A gestação é o momento que torna uma mulher mãe. Ela é vivida por muitas como um período valioso, com cuidado, amor e muito carinho de toda família. É um momento esperado pela maioria das mulheres. Porém, nem sempre o momento pós-maternidade é como o sonhado. A depressão pós-parto é uma realidade que atinge de 10% a 20% das mulheres no mundo, segundo uma pesquisa realizada no ano passado pela American Psychiatric Association.
Conforme a ginecologista e obstetra Luana Gassen, a depressão pós-parto é um episódio depressivo maior nos primeiros seis meses após o nascimento do bebê. “São os meses que a mulher apresenta uma maior vulnerabilidade de ter esses sintomas”, observa.
Além da vulnerabilidade genética que contribui para isso, Luana frisa que a questão hormonal também é responsável por essa mudança nas mulheres. Isso acontece porque, ao longo da gestação, há um aumento significativo de dos hormônios progesterona e estrogênio. “Eles crescem de maneira substancial, atingindo o pico um pouco antes de o bebê nascer. No momento que ocorre o nascimento, eles declinam de forma abrupta e essa queda faz com que a mulher apresente até os primeiros cinco dias uma desânimo. Isso é normal, mas não deve permanecer”, explica.
TRATAMENTO
A ginecologista e obstetra salienta que não existe um tratamento único e adequado para a doença. O correto é planejar um tratamento multiprofissional, com ajuda psicológica, médica e, às vezes, de assistente social também.
É fundamental, de acordo com Luana, ter uma rede de apoio, tanto de familiares quanto de amigos. “É importante ter um ambiente tranquilo e acolhedor para que a pessoa consiga enfrentar esse momento”, conclui.
“É normal, nos primeiros dias, ter o desânimo, por conta da queda dos hormônios progesterona e estrogênio, mas isso não deve durar mais de duas semanas. Se durar mais que isso, a pessoa deve procurar um médico.”
LUANA GASSEN
Ginecologista e obstetra
- Fatores de risco
Podem ter propensão à depressão pós-parto mulheres com históricos de depressão, quem têm ansiedade, manifestações psíquicas e falta de suporte social. Além disso, mulheres que já tiveram depressão pós-parto apresentam o risco de 25% de ter novamente.