Líder feminista luta para acabar com casamento infantil e violência sexual no Malawi

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Theresa Kachindamoto é chefe do distrito de Dedza, no sul do Malawi, país do continente africano. Mas, mais do que isso, Theresa é conhecida como a ‘exterminadora de casamentos’. E não porque ela acaba com o amor de casais apaixonados. Ela acaba com casamentos forçados, onde crianças são obrigadas a casar e sair de casa, para diminuir os gastos familiares.

Parece assustador? Pra nós, é mesmo. Mas, no Malawi, o terceiro país mais pobre do mundo, isso é uma realidade comum. Lá, mais da metade das mulheres são forçadas a casar antes dos 18 anos, por isso, meninas de 12 anos grávidas já não é mais fora do normal. Além disso, esse tipo de situação acaba trazendo muito mais do que consequências: as meninas forçadas a casar e violentadas sexualmente (neste caso, meninos também) são tiradas da escola, colocadas para viver como ‘donas de casa’.

Por isso, o trabalho de Theresa é tão importante. Em um país onde uma em cada dez pessoas está infectada com o vírus HIV e a prática da ‘limpeza’ – ritual que leva meninas a campos de iniciação sexual, onde aprendem a ‘agradar seu parceiro através de relações sexuais’ – são tradições populares, Theresa representa uma revolução. Uma mudança. Uma salvação. 

Com uma mudança na lei, a chefe regional, aos poucos, vence essa batalha. Ela já redigiu um decreto destinado a abolir os casamentos precoces na região, anulando todos os matrimônios já existentes; demitiu chefes das zonas onde a prática acontecia; e uniu comunidades influentes para aprovar uma lei que proíbe a tradição.

Felizmente, nos últimos três anos, a chefe regional conseguiu eliminar quase mil casamentos forçados. Além disso, em 2015, ela conseguiu instituir a maioridade de 18 anos para casamentos (mesmo com assinatura dos pais). Hoje, ela luta para que essa idade seja elevada para os 21 anos.

Foto: Divulgação / Tudo & Todas
“Unidos para acabar com a violência contra as mulheres”

Por conta de sua conduta ‘contrária’, Theresa chegou a receber até ameaças de morte, mas isso não impediu que ela continuasse determinada na luta.

Não me importo. Podemos conversar e até negociar, mas estas crianças vão voltar à escola. Se elas forem educadas, podem ser o que quiserem.

Ou seja, até mães e esposas. Se quiserem.  

Estamos com você, Theresa! 

>>> Talvez você queira ler também: UNICEF lança campanha contra o casamento infantil.

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