O acaso marcou a trajetória de Luciano Storch, 51 anos, com o jornal Folha do Mate. A primeira experiência foi em 1990, após visita ao amigo Roni Müller – à época, fotógrafo do jornal –, para recortar algumas fotos 3×4 e procurar trabalho. Na oportunidade, Asuir Silberschlag, o qual já conhecia do período que armava bolão, sugeriu a possibilidade de um emprego. Em novembro de 1990, começou como vendedor de assinaturas e, logo, já passou ao setor de cobranças de publicidade.
Também assumiu a coordenação da entrega de jornal onde, na época, se contratava jovens a partir dos 12 anos. “Uma das condições para ser entregador era mostrar o boletim escolar, para ver se era um bom aluno, tinha que estudar na parte da tarde e ter bicicleta”, relembra.
Com o tempo, passou a ser conhecido como ‘Panela da Folha’, já que o apelido ‘Panela’ vinha de infância e a ligação com a Folha se tornou íntima. Após a saída de Elton Etges, foi chamado para ser contato publicitário, quando foi promovido para a redação mas, ainda assim, continuava na coordenação das entregas. Segundo ele, o foco principal eram os classificados, onde passava de revenda em revenda, imobiliária por imobiliária, anotando todas as ofertas em um papel e, depois, montava os classificados.
Durante anos, assinou uma coluna chamada ‘Bailes e Festas’, com a agenda de eventos dos finais de semana, dicas e alguns destaque de bandas. “Os 13 anos que trabalhei como funcionário, gostava muito do que fazia e a direção sempre me deu oportunidades para fazer coisas diferentes e que pudessem trazer resultados para a empresa”, destaca.
Em agosto de 2003, decidiu se desligar da empresa e começar um novo caminho, quando ingressou na faculdade de Direito. Em 2008, convidado por Ricardo Silberschlag, fundou uma empresa de distribuição de jornais e revistas, onde fazia a entrega terceirizada do jornal na cidade e interior. “Fizemos este trabalho por 10 anos, depois decidi me dedicar exclusivamente ao setor imobiliário”, pontua.
Histórias marcantes
No período de 13 anos no jornal, Storch recorda diversos momentos inesquecíveis. Um dia, segundo ele, um entregador trocou o jornal dos vizinhos, e ambos reclamaram da troca, então, o entregador foi pessoalmente na casa dos clientes e indagou: “vocês leem o conteúdo do jornal ou o nome?”, lembra, sorrindo. Na época, os jornais eram nominais e entregues com uma etiqueta com os dados do assinante.
Outra história de entrega é que, na época em que quase ninguém tinha telefone, quando alguém atrasava era necessário ir até a casa do entregador. “Isso acontecia quando faltava luz durante a noite, já que todos usavam o rádio-relógio de despertador e, sem energia, não despertava ou desregulava. Quase ninguém acordava”, brinca.
“Tive grandes realizações trabalhando na Folha do Mate sendo, hoje, um grande admirador do trabalho do jornal. Foi um marco importantíssimo para a minha vida, além de todos os amigos que fiz.”
LUCIANO STORCH
Ex-funcionário