No final da tarde de ontem, 15, o Brasil inteiro ficou de luto após a confirmação da morte do ator Domingos Montagner por afogamento. A notícia foi divulgada oficialmente após autoridades encontrarem o corpo, que estava preso às pedras a 18 metros de profundidade, no rio São Francisco.
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E a morte do ator traz à tona, novamente, uma questão de segurança: mergulhar em águas desconhecidas e turvas não é brincadeira. Os danos podem ser permanentes – quando não fatais.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o afogamento é umas das maiores causas de mortes violentas no mundo, ao lado dos acidentes de trânsito. Além disso, o Ministério da Saúde alerta que isso ocorre devido à distração, ingestão de remédios ou bebidas alcoólicas antes de nadar, acidentes com embarcações, ações de animais marinhos, desconhecimento do local de mergulho, excesso de confiança e exaustão de nadadores.

A causa da morte do ator, como confirmado, foi a permanência embaixo d’água, o que levou-o a ingerir água em excesso e, consequentemente, ao afogamento. Já foi comprovado que ficar submerso por cerca de quatro minutos causa graves danos cerebrais, e, por seis, então, pode levar à morte.
Além disso, o afogamento em água doce é diferente – e mais rápido – do que o afogamento em água salgada. Isso ocorre porque a composição da água doce se aproxima muito da do corpo humano, o que leva à absorção e à entrada na corrente sanguínea mais rapidamente (de cerca de dois a três minutos). Assim, os glóbulos vermelhos incham e estouram, o que causa a falha de órgãos generalizada. Já a água salgada, no entanto, dificulta a absorção, pois o sal deixa o sangue mais grosso e, ao invés de inchar, os glóbulos ‘secam’ (isso pode ocorrer de oito a dez minutos).
Outro fator que pode ter levado o ator à morte foram as pedras onde o corpo ficou preso. Normalmente, quando alguém se afoga, os pulmões enchem de água, e, por isso, o corpo afunda. Pouco tempo depois, bactérias causam fermentação e enchem o corpo de gases, fazendo-o flutuar e boiar na água. No caso de Domingos, por ter ficado preso às rochas, o corpo afundou e não retornou mais à superfície.
Ainda, mesmo que a vítima saiba nadar, quando percebe que está se afogando acaba reagindo com um comportamento biológico típico, chamado de ‘resposta instintiva’. A ‘resposta instintiva’, porém, não ajuda: o pânico paraliza o corpo; os movimentos não são mais voluntários – e, sim, automáticos; os membros ficam rígidos e esticados; e a boca se abre, numa tentativa desesperada de conseguir ar para boiar. Assim, portanto, a vítima acaba não tendo nenhum tipo de consciência nessas situações, o que pode acelerar o processo de afogamento.
As pessoas tendem a pensar que, para haver afogamento, é preciso ingerir uma grande quantidade de água e estar em um local profundo. No entanto, às vezes basta estar na água – mesmo que rasa – para ocorrer uma tragédia desta proporção. Alguns fatores específicos, aliás, quando reunidos, podem ser a causa do ocorrido, como de fato foi com Domingos Montagner.
Fonte: Fatos Desconhecidos