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Prefeitura de Venâncio abre serviço de WhatsApp para doações de móveis

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Parque do Chimarrão é ponto de doações (Fonte: Divulgação/AI Prefeitura)

Através do WhatsApp (51) 99910-9500 a população poderá fazer doações de móveis para as famílias atingidas pela enchente em Vila Mariante. O serviço já está disponível e vai contar com uma força tarefa especial da Prefeitura para a busca desse material já neste final de semana. De acordo com a coordenadora de Comunicação, Daiana Nervo, o doador precisa enviar mensagem para esse número, informando o nome do responsável pela entrega e o endereço para a retirada das doações, e os itens disponíveis para o gesto.

Para a força tarefa, os trabalhos ganham reforço de voluntários que doaram o serviço e o transporte para essas doações até o Parque do Chimarrão. “A ideia é levar essas doações para o parque neste sábado e domingo, especialmente, e a partir de segunda-feira começar a levar os itens para Vila Mariante, distribuindo aos moradores”, destaca Daiana. De acordo com ela, o primeiro momento foi para doações de alimentos e roupas e agora com as pessoas já conseguindo entrar em suas casas, os móveis, eletrodomésticos e louças são essenciais também. “Neste momento, alcançamos doações de roupas que pensamos ser suficientes para essa primeira parte da reconstrução das famílias. Alimentos sempre são necessários porque vão sendo consumidos assim que chegam aos moradores, por isso essa dedicação agora mais intensa às doações de móveis”, explica a coordenadora.

Para a força tarefa, os trabalhos ganham reforço de voluntários que doaram o serviço e o transporte para essas doações até o Parque do Chimarrão. “A ideia é levar essas doações para o parque neste sábado e domingo, especialmente, e a partir de segunda-feira começar a levar os itens para Vila Mariante, distribuindo aos moradores”, destaca Daiana. De acordo com ela, o primeiro momento foi para doações de alimentos e roupas e agora com as pessoas já conseguindo entrar em suas casas, os móveis, eletrodomésticos e louças são essenciais também. “Neste momento, alcançamos doações de roupas que pensamos ser suficientes para essa primeira parte da reconstrução das famílias. Alimentos sempre são necessários porque vão sendo consumidos assim que chegam aos moradores, por isso essa dedicação agora mais intensa às doações de móveis”, explica a coordenadora.

(Fonte: AI Prefeitura)

Comunidade Católica Nossa Senhora dos Navegantes teve tudo destruído após enchente

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Móveis foram danificados com a força da água. (Foto: Renan Zarth)

Na Comunidade Católica Nossa Senhora dos Navegantes as consequências foram grandes. A igreja, o salão e o necrotério foram atingidos pelas cheias do rio Taquari. O presidente da comunidade, Roni Maria, lamenta o estado em que encontraram os espaços. “Já chorei o que tinha pra chorar, era um trabalho de anos e depois de uma intempérie dessas, não sei o que fazer e nem por onde começar.” Na igreja entrou cerca de 1,5 metro de água e em alguns pontos, chegou a dois metros.

Na igreja não sobrou praticamente nada, tudo foi tirado do lugar com a força das águas, cadeiras, móveis, inclusive o altar e o andor com a padroeira. “A gente sente uma dor sem explicação, sempre trabalhei por esta comunidade. Voltei para Mariante há 30 anos e de uma maneira ou outra estava sempre ajudando, e de repente uma situação essas. Agora é reerguer, lutar e levantar de novo, graças a Deus não tivemos perdas de vidas, apenas materiais”, reforça.

Roni também é morador da localidade e teve a casa danificada. “Perdi praticamente tudo dentro de casa. Acredito que esta foi a maior enchente de Mariante, já que em 1941 não tínhamos medição oficial.”

Corsan retoma abastecimento de água em Vila Mariante

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(Foto: Renan Zarth/Terra FM)

Na manhã deste sábado, 9, a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) retomou o abastecimento de água na localidade de Vila Mariante, interior de Venâncio Aires, e está providenciando os consertos das ligações atingidas.

Em comunicado, a Corsan afirmou que, para quem não possui ainda o abastecimento da Corsan ou utiliza água de poços nas áreas afetadas pela inundação, a Vigilância Sanitária faz as seguintes orientações:

1 As inundações trazem muitas impurezas capazes de contaminar a água que bebemos com microorganismo causadores de doenças desde diarreias até hepatites e cólera, por isso os cuidados são muito importantes antes de beber a água de locais atingidos.

2 Evitar o consumo de água de poços rasos que foram inundados até que se faça limpeza e desinfecção dos mesmos, processo que consiste na remoção do máximo de água possível, aplicação de cloro no poço e renovação da água.

3 Adquirir ou retirar hipoclorito de sódio que será distribuído junto à Unidade Móvel de Saúde em Mariante neste sábado. A aplicação do hipoclorito deve ser feita na água na seguinte proporção: duas gotas para cada litro de água e deixar agir por 20 a 30 minutos antes de beber. Recomenda-se separar menores quantidades de água para fazer a purificação.

4 Águas que estiverem muito turvas deverá ser feita a filtração com filtros convencionais, caso não possua tal equipamento poderá ser utilizado panos limpos ou filtros de papel. Após filtragem, aplicar o hipoclorito de sódio.

5 Caso não seja possível ir fazer a retirada do hipoclorito. Para purificação da água realizar a filtragem e em seguida ferver por no mínimo 5 minutos.

Prefeitura de Venâncio confirma o cancelamento do acampamento farroupilha

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desfile farroupilha 2022
Padre Aldo, patrono dos festejos de Venâncio Aires, desfilou a cavalo (Foto: Marina Mayer)

Após reunião entre o prefeito Jarbas da Rosa e os secretários municipais junto da comissão organizadora dos festejos farroupilhas, foi decidido pelo cancelamento do acampamento farroupilha, previsto entre os dias 14 e 20 de setembro, no Parque Municipal do Chimarrão. A decisão vai ao encontro do Decreto de Calamidade Pública nº 9.502 de 7 de Setembro de 2023, devido aos acontecimentos climáticos registrados entre os dias 2 e 6 deste mês.

Em nota, a Administração afirmou que não há clima para festejarmos, onde toda a comunidade está engajada na reconstrução da comunidade de Vila Mariante, em que centenas de pessoas perderam tudo.

“Assim, em respeito e consideração ao tradicionalismo, será realizado um jantar de integração no dia 19 de setembro às 20h, em local a definir, e todo o lucro arrecadado será revertido em produtos alimentícios e produtos de higiene e limpeza”, diz o comunicado.

Além disso, segue confirmado o desfile de tradicionalistas e cavalarianos na rua Osvaldo Aranha com a benção do Padre Aldo, no dia 20, às 9h, e neste momento também serão arrecadados alimentos e produtos essenciais de higiene.

“A Administração Municipal de Venâncio Aires, o segmento tradicionalista bem como o Estado do Rio Grande do Sul, estão abraçados em prol da reconstrução das comunidades atingidas e, temos a certeza de que a comunidade será compreensível sob essa decisão”, finalizou.

‘Você ainda pode’ será lançado neste sábado

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Eduarda quer que livro auxilie outras pessoas a ressignificar o luto

O lançamento do livro ‘Você ainda pode: como perdi e ganhei você, não o contrário’, da venâncio-airense Eduarda Espíndola, será lançado neste sábado, 9, na Nonna Soave. O evento de lançamento será das 14h às 17h. A publicação, com organização e edição da jornalista Giuliane Giovanaz e da publicitária Babih Teixeira, traz relatos de Eduarda sobre o filho Bento, que faleceu logo após seu nascimento, em 2020. Por meio da página no Instagram @voceaindapode, ela escreveu depoimentos sobre sua história, que agora estão compilados na publicação.

Eduarda diz que a partida do filho e a intenção de auxiliar outras pessoas foi o que motivou a abastecer a página e a possibilidade de transformá-la em um livro, com manifestações de familiares e amigos. “Esse livro é um pedacinho do meu filho, sua breve história. O livro é um pouco do amor que sentimos pelo Bento e por tudo que ele representa na nossa família. Significa lembranças, reconhecimento dessa vida para as próximas gerações na nossa família e é, principalmente, um manifesto de gratidão por sua vida”.

A autora espera que os leitores sintam com a leitura todo amor capaz de ser sentido mesmo em meio aos desafios. “Que seja perceptível o quanto a fé nos sustenta e o quanto Deus é capaz de surpreender. Acho que é um livro que toca em cada pessoa de uma forma diferente, conforme o que ela estiver vivendo”, declara.

Ação solidária

A publicação do livro foi possível por meio do engajamento em um financiamento coletivo. No evento de lançamento, os exemplares serão entregues para as pessoas que já tinham adquirido por meio das cotas. Além disso, outros exemplares estarão à venda a partir de hoje. Na comercialização de hoje, 50% do valor arrecadado nas vendas será destinado à UTI Pediátrica do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), como forma de incentivo ao cuidado com crianças e famílias.
Em todas as vendas parte do valor sempre será doada para alguma casa de saúde. O ‘Você ainda pode’ custa R$40, podendo ser solicitado por meio de link na página @voceaindapode e também disponível em livrarias da região a partir da próxima semana.

Eduarda atualmente reside nos Estados Unidos e, por isso, não estará no evento de lançamento. “Confio muito nas meninas que dividiram comigo esse projeto e tenho certeza que elas vão cuidar com muito amor se todos os detalhes. Além de convocar os familiares e amigos e mandar muita energia positiva daqui, mandei também um bilhetinho muito especial para quem esteve com a gente na pré-venda e um vídeo feito com muito carinho para agradecer a todas as pessoas que comprarem o livro”, diz.

“Mais do que ajudarmos pais enlutados, se pudermos ajudar uma família a estar com seu filho, tudo vai ter valido muito a pena. Por esse motivo, escolhemos sempre ajudar alguma casa de saúde infantil, entendendo que isso também faz parte do propósito dessa vida tão breve e tão especial que foi a vida do Bento.”

EDUARDA ESPÍNDOLA – Autora do livro

Final do Miss Latina RS é neste sábado

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Veridiana é a representante da Capital do Chimarrão no concurso. (Foto: Divulgação/Gabriel Canto)

Chegou o momento da final do concurso Miss Latina Rio Grande do Sul 2024. As atividades do concurso ocorrem desde quinta-feira, 7, e seguem neste sábado, 9, em Santa Cruz do Sul. Uma das 22 candidatas – que representam diversas cidades do estado -, vai receber a faixa das mãos de Betina Sampaio, Miss Latina Rio Grande do Sul 2022, que representou Santa Cruz do Sul na temporada passada. A ganhadora da etapa gaúcha tem uma vaga garantida para concorrer ao Miss Latina Brasil 2023.

Venâncio Aires estará representada no concurso por Veridiana Röhsler. A atual rainha da Festa Nacional do Chimarrão (Fenachim) tem 28 anos e é jornalista. Ela foi coroada oficialmente no dia 29 de julho, em Novo Hamburgo. Veridiana está confinada desde quinta-feira, 7, com as demais candidatas.

Entre as atividades, já passou pela recepção, no Charrua Hotel, entrevista com os jurados e as etapas preliminares, que são desfiles com traje de gala e biquíni. Nas etapas preliminares, já foi escolhido o top 12, que será conhecido amanhã à noite, na final. Ontem, as candidatas tiveram mais ações de integração e acompanhamento. Neste sábado, 9, é a grande final, no anfiteatro do bloco 18 da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), às 20h, com desfiles, etapa de perguntas e premiações.

Preparação

Veridiana diz que, nos momentos que antecederam o concurso, contou com a ajuda de muitos amigos e da Prefeitura, que disponibilizará ônibus saindo de Venâncio Aires na tarde deste sábado, 9. Na preparação também está a organização da torcida. “Tenho pessoas bem especiais comigo nesta caminhada. São muitos amigos, familiares e apoiadores torcendo e me acompanhando em cada etapa. É gratificante poder escrever uma história ao lado de pessoas queridas, que disponibilizam do seu trabalho para me ajudar”, afirma.

A coordenação de Veridiana é de Sandro Kroth e, entre os apoiadores, estão Luana Sehn Designer, Loja Trekosliros, Morana Santa Cruz do Sul, Massoterapeuta Lika Vidal, Elisandra Kern Unhas, Odontotop – Hospital do Dente, Restaurante Genz, Espaco Dance e Fitness, Laura Moraes, Eduarda Brandt Marketing e Gabriel Canto Fotógrafo.

Veridiana já é uma das indicadas pela organização do concurso para um prêmio, que envolveu a realização de material de divulgação de uma das marcas patrocinadoras do concurso. Este fator já lhe rendeu um ponto nas etapas preliminares. “Através deste concurso, já consegui crescer e me desenvolver, conhecendo muitas pessoas e entregando meus propósitos à comunidade”, ressalta a venâncio-airense.

“É um grande prazer, mais uma vez, poder representar a comunidade venâncio-airense. Independente de qualquer resultado, sei que estive amparada, contando com muita torcida e vibrações positivas.”
VERIDIANA RÖHSLER
Representante de Venâncio Aires no Miss Latina RS

Saiba mais

  • O Miss Latina Rio Grande do Sul é a etapa estadual do Miss Latina Brasil, concurso realizado anualmente no país desde 1984. A etapa nacional elege a representante brasileira para o maior evento da beleza latina do planeta: o Miss América Latina Del Mundo.
  • O concurso internacional tem sede na Flórida, nos Estados Unidos, e acontece desde 1981. Participam países de língua latina, bem como nações representadas por mulheres com tal descendência.
  • A Capital do Chimarrão já teve diversas participações no Miss Latina Rio Grande do Sul. O destaque foi para Daiara Stein, que em 2019 foi eleita a Miss Rio Grande do Sul Latina e, em 2021, venceu também a etapa nacional, sendo coroada Miss Brasil Latina.

Dias melhores

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Moradores de Vila Mariante, de onde é natural a minha companheira Lu e onde ainda reside o pai e vários tios e primos, passaram por adversidades nos últimos dias. Com a certeza de que a ajuda voluntária e os recursos dos governantes a comunidade vai se reerguer e seguir a vida. Oportunidade também para que o Poder Público – que auxiliou de forma prestativa durante todos os dias – pense em formas de contribuir para que outras enchentes sejam amenizadas, como a construção de alguma espécie de contenção e reformas nas estradas, deixando a Vila mais segura, bonita e atrativa.

Reforço de peso

O sonho gremista é contar com o atacante Bruno Henrique, que retornou à equipe titular do Flamengo após um ano se recuperando de cirurgia de joelho. A direção tricolor pensa alto para recompor a saída de Luiz Suárez no fim do ano. O contrato do artilheiro do Flamengo termina no final do ano e o salário é de R$ 1,5 milhões.

Contas

Com 12 pontos a menos do que o Botafogo, o Grêmio precisa de um desempenho espetacular no returno para pensar em título. Para isso, o rival carioca necessita de um declínio técnico com a perda de pontos. Se o Grêmio alcançar o desempenho de 2010 no returno, também com Renato no comando, chegaria a 76 pontos, ou seja, um aproveitamento de 75%.

Grupo fechado

O Inter fecha o elenco de 2023 com o acréscimos do lateral-esquerdo Dalbert, apresentado quinta-feira. Semifinalista da Libertadores da América, a competição é prioridade para quebrar a seca de títulos e o grupo colorado foi qualificado pensando na conquista. No Brasileirão, onde tem compromisso contra o São Paulo, quarta-feira, o Inter precisa somar pontos para deixar a zona perigosa.

Força argentina

Messi levou a melhor sobre o equatoriano e colorado Valencia na vitória por 1 x 0, válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026, que será realizada no Canadá, EUA e México. Muito isolado, Valencia não teve chances de finalizar. Messi mostrou porque segue sendo um dos melhores jogadores do planeta, marcando um golaço de falta.

Histórias de superação que a enchente do Taquari revelou

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“Vim aqui para salvar vidas, não para morrer”. O agente penitenciário aposentado Dirceu Becker, de 63 anos – que atualmente exerce a função de chefe do Departamento de Máquinas, Veículos e Implementos da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp) -, não faz ideia de quantas vezes repetiu esta frase entre as 18h30min e 21h30min de quarta-feira, dia 6 de setembro, período em que precisou ficar agarrado a galhos de uma árvore no rio Taquari. Àquela altura, a água havia engolido a localidade de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, e ele esperava por socorro, após o barco que pilotava e onde estavam mais duas pessoas, ter virado. Pescador experiente, era um dos tantos voluntários que se juntaram à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros para trabalhar nos resgates de pessoas ilhadas. Antes de se tornar vítima da fúria da água, transportou pelo menos 20 moradores até locais seguros.

Na manhã de quarta-feira, assim que soube que o rio Taquari havia se aproximado da marca dos 16 metros – situação semelhante à registrada em 1941, na maior enchente da história de Vila Mariante -, e que as embarcações disponíveis não eram suficientes para resgatar as dezenas de ilhados, não pensou duas vezes. Pegou barco e motor, se equipou com jaqueta impermeável e colete salva-vidas e foi ajudar. A sua chegada ao local atingido pela água foi festejada por pessoas que o conheciam e sabiam de suas habilidades náuticas. Durante o dia, resgatou crianças, jovens e idosos e, quando já se preparava para encerrar as atividades, veio mais um desafio. Salvar um homem que estava com água no peito. “Se a gente não tivesse chegado naquela hora, em pouco tempo ele não teria mais o que fazer. A água ia para o pescoço e, depois, cobriria ele. Seria fatal, com certeza”, comentou, ao lembrar da cena que presenciou.

Com mais uma missão cumprida, era o momento de retornar à terra firme para descansar, porque a intenção era seguir colaborando no dia seguinte, ao amanhecer. Só que a viagem não se completou. “O motor começou a falhar e apagou. Fiquei puxando a cordinha pra fazer ele pegar de novo, mas não teve jeito”, recordou. À deriva, a embarcação foi atingida, provavelmente por um poste que era levado pela correnteza, e virou. Becker e os outros dois homens que o acompanhavam conseguiram ficar agarrados ao barco por quase 50 metros, até que ele afundou por completo. “Falei pra eles que a correnteza nos levaria a algum lugar, mas estava ficando difícil pra mim. Cheguei a baixar duas vezes. Uma, quando um cachorro que queria se salvar estava subindo nas minhas costas e, outra, quando bati em um poste. Achei que ia morrer. Pedi aos rapazes que, se não me salvasse, dissessem aos meus que eu os amava”, declarou.

A água subia cada vez mais e, depois de algum tempo, os três homens viram uma “mancha escura”. Ao se aproximarem, notaram que era uma árvore. “Nadamos naquela direção. Eu quase passei da árvore. A sorte foi que o Kiko, um dos amigos, me segurou pelo braço. A partir daquele momento, fomos nos segurando nos galhos e subindo”, compartilhou. Assim que conseguiram respirar mais aliviados, olharam ao redor e notaram que havia uma casa perto de onde estavam. Só que Becker tem problemas cardíacos e, ao contrário dos companheiros, não se sentia seguro para nadar cerca de 80 metros até a residência. “Aí eles disseram para eu ficar engaiolado e começar a gritar por socorro. Tinha formigas na árvore e começaram a me pegar. Eu estava molhado, gelado, fiquei com medo da hipotermia”, contou ele.

CONTATO COM O FILHO
Em determinado momento, Becker lembrou do telefone celular. A jaqueta impermeável tem lugar específico para o aparelho e ele estava funcionando normalmente. Imediatamente, ligou para o filho Rodolfo, de 30 anos. Explicou a situação e pediu que ele mobilizasse colegas de Prefeitura, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e o grupo ‘Caçadores, Pescadores e Outros Mentirosos’, do qual fazem parte vários amigos comuns de pai e filho. “Sabia que o Rodolfo ia se virar. E também queria que a minha família soubesse que, apesar da situação complicada, eu estava vivo. Não falei muito, porque queria poupar a bateria do celular, pra quando precisasse na emergência. Tocava o telefone e eu nem atendia. Tinha que me aquecer, não podia ter hipotermia. Daí eu ia cansar e cair. Ou ia me afrouxar e morrer em cima da árvore. Tinha que manter as extremidades quentes. Esfregava as mãos, batia os pés e dava umas puladas nos galhos. Pra bater o coração e o velho aguentar. Mas sempre pensando que ia lutar pra sobreviver”, disse.

Sorriso e acolhimento emocional Dirceu Becker

Enquanto o filho Rodolfo buscava alternativas para resgatar o pai, ele gritava por socorro. E quando parecia que as forças estavam se esgotando, viu um sinal de luz à distância. “Comecei a gritar mais alto. Socorro, socorro, me ajuda. Aí vi um sinal de luz. Acendia e apagava, daí vi que alguém tinha escutado”, recordou, com a voz embargada. Era um barco, no qual estavam quatro pessoas.
“Calma que temos um lugar pra ti e vamos te levar. Era uma embarcação artesanal, de madeira, com remos de madeira também. Eu não entraria no rio com um barco daqueles. Eles tiveram a coragem que eu não teria e foram os meus salvadores”, declarou Becker, que pegou uma carona da árvore até a casa que avistava de longe. “O apelido de um dos camaradas que me salvaram era Sorriso. Isso jamais vou esquecer”, comentou.
Na casa, Becker conheceu o seu Bininho, proprietário do imóvel. Ele e cerca de 30 pessoas estavam abrigadas no local. Após ganhar roupas secas, café e meias, ligou para o filho. “Contei que estava em segurança, que tinha sido resgatado, para que se acalmassem e não fizessem loucura para ir me buscar”, revelou o aposentado. “Ficamos mais um tempo no trevo de Mariante pensando no que fazer. Mas quando nos demos conta, já eram 2h da madrugada e todo mundo encerrou as buscas e os resgates. Eu estava inquieto, mas a partir da informação de que o pai estava bem, deixamos para buscá-lo no dia seguinte”, explicou Rodolfo.
Na quinta-feira, 7, era quase meio-dia quando Dodô, como chama carinhosamente o filho, chegou à casa – que já abrigava quase 50 pessoas, pois cerca de 20 chegaram depois de Becker – para levá-lo à terra firme. Estava acompanhado de outros três amigos: Vanderlei, César e Beto. Na chegada e na despedida, a emoção tomou conta de todos.
“Queria agradecer e fazer uma grande homenagem a estas pessoas que me salvaram e me acolheram. Sorriso, Rudimar, Dionatan e Guinho são os meus heróis, os meus salvadores. Eles choravam comigo. Ficamos entre crianças, jovens, idosos, famílias inteiras, até uma mulher cega. Tudo apertadinho, um do lado do outro. A simplicidade daquela gente é incrível. Ganhei café, bolachinha e chimarrão. Até cachaça me ofereceram pra esquentar”, contou Becker.
Apesar do susto, ele garante que não vai deixar o voluntariado de lado. “Vou ser voluntário a vida inteira. Sou um cara duro na queda, mas senti uma emoção muito grande pela forma como aquelas pessoas me acolheram e me trataram. Agora, tenho três datas de nascimento: 23 de setembro, quando eu nasci, 27 de fevereiro de 2007, quando eu infartei, morri e voltei, e agora, quando fui salvo”, concluiu.

“Fiquei longe de ti, mas ajudei muita gente”

Quem viu a assessora administrativa da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social, Camilla Souza Capelão, de 31 anos, correndo de um lado para outro, desde segunda-feira, 4, à noite, para auxiliar as pessoas atingidas pela enchente do rio Taquari, nem imagina todas as dificuldades que ela precisou superar na vida. Ela estava em casa, ouvindo a transmissão da Câmara de Vereadores, pela Rádio Terra FM, quando soube que as coisas estavam ficando complicadas em Vila Mariante. “Ouvi o César (Garcia, vereador do PDT) falando que a água estava subindo e liguei para o prefeito Jarbas da Rosa, que me relatou a situação. Pedi ajuda da Claidir (Kerkhoff Trindade, vereadora do União Brasil), que já tinha experiência com enchentes, e nos deslocamos para o segundo distrito”, recordou ela.
Inicialmente, as duas foram à Capatazia de Vila Mariante, conversaram com outros servidores que já estavam de prontidão e, depois, ajudaram as primeiras famílias a deixarem a localidade em direção ao ginásio de esportes de Linha Mangueirão, onde a Prefeitura montou uma estrutura para receber os desabrigados. Ficou a noite toda no ginásio e emendou trabalhando no dia seguinte, quando aumentou significativamente o número de famílias no ginásio. Camilla foi fundamental no atendimento aos cidadãos e, o que chamou mais a atenção de quem a conhece, foi uma imagem na qual aparece agarrada em um caminhão que levava água e comida para distribuição às famílias quando a água do rio Taquari baixou.
“É inacreditável a força e a coragem desta guria”, comentou um colega de trabalho. Ele estava espantado porque sabe que, recentemente, Camilla precisou superar um câncer na mama. No dia 30 de dezembro de 2021, recebeu o diagnóstico de um nódulo provavelmente maligno, informação confirmada dias depois. Foram 16 sessões de quimioterapia, pois havia metástases pelo corpo, e uma mastectomia (cirurgia para a retirada da mama), tudo em 2022. Depois, foram mais 15 sessões de radioterapia. Há um mês e meio, passou por mais uma cirurgia (histerectomia). “Hoje, sigo em acompanhamento médico, mas estou superbem”, garantiu ela, que passou por tudo isso depois da aflição no nascimento do filho, que nasceu prematuro, de 35 semanas. “Passou. O João Vicente faz 4 anos agora, dia 28”, ressaltou.
Nos dias em que precisou dedicar aos “irmãos venâncio-airenses”, Camilla pouco viu o filho. Quando saía de casa, antes de amanhecer, ele ainda estava dormindo. O marido Alex Quintana, comerciante de 41 anos, era quem o levava para a escola, onde passava o dia. E, no feriado de 7 de setembro, Alex e João ficaram na casa dos pais dela. “Eu chegava em casa e sussurrava no ouvido dele: fiquei longe de ti, mas ajudei muita gente”, emocionou-se.

Camila com o marido Alex e o filho João Vicente

INSPIRAÇÃO
A mãe do João Vicente relatou que cada vez mais descobre o seu potencial para ajudar as pessoas. “Muitas vezes, me chamam para conversar com alguém que vai passar pela situação que passei. Na Prefeitura, tivemos uma colega que também enfrentou o câncer, e escutar dela que se espelhava em mim foi muito gratificante”, afirmou. Depois de tudo que aconteceu nestes últimos dias, o que mais deixa Camilla feliz “é chegar na casa de alguém, com uma água que seja, poder dizer que estamos juntos e ver a reação de alívio de quem precisa de carinho, amor e doação do povo de Venâncio Aires”.

Mais tarefas

Além do trabalho voluntário durante a semana, Camilla também auxiliou a secretária de Planejamento e Urbanismo, Deizimara Souza, a elaborar o relatório de prejuízos ocorridos em Venâncio Aires. O documento será enviado pela Defesa Civil ao Governo Federal, para embasar a homologação do decreto de emergência da Capital do Chimarrão.

Nesta sexta-feira, 8, pela manhã, ela voltou à localidade de Vila Mariante acompanhada de assistentes sociais e psicólogas da secretaria, além de toda a equipe técnica e voluntários. “Estamos fazendo o levantamento da situação das famílias, pois algumas não têm nem pra onde voltar. Vamos ver as casas que precisam de alguma melhoria também. Ver se é possível fazer alguma obra. E acolher esta gente”, declarou.

Defesa Civil realizou auxílio e resgates por mais de 72 horas em Vila Mariante

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Em Vila Mariante foram feitos inúmeros salvamentos e não há desaparecidos (Foto: Alvaro Pegoraro)

O trabalho da Defesa Civil de Venâncio Aires em Vila Mariante começou na noite de segunda-feira, 4, quando os primeiros sinais da cheia do rio Taquari apareceram. Desde esse momento, as equipes seguiram com um QG no trevo do 2º distrito, auxiliando no resgate e auxílio dos moradores da localidade.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, Luciano Teixeira, foi uma semana de trabalho intenso e que ainda não está terminado, pois as equipes seguirão no local nos próximos dias, até a conclusão dos serviços. “A palavra que define é trabalho árduo. Junto com diversos servidores, estive aqui presente quase que ininterruptamente para ajudar todos.”

40 pessoas ainda estavam abrigadas no ginásio de Linha Mangueirão, até o início da noite de ontem. Elas ainda não puderam retornar para as residências, que tiveram perda parcial ou completa.

Teixeira explica que o momento mais complicado foi na terça-feira, 5, à noite, quando a água seguia subindo e, com a força das correntezas e a pouca luz, era praticamente impossível realizar resgates. Ainda, na quarta-feira, 6, ele afirma que teve momentos de apreensão, onde diversas pessoas se mobilizaram para o maior número de resgates.

A partir de agora, a Defesa Civil segue com ações de limpeza e reconstrução na comunidade. “Muito trabalho nos espera. O objetivo agora é restabelecer e amenizar as perdas.”

200 – é o número aproximado de pessoas que foram resgatadas pela Defesa Civil.

Resumo da semana

1 As equipes da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos e a Defesa Civil iniciaram o acompanhamento do nível do rio Taquari em Vila Mariante na noite de segunda-feira, 4. Com o avanço da água, começaram os avisos na localidade para que os moradores (principalmente das regiões mais baixas) saíssem das casas e buscassem apoio.

2 Na terça-feira, 5, com as águas chegando em localidades como Linha Chafariz, Travessa da Olaria e Linha Itaipava das Flores, as equipes começaram os trabalhos de retirada de pessoas ilhadas ou em situação de risco. Além disso, animais também foram resgatados. Ainda durante a terça, foi montado um ‘QG’ de trabalho no trevo de Vila Mariante.

3 Até a noite de terça-feira, ainda com o avanço das águas, os resgates eram realizados com o apoio dos Bombeiros, Brigada Militar e voluntários, por meio de barcos, lanchas e jet skis. Os trabalhos seguiram durante toda a madrugada. Pelo menos três barcos viraram na busca de moradores ilhados.

4 Na quarta-feira, 6, mesmo com as águas baixando, iniciaram também os resgates com helicópteros. Foram mais de 200 pessoas resgatados e removidas para o ginásio de Linha Mangueirão.

5 Na madrugada de quarta para quinta-feira, 7, com a liberação da via principal para acessar Vila Mariante, as equipes passaram a auxiliar na limpeza das ruas e residências. Além disso, também no auxílio com mantimentos para os moradores atingidos.

Levantamento de prejuízos de Vila Mariante deve ser finalizado na segunda-feira

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Região de Vila Mariante foi muito afetada pelas águas (Foto: Renan Zarth/Terra FM)

Ainda estão sendo computados os danos da enchente em Vila Mariante. A secretária municipal de Planejamento e Urbanismo de Venâncio Aires, Deizimara Souza, esteve na base da Defesa Civil Nacional, em Lajeado, para preencher o sistema com os dados dos prejuízos o mais completo possível, com o objetivo de receber o recurso adequado para os danos em Vila Mariante. “É um processo burocrático para chegar o mais rápido possível aos recursos disponibilizados pela União e pelo Estado”, explica.

Deizimara reitera que o Município segue a ordem priorizada pela Defesa Civil a nível nacional, que considera três eixos: emergência, desobstrução e reconstrução. “Agora, o importante é o atendimento as pessoas, o que afeta diretamente os moradores”, destaca.

Posteriormente, devem ser analisados os danos como na rua Bepe Guimarães, que teve a pavimentação realizada recentemente, e da ponte do rio Taquari em Linha Chafariz, que está bloqueada por estar parcialmente destruída.

A secretária ainda destaca que, após a reunião que será realizada na manhã deste sábado, 9, com o prefeito e todos os secretários municipais, serão definidas as novas ações. Ela também reitera que o município será contemplado com os recursos que serão disponibilizados pelo Governo Federal, ainda que não esteja na lista inicial das 79 cidades gaúchas que tiveram o decreto de emergência solicitado. “O decreto de emergência deve sair no Diário Oficial da União na segunda, caso não tenha um extra no fim de semana”, detalha Deizimara.

O Governo Federal reconheceu na quinta-feira, 7, o estado de calamidade pública de municípios do Rio Grande do Sul afetados, ao longo da semana, pelas consequências de chuvas intensas, o que possibilitará a liberação de recursos para as cidades atingidas.

Bencke: “Não voltei para dividir”

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O suplente de vereador Jairo Bencke, que trocou o PSB pelo PDT, entrou em contato com a coluna para se manifestar a respeito das declarações feitas pelo presidente da Mesa Diretora da Câmara de Venâncio Aires e agora colega de partido, Gerson Ruppenthal, que afirmou ser contrário à entrada dele na sigla, especialmente pelo fato de ter feito campanha contra o atual prefeito, Jarbas da Rosa (PDT), e a favor do candidato derrotado, Giovane Wickert (PSB).

Bencke disse que recebeu “com maturidade” as críticas do colega. “Tenho respeito pela pessoa e liderança que ele é, e pretendo aprender muito ao lado de todos os membros do partido. Estar em lados diferentes em processos eleitorais passados não impede a construção de projetos futuros. É assim que vejo e esse é o meu único objetivo”, afirmou.
Ele declarou ainda que está feliz e entusiasmado com o convite do prefeito Jarbas da Rosa para retornar ao PDT, “grupo no qual iniciei na política”. A decisão de voltar à sigla, de acordo com Bencke, foi tomada “porque me identifico com a forma de trabalho”. Também ressaltou que pretende se somar às ideias e objetivos do grupo. “Não voltei para dividir”, destacou.

Presença de Jarbas repercute bem

Seja qual for a situação que envolva a Administração, é de costume das pessoas criticar os gestores, em especial o prefeito. Na segunda-feira, 4, cheguei em Vila Mariante por volta das 23h, acompanhado do colega Leonardo Pereira, e lá ficamos até pouco depois das 2h, já de terça-feira, 5. Enquanto circulávamos pela localidade para registrar a mobilização da comunidade para retirar mercadorias dos estabelecimentos comerciais e levantar os móveis, nas residências, em razão da cheia que era anunciada, foi possível ouvir algumas queixas direcionadas ao prefeito, só que os elogios pela presença do chefe do Executivo no local, liderando as ações, foram bem mais numerosos do que as reclamações.

Não tinha escrito nada a respeito disso porque poderia ser apenas uma impressão minha. Só que, assim que a semana foi passando, os agradecimentos a Jarbas e sua equipe aumentaram. Eu mesmo recebi mensagens de pessoas ressaltando a atuação do prefeito e servidores públicos. Vou compartilhar com vocês uma outra impressão, que me foi enviada pela colega Taís Fortes. Moradora de Mato Leitão, ela está de férias e foi a Mariante ajudar na entrega de doações aos atingidos pela cheia do rio Taquari. “Me chamou atenção, principalmente, a conversa de dois senhores, que moram lá há muitos anos e estavam elogiando a postura do Jarbas diante da crise. Disseram que contava muito ele estar o tempo todo presente nas ações e que não lembravam disso ter acontecido em outros momentos. Que ele conversava com os moradores e demonstrava preocupação”, escreveu a Taís. Então, não foi só impressão minha.

Quintana x Muchila: “Se prepare”

Outro dia, mandei mensagens para o secretário de Saúde, Tiago Quintana (PDT), perguntando se ele voltaria antes de abril para a Câmara de Vereadores e se pensava em responder às declarações de Eligio Weschenfelder, o Muchila (PSB), que reiteradamente diz na tribuna do Legislativo que vereadores eleitos não deveriam assumir secretarias, pois estariam traindo seus eleitores e interessados em ganhar mais dinheiro. Quintana custou a responder, mas se manifestou nesta sexta-feira, 8.

Afirmou que o retorno à Casa do Povo ocorrerá somente em abril mesmo, por força da legislação eleitoral. Formado em Direito, o político acredita que o trabalho à frente da Secretaria de Saúde está sendo bem feito, rendendo a ele mais experiência e quer dar sequência aos projetos relacionados à pasta. Por fim, sobre Muchila, disse que já se acostumou com as provocações e entende que ele só age desta forma porque o admira. “Mas eu quero, sim, debater com ele no meu retorno à Câmara. E que se prepare, porque vai ter que ouvir bastante”, comentou Quintana.

Rapidinhas

• O jornalista e amigo Rui Borgmann é o novo integrante da equipe do deputado estadual Airton Artus (PDT). Ele foi nomeado durante a semana, esteve em Porto Alegre e agora representa o parlamentar em Venâncio Aires e região.

• Fim de semana é de limpeza e começo de reconstrução em Vila Mariante. Que todos os atingidos consigam reunir as forças necessárias para mais este desafio.

Cheia e devastação

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Há algum tempo não vivíamos uma semana tão carregada de tristeza, frustração e impotência. Depois de todo o desespero que os moradores de Vila Mariante e adjacências passaram – quando a água do rio Taquari subiu de maneira nunca antes registrada em toda região, engoliu a localidade -, a quinta e sexta-feiras foram de contabilização de prejuízos e busca de forças para recuperar o que a enchente não levou embora. O cenário no segundo distrito ainda é de devastação total. Houve quem ficou sem casa, já que pelo menos 15 moradias foram destruídas pela água, de acordo com registro das autoridades.

As histórias se multiplicam em Vila Mariante e todo segundo distrito. Há quem salvou e quem foi salvo. Alguns se valeram de galhos de árvores para sobreviver, outros tiveram que apelar para os telhados das casas. Pegas de surpresa pela velocidade da cheia, famílias inteiras ficaram ilhadas por muitas horas, já que muitas pessoas, acostumadas com enchentes, não acreditavam que a situação tomaria a proporção que tomou. A melhor de todas as notícias é que, em Venâncio Aires, não perdemos vidas. O que, infelizmente, ocorreu em outros municípios do Rio Grande do Sul, a maioria deles bem próximos da Capital do Chimarrão. Até esta sexta-feira, 8, eram 41 mortes confirmadas.

Tristeza recente maior do que esta, só a pandemia de Covid-19, que durou mais de dois anos e levou tanta gente. E, a exemplo do que aconteceu no pós-pandemia, vamos ter que reunir forças para superar mais um momento de dor, sofrimento e aflição. Vila Mariante e as localidades próximas, que também foram atingidas, vão precisar de toda ajuda possível. E a comunidade de Venâncio Aires está dando mostras de que não vai fugir da sua obrigação. Nos últimos dias, milhares de itens foram recebidos como doação e, para que cheguem a quem realmente necessita, servidores públicos e voluntários se desdobram para atender necessidades.

Não há outra maneira de seguir em frente, a não ser juntar os cacos e levar deste episódio triste os bons exemplos que tivemos. Sem esquecer, é claro, que com a natureza não se brinca. Precisamos estar vigilantes às necessidades dos nossos irmãos atingidos por uma das maiores enchentes da história e não devemos pensar duas vezes quando for necessário estender as mãos. A comunidade do segundo distrito já provou, em outros momentos, que tem força e fibra, mas desta vez o baque foi mais violento.

Mariante: semana intensa e histórica

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A semana foi marcada por muita consternação, incredulidade e tristeza. Quantas imagens vimos, ao longo dos dias, e custamos a acreditar que eram reais. A enchente do Taquari deixou diversas localidades de Vila Mariante embaixo d’água, forçando as pessoas a abandonarem suas casas para salvarem as vidas. Quando o rio recuou, o rastro de destruição se tornou visível, como mostramos ao longo de uma ampla cobertura nesta edição do jornal.

Como meio de comunicação multiplataforma, Folha do Mate e Terra FM apresentaram a seus leitores, ouvintes e internautas, ao longo da semana, uma cobertura multimídia, da informação instantânea da rádio e do on-line à análise, projeção e registro histórico que o jornal impresso proporcionam.

Trabalhamos intensamente para cumprir o nosso papel de imprensa e registrar o maior número possível de aspectos envolvidos nesse complexo evento: o drama de quem ficou desalojado, o medo de quem quase perdeu a vida enquanto aguardava resgate em cima de uma árvore, a dedicação dos voluntários que trabalham sem cessar, o trabalho dos Bombeiros e da Defesa Civil na remoção dos moradores, os estragos estruturais que a força da água causou, o desafio dos órgãos públicos para oferecer o mínimo de dignidade à população atingida, a grande corrente de solidariedade que se formou no município.

Felizmente, são poucos momentos de tragédias e desastres como esse – para muitos da nossa redação, a primeira grande cobertura de uma enchente. Como tudo que não faz parte da rotina, ela foi desafiadora. Ainda mais pelo agravante de envolver vidas, de vermos pessoas chorando por terem perdido absolutamente tudo, por receber pedidos de socorro por resgate, por ver um distrito inteiro ser engolido pela água. Registrar tudo isso é doloroso. Mas é necessário. E ficamos imensamente satisfeitos ao ver o quanto nossas informações ajudaram a mobilizar doações para auxiliar os atingidos pela enchente. A força da comunicação é incrível.

Para um dos nossos colegas, o jornalista Leonardo Pereira, a cobertura foi duplamente desafiadora, já que a família dele, que reside em Mariante, também foi afetada pela cheia. Mesmo com a preocupação com os pais e insegurança de que já viveu outras enchentes, Léo seguiu firme na cobertura jornalística, ao lado dos demais colegas.

Apesar de extremamente impactados e cansados da intensidade da semana, encerramos a edição deste sábado, na noite de ontem, com a sensação de dever cumprido. O mesmo aconteceu na edição de quinta-feira (foto). Um verdadeiro trabalho em equipe que registra as diversas faces dessa que é a segunda maior enchente da história do rio Taquari em Vila Mariante – a maior dos últimos 80 anos.

1 ano

Em meio a uma semana de muita tristeza, tenho um motivo de grande alegria para comemorar. Neste sábado, 9, minha filha Laura completa seu primeiro aninho. Há um ano ela chegou e tornou nossos dias ainda mais bonitos e significativos, com seu jeito meigo, sua curiosidade e seu sorriso encantador. Que estes primeiros 12 meses, marcados por tanta evolução e aprendizado, sejam o início de uma vida cheia de realizações. Tenho aprendido muito com a experiência da maternidade e, assim como todos que, de alguma forma convivem com a Laura, recebido sorrisos e um amor que tornam a vida mais bonita. Obrigada por tanto!

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