Monte Pilatus: trilha acima das nuvens

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PÉ NA ESTRADA

Por Ana Flávia Hantt*

O clima nas montanhas é sempre imprevisível, especialmente no inverno — e é por isso que a trilha de 22 quilômetros em meio ao Monte Pilatus, acompanhada de céu azul e sol à pino, foi tão especial nesta semana.

Passei os últimos dias na parte alemã da Suíça, entre as cidades de Basel e Luzern. Diferente do que muitos pensam, a geografia suíça não é apenas composta por alpes (aquele cenário de pessoas esquiando ou tomando chocolate quente em uma cabana de madeira). Luzern, no entanto, já começa a dar um gostinho desse cenário aos visitantes. A cidade de 82 mil habitantes (uma das maiores no país) oferece vista privilegiada para o Monte Pilatus e o Monte Rigi, ambos nos alpes suíços.

Entre maio e novembro, um dos passeios mais populares para o Monte Pilatus consiste em seguir de barco pelo Lago Luzern até o vilarejo de Alpnachstad, onde é possível pegar um trem e subir pela ferrovia de roda dentada (cremalheira) mais íngreme do mundo. Depois de admirar a vista, os turistas fazem o caminho de volta em um bondinho.

Para quem deseja um pouco mais de aventura – e economia, já que o passeio tradicional pode custar em torno de 200 francos suíços por pessoa, ou cerca de R$ 1,3 mil – o topo da montanha e outros pontos de visitação são acessíveis por meio de trilhas bem sinalizadas.

Trilhas ficam em meio à floresta. (Foto: Ana Flávia Hantt/Divulgação)

Nesta semana, aproveitei a promessa de sol para ir ao mirante Roteflue, à 1.120 metros de altitude. Da base da montanha, são 11 quilômetros em meio à floresta, com cenário branquinho, riachos congelados, pontes sobre pequenos cânions e, o mais impressionante de tudo, um silêncio arrebatador. Nesta época do ano, nem mesmo os pássaros estão na área. Na metade do trajeto, a altitude já nos coloca ‘acima das nuvens’, formando uma paisagem espetacular.

O caminho é bem demarcado (alguns trechos possuem degraus) e preparado para pedestres, ciclistas e motoqueiros. Equipamentos mínimos são necessários, como botas específicas para trilha, bastões de caminhada (alguns trechos ficam bem escorregadios com o gelo) e roupas adequadas para o frio. Preparo físico é importante também, já que são aproximadamente três horas de subida (o que exige fôlego), e a mesma distância para a descida (que exigirá equilíbrio).

A temporada de poucos dias em Luzern já se encerrou, mas o desafio para a próxima estada será a trilha de 38 km até o pico mais alto do Monte Pilatus,Tomlishorn, à 2.128 metros de altitude. Essa, com certeza, no verão. Fica a torcida para que o céu azul apareça mais uma vez. (*ana.hantt@gmail.com)

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