Editorial: Progresso passa pelas estradas rurais

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Em um município onde mais de 90% do território é rural, a importância das estradas de chão ultrapassa a questão da mobilidade. Além das estradas principais, há uma infinidade de vias secundárias que conectam distritos e localidades que até quem é venâncio-airense corre o risco de se perder nas linhas e travessas.
Em Venâncio Aires, são 2,2 mil quilômetros de estradas rurais que sustentam não apenas o trânsito de moradores do campo, mas o escoamento de riquezas que movimentam a economia local. Para se ter uma ideia, essa distância equivale ao trajeto de Venâncio até a capital federal, Brasília. Por onde passam as patrolas e caminhões, passa também o progresso de um município onde o setor primário representa 20% da economia. Essas estradas são a rota do transporte escolar, o caminho da saúde para quem vive longe de um posto, são a via por onde escoam toneladas de tabaco, soja, milho e dezenas de outras culturas agrícolas que sustentam milhares famílias.

As capatazias são os ‘órgãos’ responsáveis por garantir estradas em condições de trafegabilidade. Ao todo, são oito equipes vinculadas à Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), como mostra a reportagem especial publicada neste fim de semana. Com pouco mais de 50 profissionais e 35 máquinas pesadas, as capatazias enfrentam diariamente o desafio de dar conta desta demanda quilométrica, o que inclui o relevo acidentado, os diferentes tipos de solo e as intempéries climáticas que castigam as estradas e, de um dia para o outro, pode exigir que o trabalho do dia anterior seja refeito. A realidade do distrito de Vila Deodoro, na região serrana, ajuda a evidenciar a dimensão desse desafio logístico. Somente essa área do mapa venâncio-airense compreende 521 quilômetros de estradas.

A estrutura das capatazias é colocada à prova todos os dias. Com investimentos em maquinário e aquisição de material, a Sisp busca dar respostas a essa demanda sem fim, ainda mais após as enchentes e enxurradas históricas. Somente em diesel, em 2024, foram mais de 290 mil litros, consumindo R$ 1,6 milhão dos cofres públicos.
Não à toa que as estradas do interior estão entre os temas mais debatidos em campanhas eleitorais e também são destino frequente de emendas parlamentares. A manutenção das estradas rurais deve ser uma política pública estratégica e permanente. A mobilidade no campo é essencial para garantir que as propriedades sigam produzindo e gerando renda. Esse investimento também está diretamente ligado à qualidade de vida e ao desenvolvimento econômico, afinal, onde passam as patrolas, também passa o progresso da nossa terra.



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