Se a raça não é definida, não importa. O que importa para Fernanda Lima de Oliveira, 22 anos e o marido, Pablo Kozlowsky Rodrigues, é o amor deles pelo Gandalf, com nome pomposo. Com cerca de quatro meses, o cãozinho e seu irmão que foram recebidos pelo casal com apenas sete dias, “por terem sido rejeitados pela mãezinha”, segundo Fernanda, precisavam de uma ‘mãe de leite’ que cuidasse e dispensasse atenção. E foi por meio de mamadeiras e noites em claro, que a “casa de passagem”, ou lar temporário, se tornou permanente.
“Então me dispus a cuidá-los, porém um dos filhotes não resistiu e o outro ficou conosco. E nós adotamos ele. Não teve jeito. Quando percebemos já não tinha mais jeito de viver sem mais esse amor nas nossas vidas. Ele ficou. Então o bilbo ganhou um mano”, relata Fernanda.
GANDALF E BILBO
Na casa de Fernanda, a história se repete, em termos de apego e adoção. Hoje, Gandalf, nome dado ao filhotinho remete a um personagem do filme ‘O senhor dos anéis’. E claro, que ao lado dele há outro estimado na vida do casal – com a mesma sintonia – baseado em outro personagem do mesmo filme – o Bilbo, também adotado e sem raça definida (SRD), de 1 ano e dois meses. Se os animaizinhos de estimação não fazem parte de uma trilogia premiada – o depoimento da tutora revela um dos mais lindos troféus: o amor pelos animais.
“Nós mudamos a vida dele e ele mudou totalmente as nossas. Ele é nosso bebê gigante amado. Eu tô falando é de amor mútuo e verdadeiro. Obrigada, Amigo Bicho!”
FERNANDA LIMA – Tutora do Gandalf
DEDICAÇÃO
Natural de Bagé, Fernanda, moradora de Venâncio Aires há um ano, conta um pouco desta relação – entre adoção, casa de passagem e apego. “Em Bagé eu fazia parte de um projeto de proteção aos animais. Quando vim para cá queria participar dos projetos daqui, mas pela falta de tempo e correria do dia a dia não pude me dedicar tanto como queria. Então ajudo como posso. Foi o caso da casa de passagem que fiz para os filhotes recém-nascidos”, destaca.
Com objetivo de demonstrar que a adoção exige renúncia, responsabilidade e é para a vida toda, Fernanda enviou o depoimento, para a ONG Amigo Bicho, na página social, que transcrevemos com sua autorização.
Fala, adotante*
Dia 31 de maio, tomei uma decisão, que sem eu saber, mudaria completamente minha vida: pegar dois filhotes de sete dias para fazer casa de passagem. Levantando diversas vezes na madrugada para dar mamadeira, sem nem ligar para o sono. Quem me conhece bem sabe que não seria passageiro. E não foi. Infelizmente um dos filhotes não sobreviveu, o que nos fez ficarmos mais apegados naquela bolinha de pelos brancos que mais parecia um filhote de urso polar. Não teve jeito. Quando percebemos já não tinha mais jeito de viver sem mais esse amor nas nossas vidas. Ele ficou. Então o bilbo ganhou um mano.
O que mudou na minha vida desde aquele dia? Mudou tudo. Absolutamente tudo. Mas para melhor. Não tem um dia que eu chegue em casa, mesmo que tenha passado 10min apenas fora, que não tenha uma ‘surpresa’ me esperando. É cama destruída, é calçado novo destruído, sofá, móveis, sacolas de lixo, etc…
É o dia inteiro: Gandalf não! Filho não judia do mano. Gandalf, larga isso. Gandalf não come porcaria. Gandalf, Gandalf, Gandalf…
E quando chega à noite, a cama que era suficiente para nós e o Bilbo, se tornou pequena pra esse catioro. Sim. Porque ele não tem quatro meses ainda e já pesa quase 15 quilos.
É o dia todo em função deles. Mas eu agradeço todos dias por ter tomado essa decisão.
Porque era isso que faltava. Faltava uma bagunça nas nossas vidas, faltava um irmãozinho para brincar com o Bilbo, faltava só mais um para preencher o sofá e nossos corações.
O Gandalf nos adotou. [fecha aspas]
*Texto publicado originalmente nas redes sociais da ONG Amigo Bicho.
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