Mato Leitão é o primeiro município da região a retomar as aulas na rede pública

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A rotina mudou. Agora, antes entrar na sala de aula, os alunos de pré-escola (níveis 5 e 6) da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) e da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Santo Antônio de Pádua (SAP) precisam limpar os calçados em tapetes sanitizantes, aferir a temperatura e higienizar as mãos com álcool gel. Além disso, a máscara se tornou uma companheira durante as atividades pedagógicas e recreativas.

O número de alunos também está reduzido. Na terça-feira, 13, primeiro dia do retorno das aulas presencias para os alunos da pré-escola na rede municipal de ensino, a Emef Santo Antônio de Pádua recebeu cinco alunos e a Emei Vó Olga, 10. O distanciamento entre as crianças também faz parte da nova rotina e ele pode ser visto nas atividades desenvolvidas dentro da sala de aula, no deslocamento até o refeitório, na hora de fazer o lanche ou brincar na pracinha.

Essas e outras medidas de prevenção fazem parte do protocolo adotado pelo Município para possibilitar o retorno das atividades presenciais aos estudantes da Educação Infantil com 4 e 5 anos. Desde março, por causa da pandemia do novo coronavírus, os estudantes da Cidade das Orquídeas estão realizando atividades pedagógicas não presenciais. O Município é o primeiro, entre os 16 do Vale do Rio Pardo, a retomar as aulas presenciais na rede pública. Muitas prefeituras sinalizam, inclusive, que não devem retornar com a rede municipal neste ano. Na cidade vizinha de Venâncio Aires, por exemplo, apenas instituições privadas já voltaram à sala de aula.

Estudantes da Vó Olga realizam as atividades com o uso de máscara (Foto: AI Prefeitura)

Retorno positivo

Para a secretária municipal de Educação, Cultura e Desporto e Desporto, Simone Eliana Ruppenthal Silberschlag, o retorno foi mais tranquilo do que a equipe esperava e foi possível perceber nas crianças a ansiedade por poder retornar para a escola e encontrar os colegas.

“Tínhamos angústias de como poderia ser o decorrer, mas como o grupo veio reduzido, foi tranquilo para conduzir as conversas, as propostas e as brincadeiras. Também sentimos nas crianças que elas estavam ansiosas por esse retorno”, avalia.

Entretanto, ela observa que foi possível perceber que os estudantes estavam sentindo faltados demais colegas. “Em um primeiro momento, a sensação é boa, por poder oportunizar para eles um pouco do que era a vida deles antes de tudo acontecer”, acrescenta.

Para a diretora da SAP, Cátia Roberta Vogt da Rosa, o retorno dos estudantes foi tranquilo. “Recebemos menos crianças do que o esperado, mas acredito que as outras famílias vão ir acompanhando a retomada e talvez possam aderir mais à frente”, afirma.

Ela ainda destaca que foi uma alegria poder receber as crianças novamente e que era possível perceber um estranhamento em relação à quantidade de colegas, uma vez que eles eram acostumados com turmas de aproximadamente 20 alunos. “Todos estavam muito cuidadosos em relação aos protocolos”, comenta.

A diretora da Emei Vó Olga, Betina Alice Henz da Cunha, também avalia positivamente o primeiro dia do retorno dos estudantes e compartilha que foi possível perceber que os alunos estavam observando muito o novo ambiente escolar. “As crianças vieram muito alegres e cheias de saudade. Os olhos brilharam ao entrar na sala e ver os coleguinhas”, relata.

Segundo ela, uma apreensão dos profissionais era que as crianças fossem tirar a máscara a todo o momento, mas foi bem ao contrário e elas permaneceram como o recomendado. “Tiraram para lanchar e tomar água. Na pracinha, brincaram e se divertiram. Foi lindo ver eles seguindo os protocolos de higienização e viver um dia na escola novamente depois de mais de seis meses longe”, destaca.

Quando chegam na escola, as crianças limpam os calçados no tapete sanitizante (Foto: AI Prefeitura)

Famílias avaliam retorno das atividades

Mãe do Bruno Arthur Tiedrich, de 5 anos, que frequenta o nível 5 da Emef Santo Antônio de Pádua, a confeiteira Carmen Regina Hickmann Tiedrich, 42 anos, relata que a opção pelo retorno do filho à escola está relacionada a necessidade de convivência com outras crianças. “Eles estando em casa convivem apenas com adultos e perdem um pouco dessa questão da infância. Em relação à aprendizagem, acho que até estávamos dando conta em casa, mas essa convivência entre as crianças estava fazendo falta”, compartilha.
Ela afirma que se sente segura em relação aos protocolos de prevenção adotados pela escola e que a ideia é que Bruno siga participando das aulas presenciais. “Ele foi e voltou animado pelo fato de ver os amiguinhos e as professoras e poder brincar com eles. Eu gostei”, complementa.

Para Daniela Korner, 31 anos, e o marido Gilmar Lourenço da Luz, 45 anos, a decisão pelo retorno do filho Eduardo Henrique Korner da Luz, 5 anos, que é aluno da Emei Vó Olga também está atrelada ao convívio escolar. A auxiliar de escritório conta que, em um primeiro momento, eles tinham optado por Eduardo não retornar para a escola. No entanto, o pequeno escutou a conversa entre os dois sobre o assunto e pediu para ir, pois estava com saudade das professoras e dos colegas.
“Comentei com ele que seria um retorno diferente, que tinha que usar máscara, que não poderia abraçar e que não seriam todos os colegas que voltariam. Conversamos novamente, eu e meu marido, e optamos em mandar ele, pois estava estressado por ficar só em casa”, conta.

De acordo com Daniela, o primeiro dia de aula foi muito bom para o Eduardo. “Ele chegou em casa contando que só podia tirar a máscara para comer e tomar água. Que tinha brincado na pracinha e que tinha sido muito legal ir para a escola.”
Antes do retorno de Eduardo para a escola, Daniela e Gilmar conversaram com ele a respeito dos cuidados de prevenção, principalmente, para que ele evitasse colocar as mãos nos olhos e tirar a máscara e que lavasse as mãos e passasse álcool gel. “Também falamos que ele não poderia abraçar os coleguinhas e as professoras.”

Alunos da SAP respeitam medidas de distanciamento de forma lúdica (Foto: Taís Fortes/Folha do Mate)

Sobre o retorno

A retomada das aulas presenciais está acontecendo de forma intercalada, com as turmas divididas em dois grupos. Cada grupo vai ir durante uma semana. Na terceira, nenhum dos dois terá aula presencial, formando ciclos de três semanas. O intervalo desta terceira semana também será dedicado ao planejamento dos professores. Paralelo a isso, os estudantes que não participarem das aulas presenciais continuarão realizando atividades pedagógicas não presenciais. O período de permanência das crianças na escola vai das 7h30min às 11h30min.

LEIA MAIS: Atividades presenciais da rede estadual serão retomadas dia 20

Calendários para as próximas etapas

Escolas Vó Olga, Ireno Bohn e Santo Antônio de Pádua

• 3 de novembro: turmas dos anos finais do Ensino Fundamental
• 16 ou 23 de novembro: turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental

Colégio Estadual Poncho Verde

• 20 de outubro: Ensino Médio (manhã e noite)
• 28 de outubro: Ensino Fundamental anos finais (6º ao 9º ano) nos turnos manhã e tarde
• 12 de novembro: Ensino Fundamental anos iniciais (1º ao 5º ano) no turno da tarde

Profissionais higienizam os brinquedos antes e após o uso (Foto: Taís Fortes/Folha do Mate)
Alunos são orientados a usar os brinquedos de forma individual (Foto: Taís Fortes/Folha do Mate)
Matias da Rosa Crestani, estudante do nível 6, da escola SAP, é uma das crianças que retornou à escola (Foto: Taís Fortes/Folha do Mate)

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