O ano de 2019 marcou a eclosão de uma das mais graves crises financeiras da história do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM). Afundada em dívidas que chegaram a R$ 18 milhões, segundo informações divulgadas pela diretoria da própria casa de saúde, a instituição decidiu que era chegado o momento de dividir o pranto com as autoridades e comunidade, como forma de buscar soluções para o déficit que se acumulava, sem dar sinal de trégua.
Como as fontes de financiamento estavam praticamente esgotadas e os juros sempre são amedrontadores – ainda mais para quem não tem uma saúde financeira estável – a saída foi apostar na perseguição às emendas parlamentares, até porque recursos para investimento na saúde pública são um excelente argumento junto aos políticos. E assim aconteceu.
Foram a Brasília, no fim do ano passado, o prefeito Giovane Wickert, o secretário de Saúde, Ramon Schwengber, e o presidente do HSSM, Luciano Spies, além de outros políticos da Capital Nacional do Chimarrão, todos como um propósito bem definido: visitar o maior número possível de gabinetes de deputados federais e senadores e informar a situação do nosso hospital.
Da capital do país retornaram com a expectativa de que pelo menos R$ 2 milhões poderiam ser destinados a Venâncio Aires. O montante até pode ser ainda maior, mas se levarmos em conta as emendas parlamentares já disponíveis para cadastro no sistema do Fundo Nacional de Saúde (FNS), até sexta-feira, 6, a soma chega a R$ 2.070.454,00. Deste valor, R$ 500 mil não são direcionados ao hospital, mas à Secretaria de Saúde.
Embora ainda seja necessário acompanhar todo o trâmite dos processos – o dinheiro só estará garantido, de acordo com profissionais da Secretaria de Saúde consultados pela Folha do Mate, quando sair a portaria – até que o pagamento seja efetivado, é preciso destacar que a expectativa está muito próximo de se concretizar. Ainda pode haver frustração e novas emendas, mas os recursos estão sendo indicados e isso é resultado da mobilização conjunta da diretoria do HSSM e Administração.
Quando consideramos os últimos seis meses, o total de emendas parlamentares indicadas para a área da saúde da Capital do Chimarrão chega a R$ 4.970.404,00. Isso porque, em 2019, R$ 2.889.950,00 já foram enviados para cá, distribuídos entre hospital, atenção básica, custeio de serviços e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal. Sempre lembrando que a conta considera o que já foi pago e a expectativa.
Independente do que tenhamos ao fim do prazo para indicação de emendas, o que está claro é que a mobilização deu resultado. Também está evidente que prefeito, secretário de Saúde e presidente do hospital, além das demais lideranças que empregaram tempo nesta questão, tomaram a decisão acertada e souberam explicitar a situação crítica da nossa casa de saúde. Isso, certamente, foi fundamental para convencer deputados e senadores, que são os responsáveis pelas indicações. Além disso, fica a experiência de que jamais se pode jogar a toalha antes que todos os recursos estejam esgotados.