O homem morto a tiros na noite da sexta-feira, 3, no bairro Gressler, já havia escapado de um atentado à ‘bala’ e estava jurado de morte. A informação é do delegado Felipe Staub Cano, que na segunda-feira, 6, começou a tomar os depoimentos de testemunhas. Jair Luís Leissmann, 40 anos, foi executado com cerca de cinco tiros, próximo da casa onde residia. Ao lado do corpo dele, revelou o delegado, foi apreendida uma ‘bucha’ de um pó branco, que pode ser cocaína.
As suspeitas são de que Leissmann foi atraído para a rua e executado. Assim que soube do crime, o delegado Cano e agentes do Setor de Investigações (SI) foram ao local, na rua Marechal Floriano, quase esquina com a Silveira Martins. O corpo estava no meio da rua e, aparentemente, havia uma perfuração na cabeça e três ou quatro no peito.
O local foi isolado pela Brigada Militar e enquanto os profissionais do Instituto Geral de Perícias (IGP) faziam os levantamentos, o delegado e os agentes foram em busca de informações, para tentar esclarecer o caso. “Há relatos de que ele foi chamado para a rua, onde foi morto a tiros, mas a partir de hoje (ontem) vamos tomar os depoimentos oficiais”, explicou Cano.
Jurado de morte
No dia 1º de outubro de 2016, Leissmann sobreviveu a uma tentativa de homicídio. A Polícia Civil (PC) apurou que duas pessoas, a bordo de uma moto, foram até a sua casa (residia no mesmo endereço) e o chamaram. “Disse em depoimento que um deles pediu para comprar drogas, mas ele (Jair) afirmou que não mexia mais com aquilo”, mencionou Cano.
Diante da negativa, um dos indivíduos, descrito como um rapaz alto e magro, sacou uma arma e deu tiros em Leissmann. Três o atingiram (maxilar, peito e ombro), mas ele foi socorrido e sobreviveu. Em depoimento, revelou que estava jurado de morte por uma facção criminosa.
Conforme o delegado Cano, as investigações avançaram e os agentes chegaram ao nome dos dois suspeitos do atentado. “Não conseguimos provar o real envolvimento de um deles, mas o outro, que teria desferido os tiros, já tinha sido morto”.
Leissmann era solteiro e pai de um filho. Seu corpo foi sepultado na tarde do sábado, 4, no Cemitério Municipal.
Investigações
Este ano, a Polícia Civil de Venâncio Aires registrou 11 casos, entre mortes violentas e atentados contra a vida (são oito mortes e três atentados). Em seis casos há comprovação de que as vítimas foram assassinadas e há duas mortes de mulheres que são aguardadas perícias. “E tudo indica que se tratam de mortes naturais”, argumenta.
Segundo o delegado, em pelo menos dois dos seis assassinatos confirmados – um deles na área central e outro em Linha Andréas, no interior -, as investigações estão bem encaminhadas “e podem haver reviravoltas”. Na morte de um jovem, em Linha Arroio Grande (Rodrigo de Brito, 27 anos, morto com quatro tiros), a PC segue buscando pistas da autoria, já que não há testemunhas.
Cano ressalta que há uma morte, no interior (em Linha Grão Pará), que esbarra na falta de depoimentos. “Possivelmente envolve uma facção criminosa e por isso as pessoas não falam”, explica o titular da Delegacia de Polícia. A outra morte, a primeira do ano, aguarda somente uma perícia para ser concluída.