Delegado Cano indicia irmã de Éder Silva por latrocínio

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Cristiane está recolhida no presídio de Santa Cruz desde o dia 1º de fevereiro. Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate

Delegado Felipe Staub Cano encaminhou ao Poder Judiciário o inquérito que apura a morte de Éderson Luiz da Silva, na época com 36 anos. O titular da Delegacia de Polícia indiciou duas pessoas pelo crime de latrocínio – matar para roubar. Éder Silva, como a vítima era conhecida, foi morto com três tiros, no final da tarde do dia 17 de janeiro deste ano, na propriedade onde vivia com a família, na localidade de Vila Santo Antônio, interior de Mato Leitão.
Foram indiciados Cristiane Aline da Silva, 29 anos, irmã da vítima, e Diego Ribeiro, 28 anos, amigo de Cristiane. O inquérito já chegou ao Ministério Público e o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto diz existir elementos para denunciar a dupla pelo latrocínio. Se isso acontecer, o caso será analisado pelo juiz João Francisco Goulart Borges, que dará a sentença, já que casos de latrocínio não vão a júri popular. Se condenados, a pena inicial de cada um parte de 12 anos, já que o latrocínio é um crime hediondo.
Para o delegado Cano, está claro que Cristiane e Ribeiro têm envolvimento no caso. Tanto que ambos foram presos temporariamente na manhã do dia 1º de fevereiro e agora as prisões foram convertidas em preventivas. Cristiane está recolhida na ala feminina do Presídio Regional de Santa Cruz do Sul e Ribeiro, na Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva).
À Polícia Civil, a suspeita disse que contratou Ribeiro para que ele praticasse um furto na casa do irmão. “O alvo era a caminhonete dele”, explicou o delegado Cano.
Porém, por questões ainda não esclarecidas, Éder Silva, que era corretor de imóveis e diretor de futebol do Esporte Clube Guarani, foi agredido com uma coronhada e morto com três tiros. Tudo aconteceu minutos depois dele chegar em casa, após acompanhar mais um treino do Guarani. Ao entrar no imóvel, encontrou objetos no chão, prontos para serem carregados, e se deparou com a dupla. Após os tiros, os dois fugiram correndo e foram vistos pelo filho de Éder, mas não foram identificados.
As investigações apontam que Ribeiro contratou estes dois indivíduos para ir até a propriedade. “Talvez eles não tinham a intenção de matar a vítima, mas estavam armados e prontos para praticar o roubo”, observou o delegado Cano.
Por isso, ressalta, Cristiane e Ribeiro foram indiciados por latrocínio. O titular da DP diz que ela não participou da execução do crime, mas garante que a ideia foi dela. Ribeiro, por sua vez, nega qualquer envolvimento no caso e disse em depoimento que não falava com Cristiane havia dias. “Mas temos provas de que ele está mentindo”, garantem os agentes que investigam o caso.
Sobre a participação dos dois executores do crime, Cano é categórico: “Como a intenção era de roubar a caminhonete, eles tinham que aguardar a chegada do Éder e estavam prontos para o confronto”, disse.
Mesmo com o inquérito policial concluso e encaminhado ao Poder Judiciário, as investigações prosseguem, na tentativa de encontrar estes dois indivíduos. Há pistas da dupla, que pode ser identificada e presa a qualquer momento.



Alvaro Pegoraro

Alvaro Pegoraro

Atua na redação do jornal Folha do Mate desde 1990, sendo responsável pela editoria de polícia. Participa diariamente no programa Chimarrão com Notícias, com intervenções na área da segurança pública e trânsito.

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