A vítima do primeiro feminicídio no ano em Venâncio Aires morreu vítima de hemorragia interna. A conclusão é do perito Mário César Both, que atua no posto do Departamento Médico Legal (DML) de Cachoeira do Sul, para onde o corpo da assistente social Juliani Carolini Klamt foi encaminhado. O autor do crime, que era ex-namorado da jovem, se suicidou.
De acordo com o lado do médico, que atua no Instituto-Geral de Perícias (IGP), Juliani, 31 anos, foi atingida por quatro tiros. Foram dois na altura das costelas e dois próximo ao umbigo. O perito também informou no laudo que dois projéteis ficaram alojados no corpo e os outros dois, transfixaram. A assistente social morreu no local, antes de receber atendimento médico.
No laudo pericial, o médico legista deu o seguinte parecer: morte causada por hemorragia interna em ferimentos transfixantes de tórax e abdômen.
GRANDE INCIDÊNCIA
Só este ano – até a manhã dessa quinta-feira, 5, -, 33 mulheres procuraram a Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) para denunciar homens agressores e solicitar as medidas protetivas da Lei Maria da Penha. A maioria dos casos acontece dentro dos lares, onde as vítimas deveriam estar protegidas.
Depois de levar os casos ao conhecimento das autoridades, as mulheres têm amparo legal. O que dificulta o trabalho da rede de apoio, como o Posto de Atendimento à Mulher (PAM), que funciona junto à Delegacia de Polícia, e a Patrulha Maria da Penha, da Brigada Militar, é que algumas vítimas voltam a morar com os agressores, que prometem mudar de atitudes e não agredi-las mais.
Porém, na maioria dos casos, as vítimas voltam a ser agredidas pouco tempo depois da reconciliação e todo ao ciclo recomeça. Só no ano passado, mais de 400 denúncias de violência doméstica foram feitas na DPPA. “Mas sabemos que estes números são bem maiores, pois muitas mulheres ainda sofrem caladas”, observou o delegado Vinícius Lourenço de Assunção.
SEMINÁRIO
O titular da DPPA é um dos painelistas do Seminário em Defesa das Mulheres, que será realizado hoje à tarde, a partir das 13h45min, na Câmara de Vereadores. O tema foi definido como ‘Causas e consequências da violência doméstica’. Também participam de uma mesa redonda a juíza da 3ª Vara Judicial, Sandra Regina Moreira e a policial militar Quelen Brondani de Aquino. O evento se encerra com uma palestra da mestre em psicologia, Cristina Schwarz
RELEMBRE O CASO
Assistente Social concursada da Prefeitura de Passo do Sobrado, Juliani Carolini Klamt foi morta na manhã do dia 7 de janeiro. Moradora de Centro Linha Brasil, saiu de casa em uma caminhonete, por volta das 7h, e seguia em direção a Venâncio, quando teve o trajeto interrompido pelo ex-namorado, Carlos Eduardo Fischer, 37 anos. A jovem foi atingida por tiros, na localidade de Linha Arroio Grande. Horas depois, Fischer foi encontrado enforcado, no interior de Passo do Sobrado. Ele era motorista da Prefeitura daquele município.