Vai na boa, todo mundo quer chegar. O nome da campanha de trânsito lançada no último mês pela Folha do Mate e Terra FM tem um significado ainda maior se considerarmos a infração ‘número 1’ em Venâncio Aires: o excesso de velocidade.
Somente neste ano, o Departamento Municipal de Trânsito já lavrou 881 autos de infração de trânsito no município. Deste total, em torno de 300 são relacionadas à velocidade flagrada nas duas lombadas eletrônicas instaladas na Rua Voluntários da Pátria, entre as ruas Primeiro de Março e Emílio Selbach, na região central do município. Esta é uma das vias de entrada e saída do município.
Ao longo de 2020 foram registrados no município 1.480 autos de infração e em torno de 800 foram por dirigir em velocidade superior aos 40km/h que são permitidos ao passar pelos equipamentos eletrônicos. Nestes casos, as imagens são analisadas, incluídas no sistema do Departamento de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran) e os infratores são notificados.
Embora 34% das infrações cometidas neste ano estejam relacionados ao excesso de velocidade registrado em um único local, esse percentual é um extrato importante do quanto os motoristas transitam com pressa pelas ruas da cidade. Conforme o chefe do Departamento de Trânsito, Leandro Miguel Glier, nas ruas centrais do município, o recomendado é não ultrapassar os 40 quilômetros por hora. “No entanto, os motoristas precisam ficar atentos, pois os limites de velocidade são distintos para cada local, além disso, é preciso considerar o fluxo de veículos, largura da via, circulação de pedestres, dentre outras situações”, explica.
A velocidade dos veículos também justifica o número de quebra-molas existentes no município. Em muitos locais, especialmente em bairros, as lombadas foram solicitadas por moradores em busca de mais segurança aos pedestres.
- Depois do excesso de velocidade, o estacionamento irregular é a infração mais cometida na Capital do Chimarrão.
Calma e cuidado nas rótulas
A utilização das rótulas é uma das principais queixas do trânsito local, tanto dos que afirmam que os motoristas não sabem usá-las corretamente, quanto dos que admitem ter dúvidas de como ingressar na via. “A principal orientação é de que os condutores, ao se aproximarem da rotatória, tenham calma, bom senso e cuidado”, afirma Glier.
Ele observa que a preferência é sempre de quem está na rótula fazendo a manobra. “Para ingressar na rótula é preciso observar as normas básicas de circulação”, destaca.
“Desacelerar não é tarefa fácil, mas é preciso”
O número de acidentes de trânsito com danos materiais vem aumentando em Venâncio Aires. Para o fiscal de trânsito Hamilton Monteiro, isso se deve à ansiedade dos motoristas. Em outras palavras, podemos dizer que a pressa está levando muitos motoristas a provocarem acidentes.
A rotina corrida, a vontade de chegar cedo em casa, a pressa para não chegar atrasado no trabalho são alguns exemplos do quanto o modo de vida impacta no trânsito. “O estresse do dia a dia, a ansiedade e a rotina agitada contribuem para o aumento da velocidade e consequentemente o aumento dos acidentes”, observa a psicóloga Marcione Cristina Brixius.
Segundo ela, que atua nos Centros de Formação de Condutores (CFCs) do município há 10 anos, se cada um fizer a sua parte, com responsabilidade e respeitar as leis, teremos um trânsito mais seguro, com menos mortes. “Desacelerar não é tarefa fácil. A vida é uma correria e todos nós somos responsáveis por mudar essa realidade que tira a vida de muitas pessoas todos os anos em nosso país. “É preferível perder um minuto na vida, que a vida em um minuto.”
Cinto de segurança e álcool
Embora sejam focos de campanhas de conscientização do trânsito há muitos anos, não usar o cinto de segurança e dirigir após o consumo de álcool não são as infrações mais comuns no município. “Em relação ao uso do cinto de segurança, percebemos uma maior conscientização, flagrar esse tipo infração hoje em dia é bem raro, não é relevante diante das demais infrações”, destaca Leandro Glier, chefe do Departamento de Trânsito.
Quanto ao consumo de álcool relacionado à direção, Glier adianta que o departamento está em processo para aquisição de um aparelho etilômetro para tornar mais efetiva a fiscalização referente à alcoolemia. “Sem este equipamento, torna-se inviável a fiscalização desta infração”, frisa.