Joice Pilz: exemplo de protagonismo feminino no interior de Mato Leitão

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A placa na entrada da propriedade, tradicional em locais dedicados à produção agrícola, destaca o nome de uma jovem agricultora: Joice Pilz. Aos 32 anos, a moradora de Sampaio Baixo, no interior de Mato Leitão, lidera o trabalho com a suinocultura no local onde vive com o marido, Rafael Alexandre Schnorr, 41 anos, e o filho Matheus Alberto Schnorr, 2 anos.

A ligação com o meio rural iniciou ainda na infância, porque os pais já residiam no interior do município. Entretanto, aos 9 anos, quando eles se separaram, Joice foi morar com a mãe na cidade. Dos 9 aos 14 anos residiu em Venâncio Aires e, depois, em Santa Clara do Sul. Nessa época ela trabalhava em um ateliê no ramo de confecção.

Quando tinha 20 anos, a agricultora decidiu voltar para o interior e auxiliar o pai, Paulo Roberto Pilz, na propriedade localizada na Cidade das Orquídeas. “Me via limitada trabalhando para os outros”, relata. Depois de quatro anos, ela se mudou para a casa onde reside hoje com a família e há sete se dedica à atividade suinícola por conta própria.

“Sempre gostei de trabalhar com isso. E também é uma sucessão familiar. A estrutura já estava pronta e isso facilitou bastante. Me sinto feliz e realizada”, conta, ao explicar de onde veio a motivação para retornar ao interior. A produtora rural é integrada à Dália Alimentos e a suinocultura é a principal renda da família. “O que eu sei aprendi com o meu pai e também com a assistência técnica da Dália. O dia a dia ensina muito”, ressalta.

O galpão, vazio no momento em razão do intervalo entre os lotes, abriga cerca de 1,2 mil suínos por ano (Foto: Taís Fortes)

“Eu gosto desse papel de ser chefe da propriedade. Sempre gostei de ter o controle das minhas coisas e senti a necessidade de ir além.”

JOICE PILZ
Produtora rural

Rotina de Joice Pilz

Joice é responsável por tocar a propriedade, enquanto o marido trabalha na filial da Calçados Beira Rio, em Mato Leitão. Ele também auxilia em algumas atividades, quando há necessidade. Mas a demanda maior fica por conta dela. A rotina diária envolve vistorias no galpão, pelo menos três vezes ao dia. “Costumo ir olhar se está tudo certo de manhã, ao meio dia e no meio da tarde ou à tardinha”, compartilha.

Em caso de animais doentes, os cuidados também são feitos pela produtora rural, bem como a manutenção do espaço. Segundo a jovem, os animais chegam na propriedade pesando de 29 a 30 quilos e saem com peso que varia entre 130 e 140 quilos. “Como o carregamento é noturno é difícil encontrar pessoas para ajudar. Então, nós decidimos contratar uma equipe terceirizada, de Arroio do Meio, que faz esse serviço. Mas de qualquer forma eu preciso acompanhar tudo”, conta.

Para o futuro, Joice pretende ampliar a capacidade de alojamento. Hoje, ela tem um galpão que abriga três lotes anuais, com 400 suínos em cada um, na etapa de terminação. “Gostaria conseguir fazer isso em dois anos”, projeta.

Em relação aos desafios para a permanência do jovem no campo, ela acredita que seria necessário mais incentivo. “Tem muita burocracia para começar ou ampliar a atividade. E também há muita desinformação”, menciona. A agricultora ainda relata que percebe que há desvalorização da mulher no meio rural.

“Parece não ser suficiente. Quem olha de fora pensa que é fácil morar no interior, mas temos muitas responsabilidades. Não é só morar aqui. A gente vive da propriedade. É uma empresa também e não é fácil gerenciar, mas podemos fazer uma vida boa”, analisa ela, que também é a única mulher associada ao Condomínio Avícola de Mato Leitão, localizado em Sampaio Baixo.

Saiba mais

  • Na segunda-feira, 15 de julho, é comemorado o Dia Nacional da Juventude Rural. Além de um exemplo de jovem na agricultura, Joice é uma inspiração do protagonismo feminino no meio rural.

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