Dois temas não saem de pauta nas últimas semanas: estiagem e coronavírus. Nas páginas da Folha do Mate, nos noticiários dos veículos de abrangência estadual e nacional, nas reuniões de governo e entidades ou nas rodas de conversa da população. Em todos os lugares esses assuntos estão sendo amplamente debatidos, mais do que isso, cada um, a seu modo, está afetando e mudando a rotina de muitas pessoas.
Em Venâncio Aires, onde não há nenhum caso suspeito de coronavírus em investigação, medidas preventivas estão sendo ampliadas. Um das mais recentes foi a determinação do Hospital São Sebastião Mártir de restringir, a partir deste sábado, as visitas por conta da propagação do chamado Covid-19. Para evitar a circulação do vírus no Rio Grande do Sul, estado que confirmou os primeiros casos nesta semana, diversas ações estão sendo recomendadas pelas autoridades estaduais e municipais e seguidas por entidades e instituições.
Na região, entre as decisões de maior impacto está o cancelamento da 20ª Expoagro Afubra, que ocorreria na próxima semana, em Rio Pardo e, o adiamento da Festa do Búfalo, que estava agendada para o fim deste mês, em Passo do Sobrado. Além disso, locais que recebem grande circulação de pessoas, como agências bancárias, instituições de ensino e até a empresa de transporte coletivo urbano de Venâncio Aires, a Chimatur, estão repassando orientações e prezando pela saúde e bem-estar de todos.
Enquanto que para tratar sobre o coronavírus a palavra de ordem é prevenção, para quem vem sentindo os efeitos da estiagem que assola o Rio Grande do Sul, desde o fim do ano passado, o desafio é encontrar formas de minimizar os prejuízos que se avultam a cada dia na agricultura e, literalmente, ‘respingam’ no abastecimento de toda a população, urbana ou rural. A falta de chuva castiga lavouras, animais e reflete diretamente no abastecimento para consumo humano. Nos municípios da microrregião, como noticiado pela Folha do Mate, arroios, açudes e rios estão secos ou em níveis críticos, como nunca visto antes.
São dois assuntos sérios e com consequências diretas e indiretas. A economia gaúcha deve ser impactada neste ano pelos efeitos da estiagem e do coronavírus. A desaceleração da economia mundial, os empregos nas indústrias, os prejuízos na agricultura indicam, desde já, um ano de muitos desafios. É importante destacar que quando o interior é afetado, a cidade também sofre as consequências, afinal, a população urbana não está descolada deste ciclo, ainda mais em um município com potencial agrícola como Venâncio Aires.
Enquanto o coronavírus deixa um cenário ainda de incertezas sobre o controle e avanço, a estiagem já deixa marcas irreversíveis. A torcida é que, com brevidade, cientistas possam descobrir como controlar a pandemia e que a chuva chegue, em volume significativo, para aliviar a situação caótica da estiagem. Não podemos pintar um cenário de pânico, mas, sim, refletir e fazer o que está ao alcance de todos. Para ajudar a contornar o coronavírus, o que cabe à comunidade é seguir as recomendações sobre prevenção. Para a estiagem, a melhor contribuição que pode ser dada é a consciência na hora de consumir água.
Acima de qualquer impacto econômico, está o humano. Esse é o primeiro a ser considerado, seja na hora de pedir a colaboração ou de tomar decisões, ainda mais em dois temas que envolvem, direta e indiretamente, a saúde e bem-estar de todos.