Os atendimentos gerais na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) aumentaram quase 15% em novembro. O número é reflexo da alteração no acolhimento a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de Venâncio Aires, medida que completou o primeiro mês no último fim de semana.
Foi a partir de 1º de novembro que o Pronto Atendimento (PA) 24 Horas do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) passou a atender somente casos de urgência e emergência pelo SUS. Desde então, casos classificados com as cores azul e verde (aqueles considerados sem gravidade, conforme o Protocolo de Manchester) são encaminhados à UPA.
A mudança foi anunciada em outubro, pela Comissão de Elaboração do Plano de Apoio à Gestão Administrativa, Financeira e Operacional do HSSM. Um dos principais objetivos era desafogar o PA do hospital, aproveitando que a UPA não vinha atendendo ao número médio de 4,5 mil pacientes por mês – meta da Portaria Nacional de Habilitação do serviço. Com a implementação efetiva dessa alteração no mês passado, a UPA teve mais de 5 mil atendimentos em novembro.
“A UPA teve em torno de 600 atendimentos a mais. Já o hospital teve um decréscimo de cerca de 60% dos atendimentos SUS no Pronto Atendimento, em torno de 1 mil a menos [de 2.394 para 1.460]”, explicou o presidente da comissão, Ramon Schwengber, ressaltando que ambos os números são comparativos a outubro.
Conforme Schwengber, como foi o primeiro mês, ainda é cedo para fazer maiores análises. “Com relação ao entendimento da comunidade, acredito que está dentro da expectativa e com certeza este entendimento vai aumentando com o passar do tempo. Foi apenas o primeiro mês deste formato, mas já foi considerável a diminuição de atendimentos SUS no Pronto Atendimento do hospital.”
DEMANDA
Um ponto importante a ser considerado nesse aumento de quase 15% de um mês para outro, é que outubro tem um dia a mais que novembro. Assim, com base nos 5.018 atendimentos gerais em novembro contra os 4.391 de outubro, a demanda diária aumentou um pouco mais.
“Na média por dia o aumento chega a 17%”, revelou o coordenador da UPA, Rodrigo da Silva. Segundo ele, é justamente no trabalho diário que se vê o real aumento. “Estamos tentando manter a mesma qualidade e resolutividade com a mesma equipe. Às vezes o fluxo pode causar uma espera, mas não temos tido conflitos maiores quanto a isso.”
Ainda conforme Silva, foi entre as noites e as madrugadas que a elevação foi mais sentida. “Das 19h às 7h praticamente dobrou. Por isso já encaminhamos ao hospital um pedido para aumentar o número de profissionais, pelo menos dois técnicos em Enfermagem a mais para o noturno.”
MARÇO
O coordenador da UPA, Rodrigo da Silva, explica que tudo vem sendo tratado em conjunto com a comissão e que qualquer necessidade de mais profissionais será avaliada. Ele antecipa que, para março, deve ocorrer uma avaliação mais detalhada, já que geralmente entre aquele mês e agosto, a Unidade de Pronto Atendimento registra o maior movimento no ano.
Historicamente, novembro é o segundo mês ‘mais fraco’ nos corredores e salas da UPA. Só fica atrás de fevereiro, que tem 28 dias e abrange um período de férias e verão. Na comparação com o mesmo período de 2018, o aumento nos atendimentos de novembro foi de 19%.