Quem já passou por este problema sabe muito bem o quanto é desagradável. A sensação de desconforto e dor na primeira articulação do pé (dedão) pode interferir nas atividades do dia a dia e se agravar ao longo dos anos. A deformação anatômica, conhecida como joanete, atinge as mulheres, que costumam usar calçados de salto alto com frequência. Contudo, também pode ser diagnosticada no público masculino, só que com uma incidência menor.
De acordo com o traumatologista e ortopedista Maicon Dreher, a doença é multimodal e tem relação tanto com a herança genética quanto com o estilo de vida de cada um. “Os fatores intrínsecos são aqueles que acompanham desde o nascimento, ligadas àqueles que têm histórico familiar da doença, alterações anatômicas do próprio pé e hiperfrouxidão ligamentar, que está ligada a questões hormonais – problema mais comum em mulheres.
Já os extrínsecos estão relacionados ao uso de calçados inadequados, como os de salto mais alto ou sapatos com formato triangular e pontiagudos, por exemplo, os scarpins de bico fino”, esclarece. Neste último caso, o uso do calçado aumenta a pressão lateral e leva à convergência dos nervos para dentro do pé, o que favorece o aparecimento do joanete.
Para evitar o agravamento do problema, é preciso estar em alerta aos sintomas mais comuns. O especialista explica que a dor é o principal deles e surge antes da deformidade. “A dor na primeira articulação do pé pode se manifestar durante a prática de exercícios físicos ou quando a pessoa permanece por muito tempo em pé. Este desconforto vai se perpetuando e, ao longo do desenvolvimento da doença, surge a deformidade”, afirma.
Diagnóstico da joanete
Após o surgimento dos primeiros sintomas, a pessoa deve procurar por um especialista. O diagnóstico da doença é realizado mediante exame físico e raio X para a medição do ângulo do pé.
Segundo o especialista, o tratamento basicamente está na mudança do estilo de vida, diminuição do uso de calçados altos ou muito estreitos, e atividade física. Todavia, se a situação for de maior gravidade, é necessário recorrer à cirurgia e, posteriormente, realizar sessões de fisioterapia. Ele acrescenta que, em casos mais graves, o tratamento conservador, como o uso de órtese (aparelho externo para imobilizar ou auxiliar os movimentos dos membros) e palmilhas não impedem a evolução da deformidade.

“A cirurgia traz resultados positivos na questão estética e na redução de dor, mas, após o procedimento, exige uma readaptação no estilo de vida.”
MAICON DREHER – Traumatologista e ortopedista
Principais vítimas do joanete
Conforme o médico Maicon Dreher, o surgimento do joanete pode ocorrer em pessoais mais jovens e idosas. Ele explica que a maioria dos casos atinge pessoas na faixa etária dos 30 aos 40 anos, quando a deformidade fica mais aparente. Portanto, há uma modalidade diferente que pode surgir na adolescência.
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