Com o propósito de buscar e compartilhar o conhecimento no artesanato da lã, um grupo de mulheres do Clube de Mães São Judas Tadeu, do nono distrito, se reúne para aprender e confeccionar peças artesanais de lã de ovelha. O grupo nominado Tecelagem em Lã de Picada Mariante iniciou em 2019 com realização de cursos promovidos pelo Senar e Sindicato Rural de Venâncio Aires. Conforme a presidente do Clube de Mães e integrante do grupo, Véra Wagner, as peças elaboradas, além de aquecerem a família, ajudam na geração de uma renda extra.
Para a realização dos cursos, o Clube de Mães disponibiliza sua sede e, com isso, surgiu o projeto ‘Mãos que tecem, mãos que aquecem’ que visa capacitar a produção, incentivar o empreendedorismo e o desenvolvimento sustentável por meio da produção de peças de lã. “O nosso projeto é uma oportunidade para as mulheres, pois conseguimos gerar uma renda extra e trabalhamos o resgate cultural do beneficiamento da lã com o artesanato”, cita Véra.
O grupo tem aproximadamente 10 mulheres, algumas dominam o artesanato de crochê e tricô, outras realizam a tecelagem. A agricultora Maria Aparecida Gomes da Rosa conta que gostou do primeiro curso e ‘se encontrou’ na atividade. “Eu logo optei por fazer uma peça para meu filho, foi gratificante. É uma alegria ver a peça pronta e poder presentear teu filho”.
A criatividade de Maria Aparecida também já está rendendo outras peças. “Aprendi em um curso como se faz o tear e meu marido fez um de prego em casa, pra mim. Tinha umas roupas velhas que iriam para o lixo, peguei, cortei em tiras e fiz lindos tapetes para nossa casa”, diz, ao mostrar a peça, orgulhosa.
Segundo as integrantes do grupo, o interesse de participar do projeto é aprender a técnica e confeccionar peças para a família, mas muitas já estão comercializando itens. Véra, por exemplo, garantiu uma renda extra com as toucas que vendeu neste inverno. “Hoje a gente faz os cursos, e cada uma confecciona suas peças. Os teares são de uso coletivo e, se alguém quiser confeccionar em casa, pode pegar emprestado”, comenta Véra.
Busca de recursos
A organização do projeto foi necessária para a busca de recursos, pois o grupo não tinha teares, rocas, cardas e objetos necessários para a realização dos cursos. “Este ano fomos incentivados pela instrutora Márcia Viana Duran e inscrevemos a entidade no edital da Lei Aldir Blanc, que beneficiou as entidades participantes com subsídio para custear despesas”, conta Véra.
O grupo também participou do prêmio Venâncio Multicultural – que também distribuiu recursos disponibilizados pela Lei Aldir Blanc – e utiliza as redes sociais para compartilhar as peças e aprendizagens.
A presidente explica que, com o valor do subsídio de Auxílio à Cultura, o Clube de Mães realizou alguns reparos no espaço onde foi criado o Ateliê de cursos e a premiação será utilizada para comprar um tear de pente, uma roca e pares de cardas para o uso do grupo nos cursos.

“Além do resgate cultural, o trabalho melhora nossa autoestima, a gente se diverte, troca opiniões. Colaboramos com as relações interpessoais.”
VÉRA WAGNER – Presidente do Clube de Mães São Judas Tadeu
Mostra virtual
O projeto ‘Mãos que tecem, mãos que aquecem’ está realizando uma mostra virtual na página ‘CMS Judas Tadeu de Picada Mariante’, no Facebook, para divulgar o trabalho das artesãs. “Nosso objetivo é mostrar o que estamos fazendo e socializar o que produzimos”, frisa a presidente do Clube de Mães.
Incentivo
O projeto incentiva as pessoas da comunidade e arredores no beneficiamento da lã de ovelha para a produção de artesanato de peças que contribuirão na sustentabilidade e renda familiar.
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