A polêmica da volta às aulas

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A semana foi marcada, em Venâncio Aires, pelo debate sobre a retomada ou não das aulas presenciais. Ao mesmo tempo em que o governador do Estado, Eduardo Leite, sinalizou que há a possibilidade de as atividades retornarem a partir de 31 de agosto, quatro escolas de turno oposto, em parceria com a Prefeitura, anunciaram o reinício dos atendimentos para crianças entre 6 e 10 anos de idade. Paralelo a isso, sabe-se que as instituições municipais de ensino estão prontas para a volta às aulas, o que foi confirmado pela secretária de Educação, Alice Theis. “Estamos pifados”, comentou, ao mencionar que, assim que houver autorização, as escolas podem funcionar. No entanto, Alice também disse que o retorno somente ocorrerá quando houver segurança.

Fato é que a discussão sobre a volta às aulas cai na vala comum de todos os demais assuntos relacionados à pandemia de coronavírus. Queremos a retomada da vida normal, o que inclui o comércio sem restrições, a liberação das atividades esportivas e, lógico, o atendimento para as crianças nos educandários. Só que o vírus continua circulando com força, fazendo vítimas e dividindo opiniões. Há pais que precisam trabalhar e entendem que já é possível a tentativa do tão falado “novo normal”. Por outro lado, há os que preferem perder seus empregos a mandar os filhos para as escolas.

Basta dar uma espiada nas redes sociais para verificar que estamos longe de um consenso. Até por isso, as decisões acerca do tema são extremamente difíceis. No que se refere às escolas de turno oposto, por exemplo, das 70 famílias que confiavam seus filhos aos educadores antes da pandemia, 27 concordaram em levar as crianças para o convívio nos ambientes de recreação. É a menor parte, mas a movimentação evidencia que também há muitas pessoas que acreditam que, a partir do estabelecimento e cumprimento de todos os protocolos de segurança, talvez os pequenos estejam mais protegidos onde há o controle rígido do que em casa, ou na casa de familiares, para onde muitos vão.

O ser humano, em especial o brasileiro, há um bom tempo vive uma divisão de pensamentos, e os reflexos em relação à pandemia não seriam diferentes, ainda mais por estarmos falando da preservação da vida. O mais importante, nesta fase de ânsia, angústia e incertezas, é evitar julgamentos precipitados que possam levar a impasses insuperáveis. Todos estamos tateando no escuro, procurando um norte, uma referência, uma saída. Mas, como é de conhecimento geral, o inimigo é invisível e devastador. A ponderação e a empatia são fundamentais para a superação das adversidades que se apresentam agora.

O mais indicado, no momento, é torcer para que as coisas deem certo. As medidas tomadas hoje apontarão resultados positivos ou não. É possível tanto percebermos novos caminhos, quanto haver a necessidade de retroceder. Venâncio Aires já tem a vantagem da testagem em massa, que permite alguma segurança às famílias, mas nem por isso devemos lutar de guarda baixa. Os golpes têm sido inesperados e violentos e podem levar ao lockdown, o que não queremos que aconteça. Aos poucos, com calma, vamos encontrar o trilho certo a seguir. E, sem sombra de dúvida, chegará o momento de comemorar a virada. Inclusive com as salas de aula com suas capacidades lotadas.

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