…e talvez isso explique tudo.
Pedro Afonso Rezende Posso é um garoto de dezenove anos que já sonhou em ser jogador de futebol. Tanto que chegou a ir para a Itália buscar o sucesso calçando chuteiras, e até teve boas chances, não fosse o despertar de outra paixão. De jogador, passou a gamer. E a simples tradução para o inglês fez toda a diferença. Do campo para as telas de PCs. Da bola de futebol para os cubos do Minecraft. De Pedro Afonso para Rezende Evil,
Um guri que gosta de videogame e de amoebas. Que usa a criatividade sem se importar se às vezes parece mais criança do que realmente é. Quase OITO milhões de inscritos talvez ajudem a entender o fenômeno. Um novo padrão de sucesso, autêntico e simples. Nada de apresentador de programa de auditório, que se veste de criança, fala fino e canta musiquinhas.
Rezende fala como se fosse ele mesmo, com direito a puxar os ‘erres’ e soltar uma bela risada no meio do enredo. E saúda a galera sempre da mesma forma:
– Fala, moleques e bonecas, beleza! Aqui, Rezende Evil.
No espetáculo Paraíso – que prestigiamos no sábado passado, no lindo Anfiteatro da Univates – o youtuber atrai multidões de meninos, grande parte deles entre seis e dez anos, assim como seus pais e mães. Mas há garotas na plateia, e também crianças menores. Nesse ponto, foi a euforia de Thomaz o que mais me chamou a atenção. Com certeza, uma linguagem capaz de reter a atenção e encantar quem ainda não completou cinco anos. Acredito que alguns pais tenham estranhado a mistura das duas vidas deste herói – o Rezende de verdade e o personagem em que se transforma dentro do jogo. Mas para as crianças, tudo faz sentido. Ainda mais para quem já leu seus livros. Sim, porque além de gamer, youtuber e ‘ator’, ele também é autor de dois títulos: Dois Mundos um Herói e De Volta ao Jogo.
Acompanho o Bruno e seus canais favoritos. Obviamente, do Youtube, porque televisão mesmo o garoto há tempos não olha. Rezende foi um dos primeiros que despertou sua atenção. Depois, vieram outros gamers como Marco Túlio, do Authentic Games, EduKoff, SirKazzio, Am3nic, e tantos outros. Na sequência, a descoberta dos canais de curiosidades, como o incrível Manual do Mundo e os canais Nem eu sabia, Você sabia? etc. Meu menino sonha em se tornar youtuber (de sucesso, porque canais ele já tem ao menos 3). Ele me ensina sobre programas e aplicativos. E até me chama para conversar sobre negócios:
– Mãe, já ativei minha parceria com o Youtube para monetizar os vídeos.
– Mãe, sabia que já tem restaurante pagando para ter Pokemons para atrair os clientes?
– Mãe, posso fazer parceria com a SuperCell? (Super o quê? – fico em silêncio e corro para pesquisar no Google) Thomaz acompanha tudo atento e grava vídeos para o canal do irmão. Na verdade, pensa que também tem seu próprio canal. Mas vamos deixar o menino crescer um pouco, por enquanto um projeto de youtuber em casa já está de bom tamanho. Apesar de colocar alguns limites, não travo suas descobertas. Incentivo a curiosidade, a vontade de aprender. E me espanto com a velocidade com a qual assimilam tanta informação nova. Filhos, foi uma satisfação participar deste momento com vocês. Conhecer juntos o primeiro ídolo do Bruno, uma referência carismática que ainda deixou o recado de respeitar e amar os pais, de estudar e ser gentil. Sobre o Rezende Evil eu já tinha boas referências, mas sério mesmo:
– Valeu, Pedro! Você arrebenta! 
