cultura e a cada ano vem aumentando a área plantada. Mais do que isso, Seidel é exemplo de quem mantém viva a tradição, que envolve a terceira geração da família. Durante a entrevista, disse que desde criança vive no meio dos ervais. “Meus avós já cultivavam e hoje sigo com a atividade”, destacou.
Hoje, segundo apurado com a Emater, em torno de 500 famílias plantam erva-mate na Capital do Chimarrão. O número estagnou e tende a ser bem menor, em uma nova atualização. Este é um motivo para que políticas de incentivo sejam retomadas e a cadeia produtiva entre na pauta dos gestores e das entidades rurais de Venâncio Aires. Na década de 90, Venâncio Aires chegou a liderar o ranking estadual em área plantada, detendo 18,4% do cultivo gaúcho. Como lembra o hino venâncio-airense, já fomos a capital do ouro verde.
Visita de beija-flores em Linha Antão

Leitora Carina Pires, de Linha Antão, envia para a redação da Folha do Mate o registro de uma visita especial à família. Dois beija-flores voavam pelo local quando bateram na janela e ficaram um tempo desacordados. Os pequenos pássaros foram socorridos pela agricultora e o marido Leandro Hickmann. “Eles estavam agarradinhos. Um estava segurando com a garra na asa do outro. Provavelmente eles estavam brigando no ar, se descuidaram e bateram no vidro da janela”, conta Carina.
Depois de ficarem um tempo sendo reanimados, os pequenos pássaros acordaram e foram deixados pelo casal em uma árvore da propriedade, para que pudessem sair voando e retornar à natureza. “Foi uma coisa muito linda. Ficamos um bom tempo observando eles, tirando fotos, porque é muito raro ter um colibri nas mãos. Não imaginávamos que eles iriam sobreviver, praticamente fizemos massagem cardíaca. Foi algo muito bonito”, resume. Cenas singelas e cheias de significado e beleza, que acontecem no nosso interior.