Os altos custos de produção, puxados pelos preços antes inimagináveis de milho e soja, colocaram a produção de leite e de proteína animal em alerta. Por um lado, agricultores capitalizados pelos bons preços. Do outro lado, produtores de leite, proteína animal e agroindústrias vendo as margens de lucro diminuírem com a escalada frenética dos custos de produção. Este cenário desequilibrado e desafiador exige uma certa profissionalização do setor, do produtor rural à agroindústria. Torna-se necessário saber administrar os recursos naturais, bem como os recursos financeiros a curto e médio prazo.
Profissionalização e administração exímia devem ser o norte para o agro ser, cada vez mais, sustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico. Em 2021, o agronegócio brasileiro cresceu, o que não é uma novidade. Ano a ano, o agro vem contribuindo para a sociedade brasileira, com empregos, tributos, geração de renda e alimentação de qualidade na mesa das pessoas. Porém, esse crescimento se deu numa conjuntura de volatilidade de preços muito grande nos últimos dois anos. E isso requer muitos cuidados, contas na ponta do lápis, administração e comprometimento.
A vida no campo mudou muito nas últimas décadas, para melhor. Hoje, temos acesso a inúmeras tecnologias de ponta, equipamentos modernos, acesso à internet, entre outros. Da mesma forma, a necessidade de administrar a propriedade como um negócio, hoje em dia, tornou-se indispensável. Habilidade de observar tudo que o cerca, promover melhorias nas atividades que executa e transformar sonhos em metas, de forma planejada e segura, são características do jovem rural moderno.
O termo empreendedorismo pode ser compreendido como a disposição para identificar problemas e oportunidades, de modo a investir recursos e competências na criação de um negócio, projeto ou movimento e que seja capaz de alavancar mudanças e gerar um impacto positivo na sociedade. No entanto, o “empreendedor” é visto muitas vezes como aquele que inicia algo novo, cheio da grana, que nada tem a ver com o meio rural. Mas não é bem por aí…
Considerando a realidade dos vales do Taquari e Rio Pardo, onde a grande maioria das propriedades rurais está baseada na agricultura familiar, o número de empreendedores rurais é muito grande. Tudo que possa estimular tais empreendedores a permanecer no campo, produzir e promover seu sustento, deve ser alvo de políticas públicas a serem implementadas, aprimoradas e continuadas. Um diálogo contínuo com as comunidades, de forma a atender as reais necessidades de nossos empreendedores rurais, independentemente do tipo de empreendimento e condição social.