Desentupir bueiros é uma das metas da Prefeitura de Venâncio Aires

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A falta de manutenção, aliado à inexistência de cuidados de algumas pessoas, que jogam o lixo na rua, fez surgir uma nova equipe de trabalho na Prefeitura. Capitaneados por Nery da Silveira, o auxiliar Lázaro Tavares e o motorista Luiz Alberto Moreira percorrem a cidade, diariamente, atrás de bueiros entupidos. E só nos primeiros dias de trabalho foram mais de 50 os locais que necessitaram de uma limpeza detalhada.

Silveira, que já trabalhou na administração anterior, cuidando dos reparos nas paradas de ônibus de todo o município – e que já foi vereador -, disse que aceitou o desafio de limpar os bueiros para impedir que a cada chuva forte, os moradores tenham que enfrentar este antigo problema: a falta de vasão da água da chuva e o consequente alagamento em frente às casas e estabelecimentos comerciais.

E o que estes profissionais estão encontrando dentro dos bueiros é de impressionar. “Tem muito plástico, entulhos, papelão, pedaços de metal e até garrafas plásticas, que são amassadas e colocadas nos bueiros”, comenta Silveira, que atua como Capataz de Disttrito, trabalhando na cidade e no interior.

Ontem, quando iniciaram a limpeza de mais um bueiro, na esquina da rua Armando Ruschel com a avenida Ruperti Filho, além de muita terra, encontraram um paralelepípedo. Enquanto retirava o material, o auxiliar Lázarro Tavares se perguntava como é que o paralelepípedo foi parar lá, já que a grade de ferro estava instalada. “Isso aconteceu no ano passado, quando abriram a rua para fazer obras e depois deixaram assim”, comentou um comerciante que trabalha nas imediações.

Muito lixo

Mas o que mais causa o entupimento dos bueiros é a quantidade de lixo que é jogada na rua, como copos plásticos, embalagens de salgadinhos e carteiras de cigarro. Silveira explica que o serviço que estão realizando, nunca havia sido feito. “Essa manutenção, desta maneira, nunca tinha sido feita. E com todo o lixo que as pessaos jogam na rua, cada vez fica pior. E depois, quando chove, não adianta reclamar que os bueiros não dão vasão e a água fica acumulada”.

Outro problema são as folhas e galhos jogados na rua. A cada chuva, elas são levadas até os bueiros, para seguir seu destino, mas com a areia e a terra acumuladas, formam um barreira, impedindo a água de passar. “E quando tranca em um bueiro, acumula no outro e assim o problema só aumenta”, comentou Silveira.

bueiro entupido
Folhas, papelão e plástico são os materiais que mais entopem os bueiros (Foto: Alvaro Pegoraro)

Esse problema é reclamação frequente, principalmente dos moradores de parte do bairro Aviação e dos locais mais baixos da cidade. Em uma chuvarada, no fim do mês passado, a aposentada Célia Kuhn, 73 anos, vestiu capa de chuva e galocha e foi para a rua, recolher lixo e auxiliar a água a ter vasão. “Eu dou o destino correto ao meu lixo, mas muita gente não faz isso e os resultados a gente vê quando chove”, comentou a aposentada, na época.

Furtos de grades

Não bastasse os problemas com o entupimento dos bueiros, muito devido ao lixo que é jogado na rua, a administração municipal tem que se preocupar com o furto das grades de ferro que fecham os bueiros. Os casos não foram denunciados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), mas segundo a assessoria de comunicação da Prefeitura, existem em grande número.

Uma das principais preocupações é com o risco de acidentes. Ao retirar a grade de ferro, o bueiro fica aberto e pode ocasionar a queda de pedestres, ciclistas e até motociclistas. “É muito perigoso, principalmente à noite, pois as pessoas podem estar caminhando e não verão o buraco e podem cair e se machucar”, comenta NerY da Silveira.

Para a Prefeitura, além do transtorno e iminente risco de acidentes, cada grade custa cerca de R$ 300. “Mas para quem furta, além do trabalho para arrancar a grade, deve vender por uns R$ 5 ou R$ 10”, comentam os servidos municipais.

Em Santa Cruz do Sul, o mesmo tipo de crime preocupa a municipalidade. Na vizinha Rio Pardo, ladrões foram presos depois de furtar trilhos de trem.

Para a capitão Michele da Silva Vargas, “enquanto não houver uma ação em cima dos receptadores, com punição efetiva, teremos sempre o comércio paralelo e o furto, que é a moeda de troca com o receptador, para pagar o consumo de drogas.”



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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