Pesquisa de estudante da Univates usa inteligência artificial para auxiliar no diagnóstico de glaucoma

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O glaucoma é uma doença caracterizada principalmente pela elevação da pressão intraocular, que provoca lesões no nervo óptico, e é a segunda doença que mais provoca cegueira no mundo. Interessado pelo tema e pelo uso de tecnologias, o estudante Eduardo Caron, do curso de Engenharia de Software da Universidade do Vale do Taquari (Univates), desenvolveu em seu Trabalho de Conclusão de Curso uma aplicação de técnicas baseadas em Inteligência Artificial (IA) para auxiliar na detecção da doença.

Conforme explica o estudante, um dos exames mais comuns utilizados na detecção da doença consiste na captura de uma imagem do fundo do olho. No exame é feita a demarcação da área onde ficam alguns componentes do olho, chamados de “disco óptico” e “escavação”. Uma determinada diferença de proporção entre esses dois componentes pode significar a presença, ou não, de glaucoma no paciente. O trabalho do acadêmico faz uso de Redes Neurais Artificiais para aprender a forma como os médicos realizam a demarcação dessas áreas, utilizando como exemplo imagens já demarcadas por profissionais. Por meio desses exemplos, a rede vai se ajustando até conseguir encontrar resultados muito próximos aos resultados reais.

Caron conta que se interessou pelo tema ao ler uma notícia sobre a criação de um aplicativo para smartphones que auxilia pacientes com glaucoma a monitorarem o avanço da doença. “Esse artigo despertou minha curiosidade e então pesquisei mais sobre o assunto. Queria saber como tinha sido feito o aplicativo e também saber mais sobre o glaucoma. Verifiquei que o glaucoma é a segunda maior causa de perda de visão no mundo, não causa sintomas no estágio inicial, e existem diversas pesquisas e técnicas com o uso de tecnologia para auxiliar na detecção e no monitoramento da doença”, relata.

Segundo ele, existem diversos outros estudos na mesma área que comprovaram a eficácia de técnicas de IA para a tarefa da demarcação do disco óptico e da escavação. “Não tenho dúvidas de que eles servirão de auxílio para o diagnóstico de glaucoma, não como uma substituição ao médico especialista, mas como uma ferramenta de apoio, podendo assim gerar mais eficácia ao procedimento”, afirma. “Esses resultados me deixaram bastante satisfeito e feliz em perceber o poder das técnicas de inteligência artificial no auxílio a diagnósticos da área de medicina, em saber que elas poderão ajudar a melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, completa.

A importância da computação para a medicina

O professor Evandro Franzen, orientador de Eduardo no trabalho, explica que a computação e a inteligência artificial têm sido usadas na medicina com frequência cada vez maior. “A ciência de dados é uma área que cresce e demanda cada vez mais profissionais, e o interesse dos estudantes pela área vem crescendo”, aponta. “Acredito que um sistema baseado na classificação de imagens sobre determinadas doenças, como neste caso, pode auxiliar médicos no diagnóstico. Não vai substituir o especialista, mas serve para formular hipóteses, para definir um possível diagnóstico inicial que depois pode ser confirmado ou não”, exemplifica o professor sobre a utilização de técnicas de IA no mercado. “A medicina tem usado cada vez mais ferramentas on-line para atendimento e diagnóstico, por isso penso que a computação pode ajudar muito no futuro”, finaliza Franzen.

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