Diretor do Departamento de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, o delegado de Polícia Emerson Wendt foi procurado pela Folha do Mate para comentar a respeito da escalada dos crimes cibernéticos e também para orientar as pessoas sobre como prevenir situações como a enfrentada pela Apae de Venâncio Aires. De acordo com ele, em períodos de Natal, Ano Novo e Páscoa, o cuidado deve ser ainda maior quando se faz transações bancárias ou mesmo o uso do cartão de crédito.
Especialista em investigações de crimes cibernéticos, Wendt destaca que os criminosos fazem a chamada “pescaria virtual” em busca dados que possam viabilizar o acesso a contas bancárias de pessoas e instituições e, assim, consumar transferências financeiras. “Não sei como ocorreu a ação aí, não sei qual é o conteúdo da ocorrência, mas é importante que pessoas e instituições tenham ciência de que os dados precisam ser o mais restritos possível”, aconselha. Conforme o delegado, a partir da obtenção dos dados do titular da conta e de senha e contrassenha do usuário, os hackers têm a ação facilitada.
A orientação de Wendt é de que, sempre que há dúvida sobre uma transação, seja evitado o contato telefônico e ocorra a ida à agência física. “Ainda há instituições bancárias que permitem transações tecnológicas e por meio de telefonia, por isso todo cuidado é pouco”, reforça, acrescentando que há quadrilhas especializadas neste tipo de crime e que há todo tempo buscam novas formas de lesar os correntistas de bancos.
Sobre o fato de a Apae de Venâncio Aires e a Prefeitura de Passo do Sobrado terem sido alvos dos bandidos em um curto espaço de tempo, Wendt não descarta a possibilidade de uma quadrilha estar “com o foco atualmente na região”, ou seja, pode haver um grupo criminoso dedicando tempo para buscar informações de pessoas, entidades e empresas no Vale do Rio Pardo. “Não temos como afirmar isso, mas é possível. O mais importante é manter atenção e vigilância, pois o golpe pode ser aplicado a qualquer momento”, conclui.